A Fumaça de Satanás na Igreja: Leigos acusam Cardeal Secretário do Sínodo de semear a confusão


28.01.2015 - Por Juanjo Romero – InfoCatólica | Tradução: Alexandre Oliveira – Fratres in Unum.com: A preparação do  Sínodo da Família de 2015 continua. O Conselho Pontifício para a Família reuniu em Roma (22-24 de janeiro) os responsáveis pelos principais movimentos leigos com a finalidade de conhecer sua opinião sobre as 46 questões que serão a base do “Instrumentum Laboris”.

A reunião foi bastante discreta. Recuso-me a pensar que não publicaram[i]  as conclusões porque o resultado não foi o esperado pela Secretaria do Sínodo. Em geral, o clima era de satisfação entre os participantes. Como conta o sacerdote Santiago Martín, fundador dos Franciscanos de Maria: “Leigos Católicos: ‘concessões[ii], não, obrigado’”:

    Quase todos os movimentos presentes em Roma estavam a favor da manutenção da doutrina tradicional.

    […] O resultado não poderia ser mais claro e contundente. Quase todos os movimentos presentes em Roma, cerca de oitenta — entre os quais o mais importantes e numerosos – estão a favor da manutenção da doutrina tradicional. Todo mundo quer que se acelerem as anulações matrimoniais, sem cair no divórcio católico, e que se tratem os divorciados com o máximo amor para que eles não se sintam excluídos da Igreja, mas sem implicar a desvalorização da Eucaristia e sem se permitir que se tenha acesso a ela sem o estado de graça. A base tem claramente disse: “não, nada de concessões”.

E é que os leigos têm muito mais daquela parresia pedida pelo Papa Francisco para o Sínodo, porque, exceto por um grupo de valentes cardeais, os demais parecem figurantes.
No entanto, o cardeal Lorenzo Baldisseri, secretário do Sínodo, tirou sua máscara para alguns dos participantes e:

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- defendeu o direito do Cardeal Kasper dizer que a Sagrada Comunhão deve ser permitida aos adúlteros (“divorciados, que vivem em casamentos não reconhecida pela Igreja”);

- disse que os participantes não devem “se surpreender” porque há teólogos que contradizem a doutrina da Igreja;

- afirmou que os dogmas podem evoluir e que “não faria nenhum sentido a realização de um sínodo para simplesmente repetir o que sempre já se disse”;

- e sugeriu que “ainda que haja um entendimento particular de 2.000 anos, isso, por si só, não significa que tal entendimento não possa ser questionado.

A reação foi rápida. Patrick Buckley, o enviado internacional da “Society for the Protection of Unborn Children”, comentou:

    “O ensinamento da Igreja sobre a indissolubilidade do matrimônio é baseado nas palavras de Jesus Cristo. Estas palavras podem ter sido ditas há 2000 anos, mas, para os católicos, permanecem como mandamentos imutáveis de Deus.”

Maria Madise, diretora do “Voice of the Family”, une-se à queixa e narra os acontecimentos com mais detalhes:

    “O cardeal Baldisseri corrigiu publicamente um delegado, que protestou contra os ataques à doutrina católica. É notável que tenha se recusado a fazer o mesmo quando o ensinamento da Igreja sobre a contracepção foi negado momentos depois por um delegado diferente. A impressão dada é que o único pecado, hoje, é defender o que a Igreja sempre ensinou. Tudo parecia posto em dúvida nesta conferência, inclusive questões já claramente resolvidas pelo Magistério da Igreja. Tal discussão distrai da tarefa de encontrar soluções reais para problemas reais que as famílias enfrentam. Fale-se apenas de graves males, como o aborto, a eutanásia e os atentados contra os direitos dos pais. Estas são algumas das questões-chave também omitidas do relatório final do sínodo 2014. Famílias que sofrem (de verdade) não são socorridas por sofismas de dissidentes profissionais, quer clérigos ou leigos”.

Agora, perdoem-me, mas eu acho terrível e preocupante que o Sínodo não seja “para as famílias”, mas sim para “não repetir o que sempre se disse”. É tão terrível que eu prefiro não continuar a discutir a situação hoje. Preocupa-me muito ser o Secretário do Sínodo que o está conduzindo nessa direção.

Podemos esperar qualquer coisa. Ele (Baldisseri) já nos deu amostras na “primeira parte” quando, de acordo com a versão dos jornalistas bajuladores, houve um exercício de “transparência”.

Transparência esta que se manifestou na decisão de não se publicar os discursos e declarações dos padres sinodais. Transparência manifestada em trazer à “Relatio intermedia”, três pontos que não correspondiam às discussões ocorridas Sínodo, como relatado por vários cardeais. Transparência manifestada em distribuir tal ‘relatio’ à imprensa antes que a todos os Padres Sinodais, para que se criasse uma pressão desde fora. Como o Cardeal Napier disse, não importavam mais as correções que pudessem ser feitas dentro das sessões, pois o mal causado já não se podia controlar. Transparência a que acorreu para não se publicar os resultados dos “pequenos grupos”, publicação esta a que (Baldisseri) foi forçado em virtude de uma petição feita ao Papa por vários cardeais.

O jornalista Edward Pentin tentou entrar em contato com o “escritório” do Cardeal Baldisseri, para possibilitá-lo de esclarecer os fatos. Até à presente data, silêncio. Transparência.

n/d

Confirmados esses pontos, e sabendo o que ele fez há alguns meses, eu não consigo parar de me preocupar com o documento de discussão do próximo Sínodo.

“Voice of the Family” incentiva a todos a rezar pelos frutos do Sínodo e pelos Padres sinodais. Eu me pergunto quantos de nós fazemos. Fonte: http://fratresinunum.com

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Nota de www.rainhamaria.com.br

Lembrando o artigo publicado em 12.12.2014

As marcas da Igreja Mundial: A antiga Una e Santa Igreja Católica caracterizada pela cultura Greco-romana, não teria mais vez no mundo da pós-modernidade

n/d

O Concílio Vaticano II fez surgir, segundo  alguns teólogos, uma  nova Igreja. A partir deste tempo, já não se deveria chamar a Igreja de Católica, mas sim de Igreja Mundial (!). A antiga Una e santa Igreja Católica caracterizada pela cultura Greco-romana, não teria mais vez no mundo da pós-modernidade...

Chegara, portanto o tempo de surgir uma Igreja nova e pluralista, aberta a todas as culturas e religiões que deveria suceder a esta antiga Igreja e se impor em todos os ambientes eclesiásticos.

O famoso teólogo jesuíta Karl Rahner, que foi um dos pais desta hermenêutica da “descontinuidade” em uma conferência na cidade de Bruxelas, afirmava que “a partir do Concílio, a Igreja se tornava mundial”. Assim, continua dizendo que “neste Concílio ainda que de maneira germinal e obscura se proclama uma passagem da Igreja Ocidental para a nova Igreja Mundial.” “O Concílio é naturalmente uma indicação muito abstrata e formal daquilo que vai se formando até que se configure totalmente esta Igreja Mundial.” E no decorrer de suas afirmações podemos identificar as marcas dessa nova Igreja preconizada por esse ideal liberalista:

1º é Mundial, ou seja, não tem uma centralidade em Roma: “As Igrejas locais não europeias não poderiam ser dominadas por Roma e sua mentalidade”. “A Igreja não pode mais ser simplesmente governada mediante aquela centralidade romana de antes”. “O episcopado mundial que antes tinha uma existência modesta agora assume uma função de autonomia efetiva.” em outras palavras, o Papa não é mais necessário: “O primado magisterial e jurisdicional do Papa é substituído pelo pleno poder do episcopado mundial.”

2º a Liturgia inculturada: “Assim era necessário abolir a língua latina cultual... O latim era uma língua própria no campo profano e por essa razão era também a língua da Igreja ocidental na liturgia. O latim não poderia, porém, permanecer como língua litúrgica de uma Igreja Mundial porque era uma língua de uma área restrita e particular. A vitória das línguas nacionais na liturgia eclesiástica assinala de maneira eloquente essa transformação em Igreja Mundial”. “Em breve, a liturgia não será mais
uma simples tradução da liturgia da Igreja Romana, mas uma multiplicidade de liturgias regionais cada uma com sua própria  característica”.

3º A teologia subjetiva: “vai surgindo uma teologia mundial, ou seja, que não existirá somente no foro dos países europeus e norte-americanos como uma simples exportação do ocidente. Como exemplo, a América Latina tem avançado no sentido de ter sua própria teologia, a chamada teologia da libertação”.

4º Todos se salvam: “A limitação da liberdade em nome daquilo que unilateralmente se diz bom e justo não pode mais ser considerada cristã.”
“Nesta reunificação ecumênica, as Igrejas não católicas terão igual medida com a Igreja antiga e as religiões não cristãs serão reconhecidas na  sua função salvífica positiva.” (!) “Há uma esperança salvífica universal que abraça todos os homens,”. Estas são as 4 marcas dessa Nova Igreja. Assim se cumpre o que dizia profeticamente ao Pe. Palau: “Vereis o anticristianismo instalado no poder.”

(El Ermitaño, Nº 87, 7-7-1870)

Fonte: Sinais do Reino   e    www.rainhamaria.com.

 

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