Crise leva milhares de famílias para baixo de viadutos em São Paulo. Entretanto, Vós Vedes tudo; Observais os que penam e sofrem, a fim de tomar a causa deles em vossas mãos. É a vós que se abandona o infortunado (Salmos 9, 35)


05.09.2016 - Hora desta Atualização - 10h45

n/d

O lençol branco improvisado marca a entrada do cômodo de pouco mais de seis metros quadrados que a artesã Simone Kelly, de 36 anos, chama de casa.

Dentro do espaço, um amontado de pertences: uma cama de casal, roupas guardadas em caixas de papelão, um fogão.

Simone e sua família fazem parte do grupo de 120 pessoas que dividem uma área debaixo do viaduto Guadalajara, na região central de São Paulo.

Ela diz estar entre as vítimas da crise econômica que atingiu o país nos últimos tempos. Até três meses atrás, era inquilina de uma casa na rua do Hipódromo, perto dali, mas não conseguiu arcar mais com os R$ 600 reais mensais de aluguel.

Desempregada, a mãe de Derik Augusto, de 1 ano e 2 meses, viu como única solução voltar às ruas da maior cidade do país.

n/d

"Já tinha morado na rua por cinco anos, até 2014, quando fui morar de aluguel, mas, como não consegui mais trabalhar, tive de voltar à rua."

Entra-se no local em que o grupo mora por meio de uma pequena porta. Do lado de fora, não dá para se ter uma noção da real dimensão da área, que abriga ao menos 15 famílias.

Na entrada, uma imagem do menino Jesus dá boas-vindas. Como está parcialmente danificada – os braços já estavam quebrados quando chegou ali – foi coberta com um paletó.

A iniciativa, além de estética, tem relação com o frio, segundo os moradores: nas noites de inverno, as temperaturas ficam abaixo dos 10°C no local.

O espaço tem uma cozinha comunitária – em volta, há mesas onde algumas pessoas tomavam o café da manhã quando o repórter visitou o local.

É nessa hora do dia, quando todo mundo já está acordado, que as tarefas começam a ser divididas: uns limpam a calçada do lado de fora, outros cuidam dos banheiros.

O casal Josilene, de 19 anos, e Jean Paul, de 23 anos, relata uma história parecida com a de Simone.

n/d

A ex-vendedora, desempregada há três anos, e o ajudante geral contam que tiveram de desistir do aluguel de R$ 700 quando perderam o controle das contas atrasadas.

"O Leandro (bebê do casal) nasceu, e aí ficou pesado. Meu trabalho com carga e descarga não dá conta das despesas ultimamente. Mas, mesmo não pagando aluguel, eu tenho medo que me tirem daqui. Tenho até pesadelos com isso", diz o rapaz.

Milhares ao relento

Por estarem ali há pouco tempo, as famílias de Simone e do jovem casal não entraram no último censo da população em situação de rua da cidade de São Paulo.

Realizado em 2015, o levantamento da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) revela que, na capital paulista, existem pelo menos 15.905 pessoas em situação de rua – quase o dobro comparado a 2000, quando eram 8.706. A alta foi de 82%.

n/d

Segundo a pesquisa, estão concentrados nas regiões da Sé, no Centro, Mooca, na Zona Leste, e Lapa, na Zona Oeste.

Os números são bem menores do que os de cidades como Nova York, onde o Departamento de Serviço para Desabrigados calcula haver 57 mil moradores de rua, a maioria dormindo em abrigos públicos. A população de São Paulo é 50% maior do que a da cidade americana.

n/d

Mas o padre Júlio Lancellotti, coordenador da Pastoral Povo de Rua, organização de caridade vinculada à Arquidiocese de São Paulo, disputa os números oficiais da capital paulista.

"O último censo está subestimado. Não estão contadas as pessoas que estão, por exemplo, em instituições religiosas não conveniadas. Acredito que temos pelo menos 22 mil moradores de rua na cidade", afirma ele.

"O censo só contou quem está em barracas e não em barracos. Não contaram, ainda, as pessoas que moram em cemitérios. Já constatei que há grupos assim nos da Vila Formosa, da Quarta Parada e da Consolação. Também não levaram em conta os grupos que vivem no subsolo da cidade."

O padre afirma que a crise tem contribuído para aumentar a quantidade de pessoas vivendo nas ruas.

"As pessoas não estão conseguindo pagar aluguel e acabam vindo morar na rua. E os problemas econômicos afetam também os que já estavam nesses locais e sobrevivem como catadores, por exemplo. Com o consumo em baixa, diminuiu o número de embalagens recicláveis para eles coletarem", afirma ele.

Segundo Lancelotti, reintegrações de posse e a chegada de pessoas de outros lugares – "que vêm pra cá procurar emprego e não conseguem" – também levam pessoas às ruas.

n/d

"Temos também os que são postos para fora de casa pelas próprias famílias, porque não contribuem nas despesas diárias", conta.

A Prefeitura diz que a pesquisa foi realizada, inclusive, em pontos de atração dessa população, como hospitais, postos de saúde, escolas, mercados e sacolões, cemitérios, terminais de transporte público e que também foram contabilizados moradores que viviam nos chamados "mocós", um tipo de buraco feito para servir como abrigo.

Vagas em abrigos

Quem vive nas áreas com mais moradores de rua afirma ter notado o aumento nos últimos meses.

Nos fins de semana, quando a movimentação diminui na região central, é possível notar uma aglomeração de sem tetos em locais como o Largo de Santa Cecília, próximo ao bairro de Higienópolis, uma das áreas mais nobres da cidade.

A designer Joana Gonçalves, que mora perto dali, conta que procura não circular sozinha à noite por medo de assaltos.

"Evito descer do metrô tarde da noite e, quando tenho de fazer isso, vou de táxi ou de Uber. Sei que a grande maioria dessas pessoas só pede ajuda: dinheiro pra comida e oferecem pequenos serviços nos sinais como limpeza dos para-brisas. Sei que a maioria não está aqui porque quer. Mas, num primeiro momento, isso assusta", diz.

Do viaduto onde mora, Simone Kelly reforça as críticas: "Nós somos só números pra eles. Em alguns lugares, não somos chamados pelo nome. As regras que nos impõem hoje em dia são próximas das do sistema penitenciário".

Por isso, ela prefere ficar num espaço alternativo, debaixo do Viaduto Guadalajara. "Aqui, temos regras básicas de convivência entre as 15 famílias. Dividimos a limpeza, a cozinha é coletiva, e fazemos a 'vaquinha' para o gás. É um espaço de resistência, onde privilegiamos a autonomia de cada um."

Fonte: BBC noticias

============================

Nota de www.rainhamaria.com.br

Diz na Sagrada Escritura:

"Como se transformou em prostituta a cidade fiel! Antes era cheia de direito, e nela morava a justiça; agora, está cheia de criminosos! A sua prata tornou-se lixo, o seu vinho ficou aguado. Os seus chefes são bandidos, cúmplices de ladrões: todos eles gostam de suborno, correm atrás de presentes; não fazem justiça ao órfão, e a causa da viúva nem chega até eles. 

n/d

Pois bem! Ai de vós! - oráculo do Senhor Javé dos exércitos, o Poderoso de Israel. Eu vingar-Me-ei dos meus inimigos e pedirei satisfação aos meus adversários. Voltarei a minha mão contra ti, para te limpar com soda e tirar a tua impureza". (Isaias 1, 21-25)

"Ouvi a palavra do Senhor, príncipes de Sodoma; escuta a lição de nosso Deus, povo de Gomorra: Cessai de fazer o mal, aprendei a fazer o bem. Respeitai o direito, protegei o oprimido; fazei justiça ao órfão, defendei a viúva. Ai de vós, que ajuntais casa a casa, e que acrescentais campo a campo, até que não haja mais lugar, e que sejais os únicos proprietários da terra". (Isaias 26)

"Vós, ricos, chorai e gemei por causa das desgraças que sobre vós virão. Vossas riquezas apodreceram e vossas roupas foram comidas pela traça. Vosso ouro e vossa prata enferrujaram-se e a sua ferrugem dará testemunho contra vós e devorará vossas carnes como fogo. Entesourastes nos últimos dias!

n/d

Eis que o salário, que defraudastes aos trabalhadores que ceifavam os vossos campos, clama, e seus gritos de ceifadores chegaram aos ouvidos do Senhor dos exércitos. Tendes vivido em delícias e em dissoluções sobre a terra, e saciastes os vossos corações para o dia da matança! Condenastes e matastes o justo, e ele não vos resistiu". (São Tiago 5, 1-5)

n/d

"Ouvi isto, exploradores do necessitado, opressores dos pobres do país!"(Amós 8, 4)

"Entretanto, Vós Vedes tudo: Observais os que penam e sofrem, a fim de tomar a causa deles em vossas mãos. É a vós que se abandona o infortunado, sois vós o amparo do órfão...

n/d

Esmagai, pois, o braço do pecador perverso; persegui sua malícia, para que não subsista. O Senhor é Rei Eterno, as nações pagãs desaparecerão de seu domínio. Senhor, Ouvistes os desejos dos humildes, confortastes-lhes o coração e os atendestes. Para que justiça seja feita ao órfão e ao oprimido". (Salmos 9, 35-39)

n/d

"Perguntar-lhe-ão os justos: - Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, com sede e te demos de beber?
Quando foi que te vimos peregrino e te acolhemos, nu e te vestimos?
Quando foi que te vimos enfermo ou na prisão e te fomos visitar?
Responderá o Rei: - Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes". (São Mateus 25, 34 -40)

"Ao Senhor empresta o que se compadece do pobre, Ele lhe pagará o seu benefício". (Provérbios 19, 17)

"Feliz quem se lembra do necessitado e do pobre, porque no dia da desgraça o Senhor o salvará". (Salmos 40, 2)

 

Veja também...

Madre Teresa dialogou e teve visões de Jesus antes de fundar as Missionárias da Caridade, algo que não se soube até a sua morte. Disse Jesus: Quero freiras cheias de amor cobertas com a minha caridade na Cruz

Lembrando a Vida nas Ruas: Meu sonho era tomar leite e comer pão todos os dias

Maria Valtorta, mística italiana, que teve revelações de Jesus: Peço um movimento de fé, e um de amor. Abri o coração para a fé. Abri o coração para o amor. Daí para terdes. Começai a amar os irmãos. Sabei ter misericórdia

Maria Valtorta, mística italiana, que teve Revelações de Jesus: A caridade, a misericórdia é premiada para sempre. E o amor dos indigentes, que não podem retribuir, é o amor mais apreciável aos olhos de Deus

 

 


Rainha Maria - Todos os direitos reservados
É autorizada a divulgação de matérias desde que seja informada a fonte.
https://www.rainhamaria.com.br

PluGzOne