Nordeste: Aqui na região nunca vi uma seca como essa na vida, relatam sertanejos


15.05.2012 - Terra sem verde, os rios sem água e os animais magros ou mortos pelos pastos do sertão denunciam que é época de seca no Nordeste.  Durante uma semana, o UOL passou por cidades do semiárido de quatro Estados: Alagoas, Bahia, Pernambuco e Sergipe. Nos próximos dias, uma série de reportagens será publicada. O relato é de um cenário desolador, que começa a ser percebido a pouco mais de 100 km do litoral, quando a paisagem verde vai dando lugar à terra seca e rachada.

A tranquilidade das estradas é quebrada pelo trânsito dos carros-de-boi e caminhões-pipa, que circulam a todo instante transportando água para as comunidades. Mas a fisionomia desiludida do nordestino –em meio a um fenômeno comum na região– aponta que essa não é uma seca como outra qualquer.

Apesar de acostumados com a falta de chuvas em boa parte do ano, os sertanejos relatam, quase de forma unânime, que dessa vez o “castigo” foi maior. Muitos falam que essa é “a pior seca da história”, similar à vivida pelo Nordeste há 42 anos.

Ao todo, segundo dados das defesas civis estaduais, mais de 750 municípios já decretaram situação de emergência por conta da estiagem e mais de 4 milhões de pessoas estariam em áreas diretamente afetadas.

No sertão alagoano, rios como o Traipu e o Ipanema, que sempre ajudam a abastecer comunidades rurais nessa época do ano, estão secos. Na Bahia e em Pernambuco, açudes que costumavam garantir a água para os animais também secaram ou estão prestes a secar. Sem poços ou sistemas de irrigação, a única solução é apelar para os carros-pipa.

“Aqui na região nunca vi uma seca como essa na vida. Já tivemos algumas outras, mas ficar completamente sem água como agora, não ouvi dizer. Só Deus para nos salvar”, afirma José Carlos Nunes, 41, morador de Santa Brígida, no sertão baiano, onde não chove há mais de oito meses.

Universidade Federal de Alagoas

Imagens captadas pelo satélite Meteosat-9 mostram que boa parte do Nordeste enfrenta a maior seca dos últimos 30 anos. Em imagens produzidas pelo Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) é possível ver, por exemplo, que 80% do semiárido da região sofre com a estiagem este ano, o que representa seis vezes o percentual registrado no ano passado.

A diferença gritante entre os cenários pode ser comprovada pelas áreas em vermelho:

Animais e produções arrasadas

Sem água, os animais estão passando fome e morrendo, assim como as tradicionais plantações de milho e feijão --que garantem alimentos de subsistência por muitos meses do ano–, que sequer foram feitas.

“Todo ano a gente planta, mas esse ano não choveu nada, não tem como plantar nada. Não lembro a última vez que não plantei. Ano passado cheguei a plantar, mas perdi tudo, porque depois do inverno não choveu nadinha”, relata Pedro Alexandre, 61, morador de Poço Redondo, cidade mais afetada de Sergipe, onde não chove desde setembro. Lá, segundo a Defesa Civil municipal, todas as 141 comunidades rurais estão sendo atingidas.

A chuva esperada por Alexandre e por todos os sertanejos deveria ter caído entre fevereiro e abril, meses que garantem a produção, mas ela não veio --nem em pequena quantidade.

“Estamos com 38 caminhões-pipa abastecendo as comunidades, mas podíamos ter cem que não atenderia à demanda. Temos 70% da população vivendo na zona rural. O abastecimento humano estamos garantindo, mas o maior problema é o abastecimento animal, que é complicado. O gado está morrendo e não temos água para atender“, afirma o secretário de Agricultura de Poço Redondo, Sílvio de Jesus.

Fonte: UOL noticias

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Nota de  www.rainhamaria.com.br

Profecia de Nossa Senhora de La Salette, aparição na França em 1846, reconhecida pela Igrreja em 1851.

"As estações serão mudadas, a terra não produzirá senão maus frutos, os astros perderão os seus movimentos regulares, a lua não refletirá senão uma luz avermelhada; a água e o fogo causarão ao globo terrestre movimentos convulsivos e horríveis terremotos, que farão tragar montanhas, cidades..."

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