Artigo do escritor católico Antonio Carlos Calciolar: Minha Doce Regina, eterna esposa


06.07.2015 -

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Eu sei que foi Deus que me deu você, existem certas situações na vida que exasperam a realidade, e nos indicam caminhos a seguir; a maneira pela qual lhe conheci é uma dessas situações inesperadas, confeccionadas por um ser superior.
Lembro-me de tudo como se estivesse vendo na minha frente, toda a cena do nosso primeiro encontro onde me pronunciei, ( já a havia visto dias antes no cinema, apenas visto).

Já era noite, quase 22 horas, eu caminhava de volta para casa com um amigo, chegando perto do fim da enorme praça Barão, em direção contraria à Igreja Matriz, ( hoje Basílica); e eis que, não sei como, parei, olhei para meu amigo e disse:
-João, pode seguir seu caminho, eu vou voltar!
-Mas o que deu em você, não íamos embora? – Retrucou meu amigo.
-Preciso voltar!

E voltei pelo mesmo lado da praça, em direção à igreja, quando a vi conversando com mais duas amigas.
Ao me aproximar, ainda não certo do que fazia, ela me olhou, e logo pôs sua atenção sobre mim, mas retornou a conversar com suas amigas.
Não sei explicar o motivo que me fez ir até ela, parecia ser imprescindível a minha investida, tinha de acontecer, eu queria. E já mais perto, ela se vira me encarando, e eu lhe disse:
-Posso falar com você?

Quero ressaltar a condição daqueles dias de Regina, ela tinha apenas 14 anos, adorava conversar com as amigas, tinha sonhos de estudar e se formar em alguma faculdade, poderia apenas enamorar-se sem compromisso, tinha toda sua adolescência pela frente, para brincar, passear e se divertir, como todas as meninas de sua idade.
As possibilidades de uma menina de apenas 14 anos namorar sério hoje em dia, é como procurar uma flor no deserto, quase impossível!

Depois de um mês apenas conversando, veio a resposta, quando assistíamos ao filme” E o Vento Levou”. Ela deu-me um crucifixo, e me disse:
-Eu aceito namorar com você.

No nosso namoro, sempre houve respeito um pelo outro, nunca nos ofendemos; queríamos mesmo estar juntos, nos ajudar, e nos mantivemos em nosso relacionamento castos até o casamento, porque ela queria, e eu respeitei.
A minha família e a dela não são famílias ricas, tínhamos muitas privações, uma coisa era querer, a outra era poder; ia de ônibus até a casa dela para namorar, para depois sair. Só tempo depois consegui  comprar um fusca, o que não adiantou muito, porque sempre faltava dinheiro para colocar combustível.

Os nossos três primeiros anos de casados foram muito conturbados pelas mudanças de casa e de cidade, que meu emprego me obrigava a ter. Nesta época muito difícil, onde ela teve de deixar de lado alguns sonhos para me apoiar, jamais me deixou sozinho, sempre do meu lado, sempre me aconselhando.
Sei também de sua fé em São Francisco de Assis, em Nossa Senhora; que reza sempre pedindo alguma graça. Esta fé e crença em Deus sempre nos uniu. E quem em Deus crê, sempre acontece alguma coisa de bom.
Eu havia acabado de perder o meu emprego, foi uma das melhores coisas ocorridas em nossas vidas, o que parecia o fim do mundo se transformou em um jardim florido, cheio de oportunidades, mudou o rumo de nossas vidas para sempre.

Com o fim daquele emprego, onde me jogavam de uma cidade para outra, ainda morando de aluguel, mas já na cidade de nossos pais, uma dádiva acontece: ela engravida.
Apesar de desempregado, e com o carro sendo consertado, depois de um acidente automobilístico ocorrido alguns dias antes de perder o emprego, me sentia feliz, e ela mais feliz ainda, a expectativa da vinda de nosso filho aliviava os problemas.
Sua mãe e seu pai vieram para agraciá-la e confortá-la, suas duas irmãs também; a família dela sempre foi muito unida, e é ainda hoje apesar de todos os percalços da vida.
Sua mãe e seu pai sabiam da nossa situação e queriam ajudar, mas a Deus nada é impossível. Logo peguei um pequeno serviço de vendedor e fui ver, a pedido de meu sogro, um financiamento para comprar uma casa.
Moro nesta casa até hoje, terminei recentemente de quitá-la depois de 25 anos e logo vou passá-la em usufruto para meu filho.

Houve outra situação de grande preocupação, quando meu pequeno negócio, um restaurante montado depois de alguns anos de sacrifício, estava à beira da falência, com grandes quantidades de contas atrasadas.
O dono da imobiliária onde eu pagava o aluguel do restaurante, sabendo do que se passava, disse-me:
-Você jamais vai conseguir sair dessas dívidas, porque são muitas!
Nunca, nunca vou me esquecer deste dia.

Estive para fechar o restaurante, com dívidas e tudo mais, umas três vezes, perdi uns 20 quilos, não conseguia me alimentar direito, meu filho tinha apenas 7 anos, minha esposa tinha uma loja de roupas que montou junto com uma irmã minha. Então ela decidiu vendê-la para se dedicar a sua profissão, professora de português; e assim, com a sua parte na venda, me ajudou a pagar algumas contas, mas ainda faltavam muitas.
Nessa época de recuperação do restaurante, onde nada sobrava, quem pagava as contas de casa e algumas outras era ela, sempre trabalhando para trazer para casa o que faltava. Nosso filho recebia dela toda a atenção, não só na alimentação, mas na formação intelectual dele.
Nosso filho sempre foi amado desde a concepção, nossa doação a ele é total, vivemos para vê-lo feliz.
Ela sempre esteve do meu lado, me orientando, me aconselhando, segurando as pontas em casa, pois ela não deixava o essencial faltar, e eu a ouvi:
-Você tem que tentar tocar o restaurante, não desista dele!

Decidi então não fechá-lo, comecei do zero novamente, e com as dívidas para pagar.  Somente depois de 4 anos, com muito esforço, dedicação, privações de todo tipo, consegui finalmente quitar as últimas dívidas.
E começamos a ter alguns anos de fartura, quando digo fartura, para nós significa comida a vontade, uma casa boa, sem luxos, um carro bom para viajar, dar estudo a nosso filho, nada mais do que isso.
Somos felizes com o que temos, talvez seja este o maior trunfo de nossa união, não temos ganância nenhuma, nos contentamos com o que temos, somos gratos a Deus e O agradecemos sempre pela saúde, e por tudo.
Naquele dia no jardim da praça, em frente à igreja, Deus me deu uma mulher, uma amiga, uma conselheira, uma companheira, não só para esta vida na Terra, mas para toda a eternidade no Paraíso.

Obrigado, Deus, eu sei que foi Você!

Antonio Carlos Calciolari

Fonte: www.provasdaexistenciadedeus.blogspot.com.br

 

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