Lembrando Santo Afonso de Ligório: Não digas; a misericórdia do Senhor é grande, ele terá piedade da multidão dos meus pecados, pois piedade e cólera são nele igualmente rápidas, e o seu furor visa aos pecadores (Eclesiástico 5, 6-7)


15.02.2017 - Nota de www.rainhamaria.com.br

Artigo publicado no site em 30.08.2016

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Misericordia enim et ira ab illo cito proximant, et in peccatores respicit ira illius"Não digas: A misericórdia do Senhor é grande, ele terá piedade da multidão dos meus pecados, pois piedade e cólera são nele igualmente rápidas, e o seu furor visa aos pecadores" (Eclesiástico 5, 6-7).

De dois modos o demônio engana os homens e arrasta muitos consigo ao inferno. Depois do pecado arrasta-os ao desespero, por meio da justiça divina; e antes do pecado excita-os a cometê-lo pela esperança da divina misericórdia. Se quisermos desfazer a arte do inimigo, façamos o contrário: depois do pecado, confiemos na misericórdia divina, mas, antes do pecado, temamos a sua justiça inexorável. Como poderia confiar na misericórdia de Deus quem abusa da mesma misericórdia para o ofender?

I. Diz Santo Agostinho que o demônio engana os homens de dois modos: pelo desespero e pela esperança. Quando o pecador caiu, arrasta-o ao desespero, representando-lhe o rigor da divina justiça; mas antes do pecado, excita-o a cometê-lo pela confiança na divina misericórdia. — Com efeito, será difícil encontrar um pecador tão desesperado que se queira condenar por si próprio. Os pecadores querem pecar, mas sem perderem a esperança de se salvar. Pecam e dizem: Deus é misericordioso; cometerei este pecado e depois irei confessar-me dele. Mas, ó Deus! é assim que falaram tantos que agora estão condenados!

Avisa-nos o Senhor: «Não digas: são grandes as misericórdias de Deus; por muitos pecados que eu cometa, obterei o perdão por um só ato de contrição» (Eclo 5, 6). Não digas assim, avisa-nos Deus; e por quê? Porque a sua misericórdia e a sua justiça vão sempre juntas; e a sua indignação se inflama contra os pecadores impenitentes, que amontoam pecados sobre pecados e abusam da misericórdia para mais pecares: A sua misericórdia e a sua ira chegam rapidamente, e a sua indignação vira-se contra os pecadores.

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A misericórdia de Deus é infinita, mas os atos dessa misericórdia são finitos. Deus é misericordioso, mas também é justo. «Eu sou justo e misericordioso», disse um dia o Senhor a Santa Brígida; «mas os pecadores julgam-me somente misericordioso».

Não queiramos, escreve São Basílio, considerar só uma das faces de Deus. E o Bem-aventurado João Ávila acrescenta que tolerar os que abusam da misericórdia de Deus, para mais o ofenderem, não seria mais ato de misericórdia, mas falta de justiça. A misericórdia é prometida ao que teme a Deus, não ao que dela abusa: Et misericordia eius timentibus eum (Luc 1, 50). A justiça ameaça os pecadores obstinados; e assim como Deus, observa Santo Agostinho, não falta às suas promessas, tão pouco faltará a suas ameaças.

II. Meu irmão, escuta o belo conselho que te dá Santo Agostinho: Post peccatum spera misericordiam.Depois do pecado, confia na misericórdia de Deus; mas antes do pecado, receia a sua terrível justiça: Ante peccatum pertimesce iustitiam. Sim, porque é indigno da misericórdia de Deus quem dela abusa para o ofender. Aquele que ofende a justiça, diz Afonso Tostato, pode recorrer à misericórdia; mas a quem poderá recorrer o que ofende a própria misericórdia? Seria zombar de Deus querer continuar a ofendê-lo e desejar depois o paraíso. Avisa-nos, porém, São Paulo, que Deus não consente que zombemos dele: Deus non irridetur(Gal 6, 7).

Ah, meu Jesus, eu sou um daqueles que Vos ofenderam, porque Vós éreis tão bom. Esperai, Senhor, não me abandoneis ainda, já que pela vossa graça espero nunca mais dar-Vos motivo para que me abandoneis. Pesa-me, ó bondade infinita, de Vos ter ofendido e abusado tanto da vossa paciência. Graças Vos dou por me terdes esperado até agora. No futuro, não mais Vos quero trair como no passado.

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Vós me suportastes tanto tempo, afim de me verdes um dia cativo amorosamente da vossa bondade. Esse dia já chegou, como espero. Amo-Vos, ó bondade infinita. † Jesus, meu Deus, amo-Vos sobre todas as coisas; estimo a vossa graça mais que todos os reinos do mundo; antes perder mil vezes a vida que perder a vossa afeição. — Meu Deus, pelo amor de Jesus Cristo, dai-me, com o vosso amor, a santa perseverança até à morte. Não consintais que eu torne a trair-Vos, e deixe jamais de Vos amar. — Ó Maria, sois a minha esperança; obtende-me a perseverança e nada mais vos peço. (*II 76.)

Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo III – Santo Afonso

Fonte: http://catolicosribeiraopreto.com 

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Nota de www.rainhamaria.com.br

Por Dilson Kutscher

Quando morre uma pessoa, o que mais ouvimos: "Este descansou, está com Deus, rezemos por ele".

Se for alguém famoso ainda dizem: "Foi para o andar de cima, o Céu esta em festa, deve estar revendo fulano..."

Então, vamos lembrar do seguinte...

"Hás de morrer na hora menos pensada. Quer penses, quer não penses nisso, quer acredites, quer não acredites, morrerás e serás julgado, e te salvarás ou condenarás, conforme o bem ou o mal que houveres praticado; disso não escaparás por mais que digas ou faças. E que te aproveitará ganhar todas as riquezas e alcançar todas as honras, e dar ao corpo todos os prazeres, se vier a perder a tua alma?" (Santo Antônio Maria Claret)

São Camilo de Lélis, ao aproximar-se de alguma sepultura, fazia estas reflexões: "Se estes mortos voltassem ao mundo, que não fariam pela vida eterna?"

E eu, que disponho de tempo, que faço eu por minha alma? Este Santo pensava assim por humildade; mas tu, querido irmão, talvez com razão receies ser considerado aquela figueira sem fruto, da qual disse o Senhor: “Três anos já que venho a buscar frutas a esta figueira, e não os achei” (Lucas 13,7).

Tu, que há mais de três anos estás neste mundo, quais os frutos que tens produzido? Considera — disse São Bernardo — Que o Senhor não procura somente flores, mas quer frutos.

"De que aproveitará, irmãos, a alguém dizer que tem fé, se não tiver obras? Acaso esta fé poderá salvá-lo? Se a um irmão ou a uma irmã faltarem roupas e o alimento cotidiano, e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos, mas não lhes der o necessário para o corpo, de que lhes aproveitará? Assim também a fé: se não tiver obras, é morta em si mesma. Mas alguém dirá: Tu tens fé, e eu tenho obras. Mostra-me a tua fé sem obras e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras". (São Tiago 2, 14-18)

"Eu ouvi uma voz do céu, que dizia: Escreve: Felizes os mortos que doravante morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, descansem dos seus trabalhos, pois as suas obras os seguem". (Apocalipse 14,13)

"Todo o que não foi encontrado inscrito no livro da vida foi lançado ao fogo". (Apocalipse 20, 15)

"Voltar-se-á em seguida para os da sua esquerda e lhes dirá: - Retirai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno destinado ao demônio e aos seus anjos". (São Mateus 25, 41)

"Os tíbios, os infiéis, os depravados, os homicidas, os impuros, os maléficos, os idólatras e todos os mentirosos terão como quinhão o tanque ardente de fogo e enxofre, a segunda morte". (Apocalipse 21, 8)

 

Veja também...

Santo Afonso de Ligório: O Divino Redentor compara o Reino dos Céus a um homem que semeou boa semente no seu campo

Santo Afonso de Ligório: A Morte do Justo é a Entrada na Vida. Esta é a Porta do Senhor, os justos entrarão por ela (Salmos 117, 20)

Santo Afonso de Ligório: Meu irmão, se Deus nos convida hoje para praticar o bem, pratiquemo-lo hoje. Pode ser que amanhã não haja mais tempo, ou que Deus não nos faça mais ouvir o convite

Santo Afonso de Ligório: Examina agora, meu irmão, se tens a fé, que é acompanhada de frutos de boas obras. Reflete bem, que muitos cristãos, teus semelhantes, estão agora queimando no inferno por haverem tido uma fé morta

Santo Afonso de Ligório: Se o Senhor te deixasse morrer na primeira noite, para onde iria a tua alma? Quantos conhecidos teus, estão agora ardendo naquela fornalha ardente, sem a mínima esperança de poderem remediar a sua desgraça

 

 


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