Artigo do Padre José do Vale: Provas da Existência de Deus


26.05.2009 - Para aqueles que não acreditam em Deus, todas as explicações são ineficientes, para quem acredita em Deus não são necessárias explicações.

“O justo vive pela fé” (Romanos 1,17).

O cientista alemão Albert Einstein disse: “A ciência sem a religião é paralítica. A religião sem a ciência é cega”. E o Papa João Paulo II afirmou: “A ciência pode purificar religião do erro e da superstição. A religião pode purificar a ciência da idolatria e do falso absolutismo”.
Dentro desse contexto, explica o físico americano Freeman Dyson: “Ciência e religião são duas janelas por onde as pessoas perscrutam a imensidão do Universo”.
“O Universo teve começo, mas o que os cientistas não conseguem responder é o porquê. A resposta é Deus”. “Para mim, a Bíblia é um livro inspirado em Deus, que ensina a verdade. Tem de haver uma inteligência por trás da complexidade da vida”, afirma Ken Tanaka, geólogo planetário do Serviço de Pesquisa Geológica dos Estados Unidos.
“A ordem do mundo vivo é muitíssimo evidente. Foi estabelecida por uma força superior que eu pessoalmente chamo de Deus. É nesse sentido que a fé está de acordo com a verdade científica e a completa, em vez de contradizê-la, fornecendo um entendimento mais simples do Universo.” diz Jean Dorst, biólogo, Francês.
O astrônomo renomado Dr. David Black afirmou: “O homem que não acredita no Criador precisa de mais fé do que aquele que acredita. Ao afirmar que Deus não existe, a pessoa faz uma declaração radical, sem provas – um postulado baseado em fé”.
“Nos momentos difíceis, o ateu recorre aos meios humanos que o possam tirar do embaraço. Esta solução pode, em alguns casos, ser suficiente, mas nunca será cabal e plenamente satisfatória. Sabiamente escrevia o filósofo francês Blaise Pascal “O homem foi feito para ultrapassar infinitamente a si mesmo”. Os anseios congênitos de todo homem é à vida, à verdade, ao amor, à felicidade... são tão grandes que nenhuma criatura os pode saciar; só encontram resposta plena no infinito ou em Deus. Daí a necessidade de se voltar para Deus na oração. Bem dizia Santo Agostinho: “Tu nos fizeste para Ti, Senhor, e inquieto é o nosso coração enquanto não repousa em Ti” (Conf. I, 1).
O célebre teólogo beneditino Dom Estêvão Bettencourt disse: “Ora, o descaso do Transcendente leva o home a se confiar nos passageiros bens materiais, que o frustram e o levam a se autodestruir” (1).
Entendemos que a ordem do universo é a grande janela aberta para o além, pela qual vemos passar a sombra de Deus. De forma monumental disse o grande intelectual francês Victor Hugo: “Deus é o invisível evidente”.
“Não há incompatibilidade entre ciência e religião. Ambas buscam a mesma verdade. A ciência mostra que Deus existe”, afirma com categoria Dr. D.H.R. Barton, professor de química, Texas-EUA.

AS PROVAS

O Senhor Deus Criador, Eterno e Todo-Poderoso, nos coroou com muitas provas de Sua existência, vejamos:

1. A criação. “No princípio, Deus criou o céu e a terra” (Gênesis 1,1).
“Os céus contam a glória de Deus, e o firmamento proclama a obra de suas mãos” (Salmos 19,1-8).
“O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, o Senhor do céu e da terra. Ele que a todos dá vida, respiração e tudo o mais” (Atos 17,24-28).
“Digno és tu, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, pois tu criaste todas as coisas; por tua vontade elas não existiam e foram criados” (Apocalipse 4,11).
Em seu livro Reason, Faith and Revolution (Razão, Fé e Revolução), o crítico inglês Terry Eagleton afirma: “A fé e o conhecimento não são antíteses, estão entrelaçadas. Não é possível ter uma sem a outra”.
O progresso da ciência e da tecnologia merece todo o nosso respeito. A ciência possibilita que tenhamos bastante conhecimento abissal do Universo físico, ou seja, de tudo que possa ser rigorosamente observável. Vejamos o que dizem os renomados cientistas:
“O fosso entre as diversas formas de conhecimento (científico e religioso) é artificial... Existe uma estreita relação entre o conhecimento sobre o Criador e o conhecimento sobre a criação.” declara Enrique Hernández, pesquisador e professor no Departamento de Física e Química Teorética, da Universidade Nacional Autônoma do México.
“Cada animal é, de certa forma, projetado para se ajustar ao ambiente específico em que vive. Não posso deixar de atribuir a complexidade de tal projeto a um Criador, em vez de forças evolucionárias movidas ao acaso”, afirma Bob Hosken, Bioquímico, da Austrália.
“Não consigo imaginar o Universo e a vida humana sem um começo inteligente, sem uma fonte de ‘afeto’ espiritual, que se encontra fora da esfera da matéria e de suas leis”, diz Andrey DmitriYevich Sakharov, físico nuclear, da Rússia.
“Foi pela fé que compreendemos que os mundos foram organizados por uma palavra de Deus” (Hebreus 11,3).

2. O homem. “Foi criado à imagem e semelhança de Deus” (Gênesis 1,26). Foi dotado de tamanha sabedoria para administrar as coisas criadas (Gênesis 1,26-28)
O Senhor criou o ser humano com um conhecimento nato sobre Ele. “Deus pôs a eternidade em seu coração, ou seja, o conjunto do tempo” (Eclesiastes 3,11). “Compreendi que tudo o que Deus faz é para sempre” (Eclesiastes 3,14).
O ser humano foi criado para adorar e louvar o Senhor Deus eternamente.
“Porquanto Deus, que disse: do meio das trevas brilhe a luz! Foi ele mesmo que reluziu em nossos corações, para fazer brilhar o conhecimento da glória de Deus, que resplandece na face de Cristo” (2 Coríntios 4,6).
O ser humano tem tanta sede, ânsia de adorar que, por ignorância, não encontrando o Deus verdadeiro, fabrica deuses para preencher o seu coração de adorador.
O notável psiquiatra suíço Carl Gustav Jung se referiu a esse desejo humano de adorar uma força superior, quando escreveu em seu livro The Undiscovered Self (O Eu e o Inconsciente), “que essa manifestação pode ser observada em toda a história da humanidade”.
O senso religioso é inato no gênero humano como é intrínseco na sua natureza a dimensão do seu caráter e comportamento social e espiritual.
O cientista neurologista Dr. Richard Restak afirma: “O cérebro humano tem a capacidade de recuar no passado, examinar a sua própria atuação e, assim, conseguir certo grau de transcendência. De fato, a nossa capacidade de reescrever o nosso próprio roteiro e de nos redefinir no mundo é o que nos distingue de todas as outras criaturas no mundo”.

3. A Bíblia. “Antes de tudo, sabei isto: que nenhuma profecia da Escritura resulta de uma interpretação particular, pois que a profecia jamais veio por vontade humana, mas homens, impelidos pelo Espírito Santo, falaram da parte de Deus” (2 Pedro 1,20,21).
Diz o Catecismo da Igreja Católica: “Deus é o autor da Sagrada Escritura. As coisas divinamente reveladas, que se encerram por escritos e se manifestam na Sagrada Escritura, foram consignados por inspiração do Espírito Santo” (nº. 105).
A Bíblia é o verdadeiro livro de profecias confiáveis e cumpridas.
Uma prova, citada por muitos, é fato inacreditável de que a Bíblia, apesar de ter sido escrita por cerca de 40 autores diferentes durante um período de 1500 anos, apresenta uma mensagem contínua, integrada e relevante para todas as eras.
Alguém já chegou a definir a profecia bíblica como a “história escrita antecipadamente”. A Bíblia contém mais profecias do que qualquer outro livro ou religião da face da Terra. O Dr. John Walvoord, em sua obra clássica The Prophecy Knowledge Handbook, alista com muita propriedade mais de mil profecias distintas e, em seguida, esclarece que mais de 500 delas já se cumpriram!
O escritor americano, teólogo e um dos editores da Bíblia de Estudo Profética Tim LaHaye escreve: “Há milhões que podem dar testemunho de que a origem da Bíblia é divina, porque só Deus pode escrever a história antecipadamente, através da profecia bíblica, e fazer com que tudo se cumpra ao longo do tempo. O cumprimento profético comprova a existência de Deus e a veracidade da Sua Palavra” (2).
Os críticos questionavam a existência de Pôncio Pilatos, o governador romano na Judéia que ordenou a execução de Jesus Cristo. (Mateus 27, 1.22-24), mas, em 1961, perto da cidade israelita de Cesaréia, descobriu-se uma pedra que menciona o nome e o cargo de Pilatos.
Com relação à exatidão histórica da Bíblia, a revista U.S. News & World Report de 25 de outubro de 1999, disse: “De maneiras notáveis, a arqueologia moderna tem confirmado o fundo histórico do Velho e do Novo Testamento – apoiando relatos-chave da história dos patriarcas de Israel, do Êxodo, da monarquia davídica e da vida e época de Jesus.” Embora a fé na Bíblia não dependa de descobertas arqueológicas, essa exatidão histórica é o que se espera de um livro inspirado por Deus.

4. Jesus Cristo. Disse Jesus: “Eu e o Pai somos um” (João 10,30).
“Quem me vê, Vê o Pai” (João 14,9).
Jesus é a Imagem do Deus invisível (Colossenses 1,15).
Jesus é Deus (João 20,28; Romanos 9,5).

A maioria dos eruditos aceita documentos históricos que comprovam a existência de Jesus Cristo.
Hoje seria tolice negar a vida e a obra magnífica de Jesus de Nazaré.
O famoso historiador inglês H. G. Wells disse que a grandeza de um homem pode ser medida por ‘aquilo que ele deixa para crescer, e Ele se introduziu uma nova mentalidade com um vigor que perdurou após Ele’. Wells, embora não afirmasse ser cristão, reconheceu: “A julgar por este teste, Jesus ocupa o primeiro lugar”.

Em Antiguidades Judaicas, de Flávio Josefo, historiador e escriba judeu (37-100 d.C.), fariseu, ele cita: “Por essa época apareceu Jesus, homem sábio (...). Ele realizou coisas maravilhosas, foi o mestre daqueles que recebem com júbilo a verdade (...). Por denúncia dos príncipes da nossa nação, Pilatos condenou-o ao suplício da Cruz, mas os seus fiéis não renunciaram ao amor por ele (...). Ainda hoje subsiste o grupo que, por sua causa, recebeu o nome de cristãos.”
Descrição de Jesus por Publius Lentulus – carta encontrada em Aquileia (perto de Roma e Tibur) em 1280, escrita por Lentulus, “oficial de Roma na província da Judéia”, ao imperador Romão Tibério César: “existe nos nossos tempos um homem, o qual vive atualmente de grandes virtudes, chamado Jesus (...). Ele sabe todas as ciências e nunca estudou nada. (...). Diz-se que este Jesus nunca fez mal a quem quer que seja, mas, ao contrário, aqueles que o conhecem e com ele têm praticado, afirmam ter dele recebido grandes benefícios e saúde”.
“Não será a história do fundador do cristianismo um produto da aflição, da imaginação e da esperança humana – um mito comparável às lendas de Krishna, Osíris, Átis, Adônis, [Dionísio] e Mitras?”, pergunta o célebre historiador Will Durant. Ele responde que, no primeiro século, negar que Cristo tivesse existido “parece não ter ocorrido nem mesmo aos mais severos oponentes do novo credo, judeus ou pagãos”. (Cf. A História da Civilização: Parte III – César e Cristo).
O historiador romano Suetônio (c. 69-140 d.C.), eu sua história The Twelve Caesars (Os Doze Césares), disse a respeito do imperador Cláudio: “Visto que os judeus em Roma causavam contínua perturbação à instigação de Cresto [Cristo], ele os expulsou da cidade.” Isto ocorreu por volta do ano 52 d.C.. (Cf. Atos 18,1.2).
Note que Suetônio não expressou dúvidas a respeito da existência de Cristo. Nessa base concreta, e apesar de perseguição que punha em risco a vida, os cristãos primitivos proclamavam muito ativamente a sua fé. É bem improvável que arriscassem a vida à base de um mito. A morte e a ressurreição de Jesus ocorreram em seus dias, e alguns deles eram testemunhas oculares desses eventos (Cf. 1 Coríntios 15,1-9).
O historiador Durant conclui: “Seria um milagre ainda mais incrível que apenas em uma geração uns tantos homens simples e rudes (pescadores muitos deles) inventassem uma personalidade tão poderosa e atraente como a de Jesus, uma moral tão elevado e uma tão inspiradora idéia de fraternidade humana.”

CRISTO: O SENTIDO DA VIDA

A razão iluminada pelo dom da fé crê em Deus com a certeza absoluta.
Pelo que já foi dito, torna-se evidente que o Senhor Deus forneceu muitas comprovações por meio de sua criação belíssima, pelo homem e o seu progresso técnico e científico, pela Bíblia e a sua veracidade e por Jesus Cristo: Sua encarnação – Deus feito homem – Suas profecias cumpridas: nascimento, morte e ressurreição e tamanhas provas históricas de sua vida e obras.
É dever dos filhos de Deus procurar ardentemente o crescimento do conhecimento do seu Criador. Escreve o profeta Oséias: “Conheçamos e corramos atrás do conhecimento de Deus” (Oséias 6,3).
São Paulo Apóstolo exorta: “Sejais levados ao pleno conhecimento da vontade de Deus, com toda a sabedoria e discernimento espiritual” (Colossenses 1,9.10).
No tempo do Eterno e Todo-Poderoso, a Terra vai ficar cheia do conhecimento do Senhor, como as águas enchem o mar (Isaías 11,9).
Santa Catarina de Sena pergunta: “Que motivo fez Deus constituir o homem em dignidade tão grande?” Santo Agostinho de Hipona diz: “Deus não se torna grande por o homem Tê-lo conhecido, mas o homem se torna grande por ter conhecido a Deus”.
A resposta de Santa Catarina é o amor e para Santo Agostinho é o conhecimento da verdade. Exclama o santo da inteligência: “Infeliz quem conhece todas essas coisas [terrenas] e não vos conhece, oh! meu Deus”. “Feliz quem Vos conhece, embora ignore todo o resto”.
Que importância tem conhecer todas as descobertas científicas da cosmologia, oceanografia, biologia, do Projeto Genoma, da química, da física quântica, do Grande Colisor de Hádrons, da neurociência e da medicina, se as nações têm bombas nucleares para serem estouradas na cabeça do seu semelhante?
O astrônomo americano Carl Sagan disse: “Toda pessoa de reflexão teme uma guerra nuclear, mas todo Estado tecnológico se prepara para ela. Todo mundo sabe que é uma loucura, mas toda nação tem a sua desculpa”.
Muitos cientistas são aplicados profundamente na pesquisa do Universo, no entanto, sentem-se, com um enorme vazio, uma crise por não encontrarem um real sentido feliz e eterno para suas vidas.
Para esclarecer esse sintoma, disse com propriedade o físico Steven Weinberg: “Quanto mais o Universo nos parece compreensível, tanto menos entendemos seu objetivo”.
O ilustre biólogo Willian Provine afirma: “segundo o darwinismo, em última análise não há base para a ética e nem sentido para a vida”.
O mais alto significado para o sentido da vida aqui e na eternidade com toda abissal felicidade está na dimensão da espiritualidade cristocêntrica. Cristo é o centro de todo o nosso ser. O verdadeiro conhecimento de Cristo e de seu amor dispensa qualquer conhecimento que possa destruir o seu semelhante. A ciência do sábio é para amar a Deus, o seu semelhante e a natureza.

CONCLUSÃO

O discípulo amado, o apóstolo do amor, como é conhecido São João Evangelista, define que Deus é Espírito (João 4,24), Deus é vida (João 5,26) o Único Verdadeiro (João 17,3), Deus é Luz (1 João 1.5) e Deus é amor (1 João 4,8).
Uma das mais belas definições de Deus é do grande místico e Doutor da Igreja São João da Cruz que diz: “Deus é simplicíssimo, por isso ele nos ama simplicissimamente!”.
Deus primeiro nos amou com sublime simplicidade, sem deixar de ser misterioso e tremendamente grandioso. Ele vai além da nossa intelectualidade (Isaías 45,15; 55,7-9).
“Se Ele nos fosse compreensível, não seria Deus”, dizia Santo Agostinho.
Amamos a Deus com a razão e o coração, ou seja, com inteligência e humildade. Crescendo na graça e no conhecimento das coisas espirituais.
Quanto mais experiência com Deus, mais conhecimento, santidade e sabedoria para viver o dom da vida.


Pe. Inácio José do Vale
Pároco da Paróquia São Paulo Apóstolo
Professor de História da Igreja
Faculdade de Teologia de Volta Redonda
E-mail: [email protected]


NOTAS E BIBLIOGRAFIA:

(1) Pergunte e Responderemos, fevereiro de 2007, pp. 59 e 66.
(2) Chamada da Meia-Noite, maio de 2009, p. 7.

Eade, Alfred Thompson. Panorama Bíblico – As Sete Dispensações, São Paulo: Depósito de Literatura Cristã, 2007.

Haught, John F. God After Darwin: A Theology of Evolution, Boulder, CO: Westview Press, 2000.

LaHaye, Tim. Como entender a profecia bíblica sozinho, Mogi das Cruzes – SP: Abecar, 2004.

Sagan, Carl. O mundo assombrado pelos demônios: a ciência vista como uma vela no escuro, São Paulo: Companhia da Letras, 1996.

Aquino, Felipe Rinaldo Queiroz de. Na Escola dos Santos Doutores, Lorena – SP: Cleófas, 1996.


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