Novas denúncias de abuso sexual elevam pressão sobre Igreja Católica alemã


07.02.2010 - A Conferência dos Bispos da Alemanha acredita que o número de denúncias sobre casos de abuso sexual por parte de religiosos católicos venha a crescer no país. No entanto, a instituição alertou neste sábado (07/02) para a necessidade de avaliar a veracidade das denúncias, reagindo assim a relatos do semanário Der Spiegel, segundo os quais quase cem religiosos e funcionários leigos da Igreja Católica foram acusados de abuso nos últimos 15 anos na Alemanha.

De acordo com uma enquete divulgada pela revista, desde 1995 foram abertos 97 inquéritos contra padres e funcionários leigos de instituições católicas, todos acusados de abuso sexual.

Trinta pessoas foram condenadas. Em muitos casos, no entanto, os crimes só vieram à tona após sua prescrição. Atualmente, dez religiosos estariam sendo investigados por essa mesma razão.

Coletiva de imprensa sobre os casos de abuso sexual no Canisius-Kolleg, em 1º de fevereiroBildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Coletiva de imprensa sobre os casos de abuso sexual no Canisius-Kolleg, em 1º de fevereiroO escândalo que se alastra pela Alemanha começou com a divulgação de denúncias contra a ordem dos jesuítas no final de janeiro. Desde então, aumentou para 30 o número de acusações por parte de ex-alunos da escola jesuíta berlinense Canisius-Kolleg, todos vítimas de abuso sexual durante os anos 1970 e 1980.

Apesar do escândalo, o secretário de Educação Fundamental e Média da cidade-estado de Berlim, Jürgen Zöllner (SPD), ainda não considera necessária a convocação de um encarregado especial para abuso sexual. "Esse âmbito é tão sensível que não pode ser regulamentado com formalidades ou com a nomeação de um encarregado", justificou o secretário ao diário berlinense Tagesspiegel. O político social-democrata favorece, em vez disso, a indicação de interlocutores para cada escola, "pois a relação de confiança pessoal nesse contexto tem uma importância que não deve ser subestimada".

Políticos verdes exigiram da Conferência dos Bispos da Alemanha medidas concretas para prevenir e esclarecer casos de abuso sexual dentro da Igreja. Importante também seria a Igreja pensar em como lidar com as vítimas, considerando a insuficiência de meras palavras amigáveis e expressões de arrependimento.

Teólogo pede psicólogos em seminários

Em reação ao escândalo envolvendo instituições católicas, a Conferência dos Bispos da Alemanha declarou que está cogitando mudanças na formação e no acompanhamento dos padres. "Precisamos nos perguntar se as diretrizes sobre o procedimento em caso de abuso sexual por parte de religiosos, criada em 2002, está sendo realmente posta em prática", declarou o secretário da conferência, Hans Langendörfer, ao diário Frankfurter Rundschau.

A arquidiocese de Berlim comunicou que está cogitando criar uma comissão permanente encarregada de apurar denúncias de abuso sexual.

Após o escândalo, o teólogo pastoral católico Hanspeter Heinz exigiu mudanças estruturais na forma de a Igreja lidar com abuso sexual por parte de sacerdotes. Para ele, as diretrizes vigentes na Alemanha desde 2002 não são suficientes.

Embora cada diocese tenha nomeado um interlocutor para esses casos, Heinz lembra que as vítimas precisam de pessoas especializadas e independentes, a fim de superar o bloqueio do medo. Quase a metade das dioceses teria nomeado autoridades eclesiásticas para essa função, o que intimidaria as vítimas.

O teólogo também defende uma presença maior de psicólogos e de terapeutas nos seminários de formação sacerdotal. Heinz afirma que a vida celibatária atrai pessoas que não refletiram suficientemente sobre sua sexualidade ou querem esconder sua inclinação sexual. Essas pessoas se equivocam ao pensar que, como celibatários, não precisariam mais prestar contas de suas inclinações, diz o teólogo de 70 anos.

Vaticano criticado por fixação em moral sexual

Heinz também fez críticas drásticas ao Vaticano e a diversas autoridades eclesiásticas, condenado sua forma de lidar com o homossexualismo. Em importantes documentos recentes da Igreja católica, o homossexualismo é visto como uma doença e apontado como causa de abuso sexual infantil.

"Isso não corresponde de forma alguma aos conhecimentos científicos modernos", alerta Heinz, segundo os quais a causa de abuso sexual seria a imaturidade psicossexual e a falta de reflexão sobre a própria sexualidade. "Isso se aplica tanto a homossexuais como a heterossexuais."

Já o padre jesuíta Friedhelm Mennekes exigiu que se reflita sobre o papel do sacerdote. Todo padre corre o risco de "ser idealizado, até no âmbito erótico", declarou ele ao Frankfurter Rundschau. Para Mannekes, os padres se encontram sob uma "pressão inacreditável". Eles teriam que se conscientizar de que são pessoas totalmente comuns, com todos os erros, estados de espírito e tensões de uma pessoa normal. "A Igreja não merece mais confiança que outras instituições", apontou ele.

O padre de 69 anos também acusou o Vaticano de "fixação" em sua moral sexual. A alta hierarquia em Roma bloqueia um tratamento aberto e livre dos problemas dentro da Igreja, acusou ele. O "sistema eclesiástico" não está em condições de conciliar uma personalidade eroticamente madura com um não maduro à sexualidade vivida, argumenta ele.

Após o escândalo de abuso sexual em escolas jesuítas na Alemanha, o Vaticano considerou "amplo" o pedido de desculpa da ordem na Alemanha, segundo um porta-voz. Por isso Roma não se posicionaria sobre o assunto, já que concorda com as declarações oficiais dos jesuítas alemães.

Segundo a imprensa alemã, o Vaticano apoia o esclarecimento dos casos de abuso, mas atribui a responsabilidade da apuração às autoridades católicas alemãs. Roma declarou "não dispor de informações especiais sobre incidentes como esses", alegando ter obtido conhecimento do assunto através da imprensa.

SL/dpa/kna/epd/afp
Revisão: Alexandre Schossler

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Lembrando...

Cardeal Bertone: Casos de abuso não devem escurecer trabalho de bons sacerdotes

20.07.2007 - VATICANO - O Secretário de Estado Vaticano, Cardeal Tarcisio Bertone, assegurou que os casos de suposto abuso sexual cometidos por membros do clero são um "atentado contra a identidade e a missão" dos sacerdotes e não devem escurecer o trabalho da ampla maioria dos presbíteros.

Em uma conferência de imprensa em Pieve di Cadore, perto de onde descansa o Papa Bento XVI, o Cardeal respondeu a uma pergunta sobre o ocorrido na Arquidiocese de Los Angeles, que esta semana chegou a um acordo para indenizar 508 demandantes de supostos abusos sexuais.

Conforme informou Rádio Vaticano, o Cardeal Bertone destacou a "amplitude assustadora do problema" e destacou "que os sacerdotes católicos implicados neste crime" atentam "contra a grande missão da própria Igreja".

"Certamente, este é um problema que causa dor em todos. Na Igreja e fora dela", disse o Cardeal e resgatou as manifestações de estima que chegam à Igreja Católica de muitas partes do mundo.

"Chega-nos o agradecimento também de presidentes e ministros de países muçulmanos pelas obras da Igreja em tantos setores. Social, assistencial, sanitário, na luta contra a fome, na educação. A amplitude do doloroso fenômeno da Arquidiocese de Los Angeles é assustadora. E, embora se trate de uma minoria em comparação com a porcentagem de agentes sociais que comentem estes crimes, é um atentado contra a identidade e a missão que temos que desenvolver", esclareceu.

Na mesma coletiva de imprensa o Cardeal refletiu sobre seu primeiro ano à frente da Secretaria de Estado, acompanhando o Papa Bento XVI, e assegurou que vê o Papa "contente. Está bem. Está descansado, quer trabalhar, meditar e rezar".

Para o Cardeal Bertone, o Santo Padre é um "vulcão de criatividade" e "muitos se sentem atraídos por ele, pois leva a Cristo ao coração do homem".

Também se referiu ao livro Jesus de Nazaré, cuja segunda parte trabalha agora o Papa, e destacou que a publicação "teve um êxito maior" pois até sendo "um pouco difícil em algumas passagens, oferece meditações muito belas".

Outros meios de imprensa recolheram as declarações do Cardeal Bertone sobre a possibilidade de que hajam em um futuro próximo "mais mulheres com cargos de responsabilidade na Santa Sé".

"É justo que também às mulheres sejam dadas mais responsabilidades", assinalou, acrescentou que se preparam "novas nomeações" e disse estar seguro "que as mulheres que ocuparão os novos cargos farão um grande serviço ao Papa, à Igreja de Roma e à Igreja Universal".

Fonte: ACI

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20.07.2007 - Nota do Portal Anjo  - www.portalanjo.com

Disse São Gregório Magno, que como Papa, foi um exemplo de humildade. Quando recebia louvores pelo que fazia, respondia com palavras que indicavam como era grande sua humildade.

“È preferível que ocorra um escândalo a esconder a verdade.”

Diz na Sagrada Escritura:

"Porque minha boca proclama a verdade e meus lábios detestam a iniqüidade". (Pr 8,7)

"Vigiai e orai para que não entreis em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca". (Mt 26,41)

Em La Salette - França, 1846, Aparição reconhecida pela Santa Sé, disse a Mãe de DEUS:

“Os sacerdotes, ministros de Meu Filho, por sua má vida, por suas irreverências e por sua impiedade em celebrar os santos Mistérios, por seu amor ao dinheiro, às honras e aos prazeres, se converteram em cloacas de impurezas” - (isso em 1846, imaginem agora). “Que com suas infidelidades e sua má vida crucificam de novo ao Meu Filho!”
 


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