Artigo do Padre Ernesto María: O Demônio, os seus terrenos e os seus combates


09.04.2010 - Artigo Extra  -  www.rainhamaria.com.br

COMO SATÃ ATUA
Segue artigo de um sacerdote, traduzido e por gentileza de Cecilia. Está escrito em português de Portugal.

O DEMÓNIO E A SUA EXISTÊNCIA

Um dos temas em que pouco se toca, ou em que se toca com pouca seriedade é o tema do demónio. Isto fez que, sobretudo na actualidade, muita gente duvide inclusivamente da sua existência, atribuindo o mal a situações puramente psicológicas ou de ordem natural. A Sagrada Escritura é consistente em afirmar a existência deste ser espiritual, o qual, busca por todos os meios destruir o homem e a sua felicidade. É por isso que é importante esta catequese, sobretudo neste tempo no qual se nega a sua existência ou se ridiculiza a sua acção, com o que se lhe dá a grande oportunidade de actuar obscuramente… dentro do anonimato. Recordemos o que nos diz o Catecismo da Igreja Católica: «A Igreja ensina que Satanás primeiro foi um anjo bom, criado por Deus. O diabo e os outros demónios foram criados por Deus com uma natureza boa, mas eles fizeram-se a si mesmos maus» CIC 391.

Comecemos dizendo que o demónio não é um ser eterno, pensamento difundido pelo Maniqueísmo, o qual, vê nele o princípio do mal, coexistente com Deus, princípio do bem. O Demónio é uma criatura criada por Deus, pelo que em sua origem foi bom. A Escritura diz-nos que o seu nome era Luzbel, isto é "luz bela". Diferentes comentaristas de todos os séculos identificam-no como o anjo mais belo, o qual devido a essa extraordinária beleza se encheu de soberba e se revelou contra Deus, sendo assim arrojado de sua presença para sempre. "A Igreja ensina que o demónio primeiro foi um anjo bom, criado por Deus como diz o Concilio de Latrão "O diabo e os outros demónios foram criados por Deus com uma natureza boa, mas eles fizeram-se maus a si mesmos"(DS 800)" CIC 391.

Podemos dizer que na luta espiritual que se desenrola desde o Génesis até ao Apocalipse, se encontra implicado o demónio, como um autêntico adversário. A sua inteligência angelical supera grandemente a nossa, pelo que a sua acção é temível e o seu poder procura unicamente desorientar, deprimir e finalmente destruir. Quando falamos do demónio encontramo-nos ante o mistério do mal e da perdição eterna. O Catecismo diz-nos isso enfaticamente: "Satã ou o diabo e os outros demónios são anjos caídos por terem recusado livremente servir a Deus e o seu desígnio. A sua opção contra Deus é definitiva. Intentam associar o homem na sua rebelião contra Deus" CIC 538.

Outra das coisas que às vezes nos causam confusão é: se o demónio é um ou se são vários, e isto é devido a que às vezes se fala do "diabo", do "demónio" ou de "Satanás". Assim pois, diremos que o nome de "Satanás" é usado para indicar o chefe de todos os demónios, ao qual poderíamos identificar com Luzbel (Lúcifer). Praticamente isto mesmo se poderia dizer com o termo "diabo". No entanto, este termo indica uma função de Satanás, e em geral de todos os demónios, que é a de dividir (do latim "diavolus"). Finalmente o termo "demónio" serve para indicar a todos os anjos rebeldes.

Ora bem, este último nome, no uso que lhe dá o Novo Testamento, revela-nos parte do mistério destes seres malignos, já que nele se mostra o "caos que é o inferno". Na passagem em que Jesus se enfrenta com o demónio de Gerasa (Mc 5,9-10), pergunta-lhe: “Como te chamas?" Com isso, dá-nos a entender que fala com um (no singular). A esta pergunta o demónio responde: "Chamo-me legião pois somos muitos". Na resposta notamos que responde no singular, mas que na realidade se refere a uma multidão. Assim vemos que enquanto que em Deus tudo é ordem e unidade, no demónio tudo é desordem e desunião; tudo nele é imperfeito e indeterminado. É desta maneira como exerce a sua acção destrutiva no homem e no Reino, criando caos, desorientação e toda classe de perturbações que procuram unicamente tirar a paz e a felicidade ao homem.

Uma das tácticas favoritas e que nos últimos tempos tem dado muito bom resultado ao demónio, como já o dizia ao principio, é o de "passar despercebido" ou fazer crer à gente que não existe, e que tudo isto é um mito inventado pela Igreja ou no melhor dos casos, pelo próprio homem ante o mistério do mal, da doença, etc. Daí que hoje se busque fazer crer às pessoas que dado que o demónio não existe, tão pouco existe a tentação, nem a perturbação e possessão diabólica. No entanto, o testemunho da Bíblia não deixa lugar a dúvidas sobre a acção do poder do Demónio. Dado que seria muito extensa a análise de todos os textos nos quais Jesus combate o demónio e demonstra assim a sua existência, limitar-nos-emos a apresentar, à guisa de exemplo, o caso do "epiléptico endemoninhado" (Mt 17,14-18, Mc 9,14-29, Lc. 9,33-45), já que esta passajem foi usado frequentemente para dizer que Jesus na realidade, o mais que se lhe pode atribuir no caso, é o havê-lo curado de uma enfermidade de tipo psiquiátrica.

O caso do Epiléptico desenrola-se depois de Jesus ter regressado da Transfiguração, e se encontrar com os seus discípulos não tinham podido expulsar um demónio. Neste episódio têm procurado, como já dissemos, reduzir o exorcismo realizado por Jesus a uma simples enfermidade curada pelo poder de Jesus. De acordo com um especialista, os sintomas apresentados pelo rapaz corresponderiam a um ataque de epilepsia: 1. o enfermo grita; 2. em seguida o enfermo atira-se ao solo e perde a consciência; 3. continua a fase tónica caracterizada pela rigidez; 4. em seguida segue-se a fase clónica com movimentos convulsivos, a respiração torna-se difícil e sai "baba", corre-se neste momento o risco de que o enfermo morda a língua e ranjam os dentes; 5. finalmente vem a fase de recuperação, a qual sempre é larga e penosa. Todas estas coincidências provariam que o evangelho confunde a possessão diabólica com uma doença? Podemos dizer que foi uma cura ou um exorcismo o que realizou Jesus?

Nesta passagem encontramos: 1. Que se descrevem muitos dos fenómenos que se apresentam numa crise epiléptica, isto é devido a que muitas traduções têm procurado conduzir os sintomas do rapaz para esta doença. No entanto, o texto grego oferece-nos uma interpretação diversa. SPARASSEI não significa que o rapaz foi unicamente precipitado por terra, mas que foi "destroçado ou lacerado" da mesma forma que o arado o faz com a terra ao fazer o sulco (coisa que ocorre com frequência nos possessos o endemoninhados). Por outro lado apresentam alguns aspectos que não têm nada a ver com a epilepsia, como é o mutismo do rapaz, os impulsos suicidas ao arrojar-se ao fogo e à água; a reacção do rapaz ao encontrar-se com Jesus, todas as características que estão relacionadas a possessão diabólica. Por outro lado, de acordo com a experiência dos exorcistas, o demónio usa das debilidades do possuído incluindo as suas doenças. E vemos que os evangelistas distinguem perfeitamente entre possuído e enfermo, já que enquanto com os primeiros se estabelece um diálogo com o demónio e se dão reacções violentas que terminam com una ordem de Jesus, no segundo dá-se uma terapia, impõem-se as mãos, unge-se com óleo ou outro sinal de cura. É pois evidente que o demónio é uma realidade no mundo e que pode ser capaz de destruir uma vida.

O demónio obra neste mundo com o poder que a própria Escritura lhe reconhece, o mesmo que a experiência secular da Igreja. Esta acção exerce-a de dois modos: por meio da sedução e por meio da constrição. A primeira forma de obrar do demónio é também o que conhecemos como a tentação, e consiste em incrementar em nós o desejo, apresentando por meio de enganos, uma realidade que é em si mesma má e destrutiva, mas que sabe esconder muito bem sob a aparência de algo bom, como o podemos ver claramente tanto no paraíso como nas tentações de Jesus, onde se lhes oferece, o poder, o prazer e a glória. É a maneira como engana e captura as suas vítimas para levá-las ao pecado, que em certas ocasiões pode inclusivamente levá-las até a fazer um pacto com ele, a fim de ter tudo quanto lhe é oferecido. Isto em principio aparece como um bem, mas logo se desmascara descarregando sobre a sua vítima todo o seu ódio, destruindo a sua vida e tudo quanto tem em seu redor. Devemos saber e recordar sempre que Satanás não tem amigos, só escravos. É tão hábil que sabe desestabilizar a alma e levá-la aos seus terrenos como são o espiritismo, curandeirismo e em geral a busca do conhecimento à margem de Deus, de onde facilmente pode ir tendo maior participação na sua vida até inclusivamente chegar à possessão. Sobre estas práticas a própria Bíblia nos previne (Lv 19,26.31; 20,27; Dt 18,10-11; 1Re 28,7.9-10.13).

FORMAS DE ACTUAR DO DEMÓNIO

a. Malefícios e sortilégios

Dentro da constrição, podemos distinguir diferentes maneiras em que o demónio actua. Entre elas estão os maleficios e os sortilégios. Estes, ainda que não sejam comuns, pois a maior parte das vezes, se confundem com doenças de tipo psíquico ou e sobretudo com sugestões, a Igreja reconhece que existe uma forma de obrar do demónio na qual por meio de objectos e poções preparadas por aqueles que têm pacto com ele, são capazes de produzir males morais e inclusivamente físicos nas pessoas.

É comum escutar pessoas que dizem: “fizeram-lhe um trabalhinho”. Isto refere-se precisamente a esta forma de actuar do demónio sobre terceiras pessoas, as quais podem ver-se afectadas gravemente por enfermidades e desgraças para que não encontram nenhuma explicação científica nem normal.
Quando uma pessoa suspeita que foi vítima de um destes males é necessário recorrer a um sacerdote que conheça disto para que ore sobre ele e possa assim libertá-lo do maléfico ou “factura” que o está perturbando o afectando fisicamente (é por isso que esta oração se chama “oração de libertação". Se o malefício foi feito por uma pessoa que tenha muito poder com Satanás, não bastará a oração de libertação, mas inclusivamente será necessário recorrer ao exorcismo. Normalmente, nem o próprio demónio, por ser tão soberbo, dá muito poder aos bruxos, e geralmente quem foi vítima de um “trabalhinho” pode ser libertado dentro da oração de libertação.

Devemos dizer em continuação, que um dos grandes enganos do demónio é levar junto com o afectado outras pessoas em suas garras. Isto consegue-o quando em lugar de recorrer a um sacerdote, se remete a outro bruxo, com o qual não só piora a situação do afectado mas o demónio aproveitará para causar dano inclusivamente aos que o acompanham ou sugerirem a visita ao mago ou bruxo.
Nos casos em que isto está ligado a objectos, estes devem ser tratados com muito cuidado e por alguém que sabe disto com o fim de evitar danos maiores. O demónio é um ser perverso e utiliza tudo quanto está ao seu alcance para destruir. Como já dizíamos, as vítimas não só são aqueles a quem foi feito o malefício, mas também quem o procurou, pois entrou a tomar parte activa em proveito do próprio demónio.

Por isso acudir com magos, feiticeiros e curandeiros longe de resolver qualquer problema pioram-no e dificultam, pois o que poderia ter sido algo relacionado com a Psicologia pode transformar-se numa verdadeira enfermidade espiritual e inclusive numa perturbação ou uma possessão diabólica. Quem o fez por ignorância para conhecer o futuro, pode estar também ele ou algum dos membros da sua família com malefício. Se se visitou a um destes feiticeiros é necessário confessar-se e pedir ao sacerdote que junto com a absolvição ore pedindo a libertação e rompendo qualquer caso de perturbação demoníaca que se pudesse haver estabelecido com a pessoa.

(Atenção! Mesmo que estes curandeiros tenham imagens de santos e pareçam rezar, essas orações são falsas. Se parecerem ser boas pessoas e estar de boa fé, mesmo assim estão a usar a magia e a adivinhação. A pessoa que os consulta está a abrir portas para a entrada do demónio nas suas vidas. Se parecem curar, essas curas ou são provisórias, para enganar melhor, ou a doença é transferida para outra pessoa da família ou se modifica noutra doença pior, que continua a trazer a pessoa acorrentada ao mago e aos poderes ocultos. Não se deve aceitar nunca, receber de suas mãos coisas por eles preparadas, sejam líquidos, pós, amuletos, imagens ou medalhas, pois tudo isso traz o mal consigo). NT.

b. A possessão

A forma mais grave de intervenção do demónio é a possessão. Nesta situação quem é possuído pelo demónio, pode padecer uma série de enfermidades físicas e psicológicas que o martirizam terrivelmente todas elas sem cura e sem razão aparente. O demónio actua de dentro (pelo que se chama possessão) deixando inclusivamente muito prejudicada a liberdade, pelo que se podem chegar a cometer acções perversas por conta do demónio.

Ainda que não seja comum que o demónio chegue a possuir a uma pessoa, como vimos directamente na experiência de Jesus, isto pode ocorrer. Para a libertação deste mal no homem, é necessário recorrer a um exorcista, o qual não só tem que ser um sacerdote, mas que tem que ter o mandato expresso do Bispo para poder realizar a expulsão de Satanás.

Quando falamos de possessão falamos de palavras maiores e o exorcismo é um combate espiritual que mantém o sacerdote com Satanás. Quem não está preparado para enfrentar esta luta pode receber sérios danos na sua pessoa e na sua saúde como nos narra a passagem dos Actos dos apóstolos (Act 19,15-16).
Se alguém pensar que ele ou algum dos seus familiares ou amigos se encontrara nesta terrível situação, é necessário acudir ao sacerdote para que ele, assim que possível o remeta ao exorcista da diocese e desta maneira começar o processo de libertação e exorcismo. Acudir com qualquer outra pessoa, sempre resultará numa situação mais grave que a que já se tinha.

Para realizar o exorcismo, muitas vezes o sacerdote se vale da intercessão de pessoas de provada virtude e oração que durante a sessão de exorcismo oram e intercedem para que o sacerdote possa lutar contra o demónio.
Hollywood distorceu grandemente o que é em si a possessão e o exorcismo. Estas acções são realmente terríveis e nada têm que ver com o que se apresenta na televisão ou nas películas.

Finalmente diremos, a esse respeito que o Demónio usa da "constrição (em qualquer das duas formas)" sobre dois tipos de pessoas: a) Aquelas que se abandonam a ele com o pecado ou com o pacto; e b) Aquelas que constituem um perigo para seu reino. Nos santos e em quem busca com radicalidade a santidade, o demónio produz neles o que se conhece como "obsessão", a través da qual busca desestabilizar a sua acção, fazê-la ineficaz, e que finalmente desistam deste propósito. Para isso usa de todos os meios ao seu alcance incluindo a perturbação física.

OS TERRENOS DE Satanás A SUA INFLUÊNCIA

a. Consulta de magos E adivinhos

Para que o demónio possa “perturbar” uma pessoa, isto é ter acesso a ela de maneira directa ou indirecta, é necessário, a parte da permissão de Deus, ou que a própria pessoa se tenha exposto ao que se conhece como “os terrenos ou domínios de Satanás”. Isto refere-se a actividades nas quais o demónio tem uma participação directa e activa. Entre elas estão: a leitura das cartas e da mão, a consulta de magos ou adivinhos, e tudo o que seja busca do conhecimento à margem de Deus (incluídos os Horóscopos e a Ouija). Estas actividades, das quais a maioria são charlatanismo que só buscam o dinheiro, debilitam a fé que é o nosso escudo, porque se põe a confiança não no Deus providente, no Deus que nos ama e que faz que “todas as coisas cooperem para aqueles que o amam”. Mais grave ainda é feito de que alguns destes elementos de adivinhação são, como já vimos, verdadeiramente dirigidos por Satanás, o qual conhece nosso passado e pode conhecer também nosso futuro, e que revela àqueles que se dedicam a esta actividade como verdadeiros servidores do demónio. Quem tem a desgraça de topar com um destes, pôs em grave risco a sua vida espiritual e muitas vezes inclusivamente psíquica e física, pois o demónio nunca deixa de cobrar o que se lhe deve.

b. O curanderismo
Outro dos terrenos favoritos de Satanás encontra-se no “curandeirismo”, o qual é uma mescla (sincretismo) de fé com medicina ervanária (a qual não é má) e práticas supersticiosas (amuletos e talismãs). Presume-se que mediante a reza de certas orações acompanhadas de ervas, comidas ou bebidas, ou o uso de alguns objectos, a pessoa pode obter a saúde. Recordemos que nada nem ninguém pode condicionar a Deus, que é livre e não se condiciona pelas nossas práticas religiosas. Pensar que rezando um número determinado de orações específicas, enquanto se realiza uma acção determinada (comer, beber, executar algum outro sinal) dará a saúde ao doente é equivoco e perigoso para a fé. Se o enfermo não se cura (coisa que sucede de maneira ordinária), não só perderá a fé no curandeiro, mas e principalmente no próprio Deus que é “ineficaz”, com o qual o demónio terá conseguido o que desejava: Afastar-nos de Deus.

Muito relacionado com isto está o que no México se conhece com o“Fidencismo” no qual os “Cajitas” (pessoas que supostamente guardam em si o espírito do “Niño Fidencio”) fazem crer às gentes que têm o poder para curar. Para isso pedem àqueles que os procuram (além de uma suculenta soma de dinheiro) a reza de algumas orações e a prática de alguns ritos de tipo totalmente pagãos nos quais de ordinário se ofende a própria dignidade da pessoa. Sinal da sua irreligiosidade é a substituição do rosto da Santíssima Virgem de Guadalupe pelo de “Niño Fidencio”. A ignorância religiosa e a falta de fé no Deus de amor, no Deus providente, é a causa de muitos males. «A superstição é o desvio do sentimento religioso e das práticas que impõe. Pode afectar também o culto que damos ao verdadeiro Deus, por exemplo, quando se atribui una importância, de algum modo, mágica a certas práticas, por outro lado, legítimas ou necessárias. Atribuir a sua eficácia apenas à materialidade das orações ou dos sinais sacramentais, prescindindo das disposições interiores que exigem, é cair na superstição (cf. Mt 23,16-22)» CIC 2111

c. A superstição

Um terreno que tem sido sempre utilizado pelo demónio para confundir os cristãos debilitar a sua fé é o uso de amuletos e talismãs. Com eles consegue que em lugar de confiar na providência de Deus e caminhar na fé, a vida e a segurança estejam postas em objectos. A maior parte destes objectos não têm nenhum valor se não a superstição que se cria em redor dela, no entanto o demónio pode utilizar alguns para causar o mal.

Vale-se também da ciência a qual, pela ignorância e pelo desejo de conhecer o futuro desvia o coração e a fé. Isto faz que se lhe atribuam poderes “mágicos” ou “sobrenaturais” às pirâmides, aos quartzos e outros objectos. Isto é promovido geralmente por ciências estranhas ao cristianismo como a Dianética, o Controle mental e o yoga, as quais se apresentam como boas e inofensivas mas a realidade é que com o tempo desviam a fé e podem dar oportunidade ao demónio de perturbar nossa vida. O demónio é um ser real, capaz de destruir ou perturbar a nossa vida e a nossa felicidade; a graça, a oração e a vida sacramental protegem-nos da sua acção e sobretudo fazem-nos viver no amor de Deus.

Com grande razão nos diz o Catecismo que: «Todas as práticas de magia ou de feitiçaria mediante as quais se pretende domesticar potencias ocultas para pô-las ao seu serviço e obter um poder sobrenatural sobre o próximo – ainda que seja para procurar a saúde -, são gravemente contrárias à virtude da religião. Estas práticas são mais condenáveis ainda quando vão acompanhadas de uma intenção de fazer mal a outro, recorram ou não à intervenção dos demónios. Levar amuletos é também reprensível.

O espiritismo implica com frequência práticas adivinhatórias ou mágicas. Por isso a Igreja adverte aos fies que se guardem dele. O recurso às medicinas chamadas tradicionais não legítima nem a invocação das potencias malignas, nem a exploração da credulidade do próximo» CIC 2117

d. O uso do Ouija

Um jogo que parece inofensivo e inclusivamente divertido pode não o ser tanto. É comum encontrar nos supermercados um “Jogo” que se chama “Ouija”. Este consiste numa tábua com uma série de números e letras e uma pequena tabuinha em forma de agulha sobre a qual se põem as mãos. O “jogo” consiste em perguntar à “Ouija” sobre alguns aspectos para que ela nos adivinhe guiando a pequena tabuinha em forma de agulha até às letras e números para formar palavras. Isto não é um jogo… mas uma CILADA DO DEMÓNIO. É certo que, algumas vezes, a tábua é dirigida pela pessoa de maneira intencional, no entanto, com o tempo se darão conta de que a tábua começa verdadeiramente a guiar a quem tem as mãos postas nela e a indicar palavras que vão formando frases sobre aspectos “secretos” o “futuros” das pessoas. Isto é ADIVINHAÇÃO, a qual está proibida por Deus tanto no Antigo como no Novo Testamento. Alguns pais de família não dão importância a isto (e lamentavelmente alguns sacerdotes tão pouco) pensando que é um jogo inofensivo… ¡NÃO O É! Não é raro encontrar-se com pessoas que têm sérios transtornos de tipo emocional, psicológico e inclusivamente físicos, sem uma causa aparente. Estados crónicos de depressão, angústia, insónia, e inclusivamente alterações da saúde física sem que os médicos identifiquem qual é a causa da enfermidade. É interessante descobrir que a maioria destes casos (para não dizer que todos) “jogaram” alguma vez em su vida com a Ouija.

O ENGANO DO DEMÓNIO NO MUNDO DE HOJE

a. A indiferença religiosa – o olvido de Deus

Já dissemos mais acima como uma das tácticas favoritas do demónio, para poder actuar com mais liberdade e eficácia é o de persuadir a gente de que ele não existe. De facto, podemos dizer que o grande êxito em nossos dias de Satanás, é o ter substituído a sua acção directa, a qual suscitava medo, por uma acção orgânica e anónima, invisível, a qual avança no tecido social sem ruído, sem deixar a assinatura do príncipe deste mundo, o qual se serve de agentes humanos, estrategicamente colocados para conseguir a sua presença e a sua acção no mundo. Desta forma procura governar sem aparecer. É desta maneira que está conseguindo (e disto somos testemunhas todos nós), a exaltação do homem e a marginação de Deus; a tentação no Paraíso, tida como mito, vem tomando forma concreta na nossa sociedade: "Serão como deuses" (Gen 3,5). Isto causou uma recusa sistemática de Deus em muitos sectores da humanidade, a qual mascarada no "laicismo" vai fazendo de Deus, não o órgão que governa as consciências, mas simplesmente um ser marginal ao qual se dá culto ao domingo (se acaso dá), mas que está, mais ainda, que deve estar à margem da vida, pois a sua acção só impede o crescimento do homem. Assim Deus não só deixa de ser o Senhor da vida, mas a sua figura converte-se na de um tirano que oprime o homem e o confina à obscuridade da razão, principio do grande estratagema do demónio com Adão e Eva. (cf. Gen 3,3).

Podemos dizer que depois da fase agressiva do século XIX e principio do XX, Deus, desintegrado das consciências, veio a ser o grande ausente. Podemos constatar como o ateísmo tomou agora a forma de "agnosticismo", que segundo alguns dados, se calcula que a continuar esta tendência secularizante, para o século XXI haverá uma proporção de 4 para 1 (de cada quatro indivíduos três serão agnósticos e um crente).

A humanidade adolescente do século XIX, fez do progresso um ídolo. Quase poderíamos escutar a voz enganadora do Demónio: "Homem! Já és um adulto. És o dirigente e senhor do mundo. Tu possuis a ciência. Tu não tens necessidade de Deus nem da providência. Com a ciência poderás vencer a pobreza, a doença, a guerra e inclusivamente até a própria morte. Deus tinha-te como escravo, mas olha-te agora já um adulto feito pronto para a liberdade. Dá-te pois conta de que Deus não existe, tu podes agora decretar IMPUNEMENTE, o que tu quiseres (incluída a morte de Deus), pois tu és agora o Deus DO FUTURO.

Gente como Karl Marx (1818-1883), Lenine (1870-1924), Auguste Compte (1798-1857), Charles Darwin (1798-1857), Friedrich Nietzsche (1844-1900), Sigmund Freud (1856-1939) e Jean-Paul Sartre (1905-1980) são entre outros alguns dos que contribuíram poderosamente para diluir e inclusivamente a desarreigar a ideia de Deus na sociedade. Vemos hoje em dia que todos os esforços feitos pelo homem para vencer a fome, a pobreza, a doença e a morte, têm sido em vão, e que inclusivamente nunca como hoje o homem vive numa situação de miséria física e/ou espiritual como nunca na sua história a havia vivido. E é que o homem ao esquecer a sua origem e o seu destino veio a cair no absurdo. Vemos com tristeza que a principal indústria do nosso planeta é a fabricação e venda de armamento. A droga estruturou-se a um nível mundial e é capaz de envenenar a toda a nossa juventude. O próprio amor foi-se convertendo pouco a pouco, mas com passo firme, em simples erotismo, o qual se preocupa unicamente de gozar sem conceber, ou o que é pior de conceber mas sem gerar, com o que se converteu num instrumento de morte. O aborto, legalizado e impulsionado, muitas vezes subsidiado, é causador hoje em dia de mais mortes do que as que se realizaram nos campos de extermino em todo o mundo. Tudo isto não é senão o rasto que vai deixando o "príncipe deste mundo" em seu afã por destruir a vida e a felicidade do homem.

b. O satanismo

Todo o anterior tem servido como caldo de cultivo para o que conhecemos como o Satanismo, o qual, pode ir desde o seu culto até ao pacto diabólico, no qual, o demónio continua como fez com Cristo, oferecendo o mundo inteiro a troco da alma do seu adorador. O satanismo, ainda que tenha existido sempre, pode dizer-se que nunca como agora tenha tido um desenvolvimento tão forte e sobretudo aberto e organizado, causado principalmente pelo reconhecimento legal que em muitos lugares se lhe deu (sob a permissão da liberdade de culto, sem pensar que este culto é o principal destruidor da própria liberdade e da sociedade).

Como o principal exponente pode considerar-se a Aleister Crowley (1875-1947) nascido em Inglaterra, o qual, foi conhecido como o "homem mais perverso da história", nome do qual o próprio se vangloriava. Morreu aos 70 anos, totalmente destruído pela droga e abandonado por todos os seus seguidores. Nas "missas negras que praticava", realizavam-se sacrifícios de animais e grandes orgias no meio de droga e masoquismo. Na actualidade, os seguidores destas seitas, têm chegado a praticar sacrifícios humanos e a comer o coração das suas vítimas. Um dos exemplos mais notórios a nível mundial destas seitas é a de "Final Church" a qual foi responsável pela morte e massacre da famosa artista Sharon Tate em 8 de agosto de 1969.

c. A música satânica e o Rock pesado

Um dos meios pelos quais se tem difundido esta doutrina e perversidade, é sem lugar para dúvidas o que se conhece como "Hard Rock" o "Rock Pesado" também conhecido como "Heavy Metal Rock". Este meio tem sido usado pelos seguidores do satanismo para promover sobretudo a violência, o desenfreio sexual e a droga. Mick Jagger, cantor dos Rolling Stones dizia há uns anos: "O Rock o que necessita é de mais sexo, mais droga e mais satanismo". Alguns dos seus êxitos foram: Sympathy for the devil (Simpatia pelo diabo); Dancing with Magíster D (Dançando com o "senhor" diabo); To their satanic majesties (Dedicado às "majestades" satânicas). Muitos destes grupos usam os seus discos para dar culto a Satanás, o que conseguem gravando em sentido contrário a como normalmente se ouvem os discos, louvores a Satanás, sons de bestas, uivos, etc... outras vezes (menos), fazem referencias a diferentes nomes satânicos em suas gravações e misturam mensagens subliminares que convidam ao desenfreio em todos os aspectos. Em suas roupas levam sinais e frases dedicadas ao demónio. Em suas apresentações comportam-se como loucos, ou melhor, como possuídos por espíritos satânicos, chegando em alguns dos seus concertos a lançar tinas que contêm sangue e vísceras de animais.

Para passar as mensagens subliminares utilizam frequências que o consciente não registra (abaixo de 20 Hz ou acima de 17,000 Hz.) mas que são capazes de produzir no corpo uma substância chamada "endorfina" a qual é uma espécie de droga natural. Isto faz com que a gente se sinta elevada, e move-a interiormente a buscar a droga, ou se já se é drogado a aumentar a dose. Algumas mensagens subliminares encontradas nos discos são; Satanás é Deus (Back Sabat); Oh Senhor Satanás, eu te desejo (Led Zeppeling); Biem vindo Satanás, aceita o nosso pacto, Bem vindo ao Show (Electric Ligth Orchestra); Satanás está em mim (Michel Jackson) e outros mais. Isto sem tomar em conta as centenas de canções que hoje se escutam, nas quais há mensagens abertamente satânicos (sobretudo nos Estados Unidos). De tudo isto derivou uma série de doenças que vão desde a perda do ouvido (pelos altos volumes e as frequências das canções), até doenças cardiovasculares, perda do equilíbrio físico, perturbações de carácter físico-sexual e mudanças importantes no nível da insulina do sangue (propensão a diabetes). Alguns bloqueios morais se desmoronam ante a influência deste tipo de música, como claramente o diz Bob Larson na sua reportagem sobre o Rock: "O rock não é um passatempo inofensivo. É uma droga mais mortal que a própria heroína, a qual está envenenado a vida dos nossos jovens".

O Heavy Metal Rock e o satanismo derivaram no que hoje se conhece também como o Rock "satânico" o qual de acordo com algumas estatísticas é o responsável por uma grande quantidade de suicídios entre os jovens (sobretudo nos Estados Unidos). Muitas destas canções em suas letras incitam a este comportamento. Além de tudo isto, os cultos satânicos e o satanismo em si, convida e provoca à criminalidade "satânica": não só à profanação de cemitérios ou das sepulturas, a necrofilia e os malefícios de todo género, e inclusivamente aos homicídios rituais. Sem ir mais longe faz uns quantos anos, na cidade de Matamoros, Tamps., foram assassinadas 24 pessoas, as quais queriam assegurar a ajuda do demónio para o tráfico de drogas.

Ante isto cabe perguntar: por que não se faz nada? A resposta é a que temos vindo a dar desde o início: Satanás sabe esconder-se muito bem e agora tem feito crer às pessoas que não existe. Assim os assassinatos e todas as outras desordens têm alguma explicação de tipo psicológico ou moral. É pois importante que sobretudo os jovens aprendam a reconhecer a sua presença e a fugir dela.

OS FANTASMAS

Relacionados com todo este mundo espiritual do demónio estão os “aparecidos” e os fantasmas. A Sagrada Escritura diz-nos: “Está escrito que o homem morra uma só vez e que depois disso venha o juízo.” Heb 9,27. Isto é, que uma vez que alguém morre não regressa mais a este mundo. O próprio Jesus na parábola do “rico epulão e Lázaro” assim o diz (pode ver Lc 16,16-31). Portanto, todas essas histórias de “aparecidos” e fantasmas podem ter duas origens: Uma física que estaria relacionado com situações psicológicas nas quais as pessoas imaginam as coisas, muitas vezes com tal realismo (geralmente por situações de tipo esquizofrénico ou paranóico) que inclusivamente poderiam dizer que são tocadas pelas pessoas que crêem ver. A outra origem é de tipo demoníaco, onde o Inimigo faz ver as pessoas ou que ele quer. Nestes casos, podem escutar ruídos, e inclusivamente moverem-se objectos de maneira violenta (portas que se abrem, luzes que se acendem, etc.,) Isto tem a mesma gravidade que a possessão, pois é real e evidente a presença do demónio. Nestes casos é necessário de novo recorrer ao sacerdote, que benzendo a casa e convidando a todos a viver em graça, geralmente os aparecidos e ruídos desaparecem. Em ocasiones onde tenha havido missas negras, se tenha praticado a magia ou a bruxaria, consultado a ouija, etc., será necessário realizar inclusivamente um exorcismo, o qual deverá ser feito por um sacerdote que tenha este poder recebido do Bispo.

Devemos eliminar, como contrário à fé recebida da Igreja que estas aparições sejam, o que se conhece como: “almas penadas”. Isto é pessoas que tendo morrido a sua alma continua vagando pelo mundo. Isto não é verdade e só promove a superstição e acerca os crédulos e aos terrenos do demónio.

A DEFESA CONTRA A AÇÃO DO DEMÓNIO

Mencionemos quais são as armas com que conta o cristão e o modo de manter este "combate" espiritual contra Satanás e seus aliados. Podemos dizer que existem "armas" ordinárias e extraordinárias. Dentro das armas ordinárias toma o primeiro plano A ORAÇÃO, que junto com a PENITÊNCIA formam o bloco que dificulta e restringe a acção do demónio (Cf. Mt 26,41). De maneira que podemos dizer que quando o cristão ora e jejua (faz penitência), não só fortalece a acção contra a tentação e o pecado, mas que se mantém em guarda contra os ataques do demónio. A isto se pode juntar algumas orações especificas que a Igreja sempre recomendou contra a acção do demónio como são: A consagração a Deus por meio de Maria Santíssima, já que ela é a inimiga vitoriosa da "serpente" de acordo com Gen 3,15 e Ap 12. Uma oração que reforça a nossa união com Deus é a da "Regina Caeli", assim como a oração de S. Miguel Arcanjo, feita pelo Papa Leão XIII, que a escreveu para que se rezasse depois de cada missa, como produto de uma visão que teve sobre o terrível projecto de Satanás sobre a Igreja. De facto, o Papa João Paulo II convidou continuamente a que não se esquecesse a rezo quotidiana de tão poderosa oração.

Por outro lado temos a prática do jejum e em geral todas as práticas ascéticas, as quais de acordo com Jesus são uma das armas mais importantes para proteger-se e lutar contra o "adversário" do Reino ("Este tipo de demónios não saem senão for com o jejum e a oração" Mc 9,29). A renúncia voluntária às coisas boas da vida, exercitam-nos para renunciar àquelas que se nos apresentam como uma tentação. Todos os santos, que tiveram que combater contra o pecado e em muitas ocasiões com manifestações expressas do demónio, não cessam de recomendar o jejum como uma das armas mais eficazes contra as armadilhas do maligno.

As outras duas armas com que conta o cristão para a sua luta espiritual contra o pecado e as armadilhas de Satanás, são os sacramentos e os sacramentais. Os primeiros, sendo uma acção e participação directa de Jesus no cristão, são a maior defesa contra o poder do Maligno e fonte de fortaleza espiritual para prevenir o pecado. A Eucaristia e a Reconciliação frequente, fazem que o cristão possa avançar na vida com a vitória de Cristo. Estes dois sacramentos fortalecem toda a vida espiritual de quem os recebe impossibilitando a acção do demónio. Isto traz por consequência, paz e harmonia interior. Finalmente temos os sacramentais como são os crucifixos, as imagens de Jesus e da Santíssima Virgem, água benta, as medalhas bentas, e de maneira particular a "Cruz de S. Bento" a cuja bênção está ligado um exorcismo. Todos estes sacramentais, na medida em que se usam com fé e com a aprovação da Igreja, vêm a ser uma importante ferramenta para manter-se em santidade e em guarda contra os ataques do demónio.

Sobre as práticas ascéticas devemos dizer que o próprio Jesus nos deu mostras da eficácia do jejum, no combate contra o demónio e a tentação quando no início do seu ministério jejuou durante 40 dias com o fim de estar preparado para o momento da prova (Lc 4,5.9). Depois da ressurreição do Mestre, os seus discípulos imitaram-no e com isso iniciaram a evangelização das nações (At 13,3). E ao abster-se de alimento, que é a força e a energia do corpo, o homem abandona-se à força e à eficácia do poder de Deus. É de alguma forma renunciar às nossas próprias forças, para dar a Deus toda a liberdade de actuar em nós e a través de nós. É ao mesmo tempo uma privação que permite ao Espírito Santo dar ao homem mais lucidez na tomada das suas decisões. Se o cristão quer viver uma vida plena na graça e deixar que se desenvolva nele a vida do amor e desta forma estar protegido contra as armadilhas do demónio, deve orar e jejuar com frequência.

Um dos elementos mais efectivos para ter afastado o demónio e a todas as suas seduções, é o amor a Maria Santíssima a quem Satanás teme e o faz temer de raiva e de impotência. Enquanto que o demónio combate do exterior, por meio da violência e da sedução, Maria inspira, do nosso interior, a força que vem só de Deus. Satanás inspira o ódio que destrói e desintegra enquanto, que Maria nos inspira o amor que reinará para sempre. Daí a necessidade de uma piedade mariana que mantenha à distância o inimigo e que nos ajude a resistir no momento da tentação. É testemunho de todos os santos a eficácia da intercessão de Maria, nos momentos de tentação e ataque do demónio. Por isso, a arma indispensável do cristão é a reza diária do rosário, o uso do escapulário da Virgem do Carmo e alguma medalhita, sem esquecermos de nos entregarmos à Chama de Amor do Imaculado Coração de Maria que cega a satanás.

Finalizamos esta catequese sobre o nosso adversário, o diabo, com 10 sugestões ou práticas que nos ajudam em nossa luta espiritual:
1) Mantém a porta do teu coração sempre limpa. Cerra-a ao mal e ao maligno. Conserva a tua vida em ordem: o ter, o poder, o saber, o amor, devem estar referidos sempre só a Deus, pois Ele é a fonte de todo o bem.
2) Toma a via excelsa do jejum.
3) No tomar parte em nenhuma prática de espiritismo ou de ocultismo sob nenhuma das suas formas (Ouija, leitura de cartas, horóscopos, meditação transcendental, Reiki, Fidencismo, etc.) São enganos que envenenam a tua vida.
4) Escolhe bem os projectos e os objectivos da tua vida. Estes devem ajudar-te a construir a tua vida como uma cidade aberta a Deus e bem protegida contra os ataques do inimigo.
5) Nas tentações violentas ou obsessivas de um bem ou de um prazer, afasta-te e não te deixes provocar nem absorver. Busca imediatamente outras coisas em que pensar ou em que entreter-te, para manter ocupado o teu espírito e mobilizar as tuas forças. Desta forma a obsessão que procura enganar-te desaparecerá.
6) No que ser refere às tentações:
É importante saber que se ofereceste tudo a Deus, e depois de ter vivido na paz e no gozo espiritual, incompreensivelmente te encontras rodeado de obscuridade, de tentações, desgraças, e inclusivamente de padecimentos físicos, e tens a sensação de estar abandonado de Deus, ou de ser um estranho para Ele, deves saber que este supremo assalto do demónio pode ser uma prova saudável. Na noite, inclusivamente no desesperação que nos leva até à loucura, abandona-te a Deus. Ele é a única esperança, a única corda que pode suster-te quando estás no túnel escuro, no qual foste despojado de tudo. Neste túnel, no qual tens a sensação de precipitar-te vertiginosamente para o vazio, Deus te elevará para si, num estado de leveza que nunca antes tinhas experimentado. No entanto, a luz está só no final.
6) Não esqueças que tens um Anjo da Guarda. Encomenda-te a este guardião e a S. Miguel Arcanjo, que é o número um da milícia celestial, o qual luta por Deus e por ti contra o demónio. Como já temos dito, é fundamental no nosso caminho para Deus e na nossa luta contra o pecado e demónio, a nossa relação com Maria, por isso:
8) Abandona-te totalmente à Virgem. É tua Mãe na verdade. Ela pode ver mais longe que tu e protege-te. Não podes estar em melhores mãos. Mantém-te sempre em sua presença, pois ela te guiará até Deus.
9) Sobretudo, entrega-te TOTALMENTE a Cristo vitorioso, Deus Omnipotente, o qual quis participar inclusivamente da nossa debilidade humana. Ele te guiará no Amor, até ao Amor, sobre as asas do Espírito Santo que Ele próprio te enviou.
10) O demónio está vencido. Não tenhas medo e confia na vitória, não na tua, pois és débil, mas na de Cristo; não na das tuas débeis forças, mas na do Amor. Mantém sempre no teu coração a palavra do apóstolo S.Tiago: "Resistam ao Diabo, e ele se apartará de vós" (St 4,7).
Espero que tudo o que disse aclare a tua mente e o teu coração e te dê os elementos para não cair nem na superstição, e muito menos nas redes do demónio. Que o Senhor esteja sempre no teu coração e que a tua mão permaneça tomada da amorosa mão de Maria Santíssima.
Como Maria, tudo por Jesus e para Jesus.

Ernesto María, Sacerdote.
Agosto 4 de 2004

Fonte: http://www.recadosaarao.com.br    (visita recomendada)


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