Ateus britânicos vão pedir prisão do Papa por abusos na Igreja


12.04.2010 - Dois renomados ateus britânicos expressaram sua intenção de processar o papa Bento 16 pelo seu papel nos casos de abusos sexuais envolvendo padres da Igreja Católica em diversas partes do mundo.

Os escritores Richard Dawkins e Christopher Hitchens disseram que moverão um processo contra o papa tanto na Justiça do Reino Unido, país que o pontífice visitará em setembro, quanto na Corte Penal Internacional.

Dawkins, biólogo de formação, é um conhecido autor de livros que questionam a validade e a veracidade das religiões. Seu trabalho mais conhecido, "Deus, uma ilusão", vendeu mais de 1,5 milhão de cópias e virou um best-seller publicado em mais de 30 países.

Hitchens é filósofo e cientista político pela Universidade de Oxford, e colunista de diversas publicações, como "Vanity Fair", "Harper's" e "Granta".

A argumentação jurídica seguiria a mesma lógica da ação que culminou com a prisão do ex-ditador chileno Augusto Pinochet durante sua visita a Londres em 1998.

Os pensadores alegam que o pontífice "não é imune à prisão no Reino Unido" porque, apesar de ser o chefe do Vaticano, não é um chefe de Estado reconhecido pela ONU (Organização das Nações Unidas).

"Acredito que a Justiça britânica rejeitará (o argumento de imunidade do papa)", disse o advogado especializado em direitos humanos que representará os escritores, Mark Stephens.

"Se o papa viesse em visita de Estado, normalmente um chefe de Estado teria imunidade soberana. O que defendo é que ele não é um soberano, não é chefe de Estado, por isso não pode se valer dessa defesa."

Dawkins e Hitchens e seu advogado creem que podem acusar o papa de crime contra a humanidade.

Escândalos

Bento 16 tem sido alvo de críticas diante das inúmeras denúncias de abusos de menores que surgiram, porque ele chefiava o braço da Santa Sé responsável pela disciplina.

Em muitos casos o papa, então cardeal Joseph Ratzinger, é acusado de omissão. Mas no fim da semana passada veio a público uma carta de 1985 em que ele resiste à ideia de destituir das funções sacerdotais o padre americano Stephen Kiesle, acusado de abuso sexual.

O então cardeal Ratzinger afirmou na carta que o "bem da Igreja universal" precisava ser levado em conta em um ato como a destituição das funções sacerdotais.

O Vaticano confirmou a assinatura do cardeal no documento, revelado pela agência de notícias Associated Press.

Em resposta à divulgação da carta, o porta-voz do Vaticano disse que o documento foi apresentado "fora do contexto".

Fonte: UOL noticias

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Lembrando...

Apostasia declarada: Cientista inglês ateu é o líder de uma cruzada contra Deus

18.08.2007 - Para expor esse ponto de vista o cientista inglês Richard Dawkins, professor de compreensão pública da ciência na Universidade de Oxford, publicou no final de 2006 Deus, um Delírio (uma ilusäo). O livro, que chega este mês às livrarias brasileiras, é um grande manifesto ateu - mas, ironicamente, acabou se tornando um presente de Natal bem popular em países de língua inglesa. Nele, Dawkins afirma que as religiões não são só coisas sem sentido, como monstros de espaguete voadores. Elas também são altamente prejudiciais à sociedade.

"Meu grande sonho é a completa destruição de todas as religiões do mundo", dispara, com sua voz tranqüila, depois de dois minutos de entrevista. A Super conversou com o cientista em sua confortável casa de tijolinhos na cidade inglesa de Oxford onde, sentado no sofá e vestido como um perfeito inglês, de paletó, camisa social e colete de lã, ele completou o raciocínio: "Mas eu sei que isso é ambicioso demais.

Na verdade, eu quero atingir as pessoas que estão em cima do muro. Pensando no assunto, talvez elas percebam que não são religiosas". Radical ateu Dawkins é considerado um dos mais importantes intelectuais do mundo e um dos mais famosos divulgadores de assuntos científicos. Ele já publicou 8 livros, que venderam centenas de milhares de cópias e foram traduzidos em mais de 25 línguas, começando pelo best seller O Gene Egoísta, de 1976.

Do gene ao gênesis

O livro revolucionou a área de biologia evolutiva ao explicar a Teoria da Evolução de Darwin pelo ponto de vista dos genes. De acordo com sua perspectiva, a seleção natural não favorece os organismos mais adaptados à sobrevivência, mas, sim, os genes mais eficientes em se multiplicar. Depois que Darwin provou que os seres humanos não foram criados à imagem e semelhança de Deus - eles evoluíram a partir de animais mais simples -, Dawkins tirou os animais, as plantas e os seres vivos em geral do papel de protagonistas da evolução, afirmando que nós não passamos de máquinas de sobrevivência projetadas pelos genes. Agora volta sua bateria para Deus.

A maior parte das religiões afirma que estamos sendo acompanhados de perto por um ser superior e que isso dá sentido à nossa vida. Uma imagem tão confortante quanto sem sentido, na opinião de Dawkins. "Existe um propósito na nossa existência, que é a propagação do DNA. Pode não parecer muito nobre, porque não é o tipo de objetivo que as pessoas procuram", explicou em uma entrevista à BBC. Criado em um lar anglicano, Dawkins descobriu que era ateu aos 17 anos, quando se convenceu de que a Teoria da Evolução de Darwin explicava o mundo muito melhor do que qualquer religião. Mas, só agora, aos 65 anos, decidiu se dedicar de corpo e alma (ops!) a uma cruzada pela ciência e contra o obscurantismo.

Seu objetivo é combater o poder crescentedas religiões como forças absolutas e inquestionáveis - cita como exemplos o fundamentalismo islâmico e o que ele chama de talibã cristão nos EUA. "Supostamente os EUA são um Estado desvinculado de religião, mas George W. Bush está levando o país na direção de uma teocracia, dizendo que fala com Deus e que Deus lhe disse para invadir o Iraque", afirma.

O último iluminista

Para combater esse tipo de atitude, criou a Fundação Richard Dawkins para a Razão e a Ciência, que "tem como objetivo defender a ciência contra os ataques da ignorância organizada", definição que inclui tanto os defensores do ensino de criacionismo quanto as pseudociências (astrologia, homeopatia, ufologia etc.). A fundação pretende financiar pesquisas sobre a psicologia das crenças, apoiar a educação científica e ajudar a divulgação de idéias racionais.

Ele é o primeiro a reconhecer que suas opiniões são polêmicas. "Se você colocar meu nome no Google, vai encontrar um equilíbrio: há coisas muito negativas escritas por gente religiosa e coisas muito positivas escritas por gente não religiosa", se diverte. Ocorre que até entre os ateus existe gente que discorda de suas idéias, como o físico brasileiro Marcelo Gleiser.
"Acho que o Dawkins escreveu um livro provocativo para polarizar ainda mais as tensões entre ciência e religião, o que é inútil", reclama. "As pessoas se sentem ameaçadas pela ciência, achando que ela vai 'matar' os deuses. É essa distorção que os cientistas devem combater, e não a fé. A ciência não quer roubar Deus de ninguém", diz Marcelo.

Não há paz

Bem, não é bem isso que Richard Dawkins pensa. Ele discorda radicalmente da posição liberal de ateus como o paleontólogo Stephen Jay Gould, que afirmava que religião e ciência são assuntos que não se misturam e podem coexistir em paz, cada um ocupando partes diferentes da vida (e da mente) humana. Para Dawkins, isso não passa de duplipensamento, a técnica descrita por George Orwell no livro 1984: acreditar em duas coisas conflitantes ao mesmo tempo.

No caso, o Gênesis e a Teoria do Big-Bang. Em sua opinião, essa posição conciliadora mais atrapalha do que ajuda. Quem não se opõe abertamente às religiões ajuda, com sua omissão, a fortalecer o poder que elas já têm. Ainda assim ele nega que seja um radical: "As pessoas acham isso porque já se acostumaram a falar de religião sempre pisando em ovos", argumenta. "É possível questionar e discordar de alguém sobre economia, esporte ou qualquer outro assunto. Quando se trata de religião, é proibido falar qualquer coisa."

Em termos: as religiões vêm, sim, sendo questionadas em vários livros sobre ateísmo lançados recentemente. Dawkins faz parte desse movimento, ao lado de pensadores como os americanos Daniel Dennett (autor de Quebrando o Encanto) e Sam
Harris (autor de O Fim da Fé). Em sua casa é possível ver várias dessas obras, que são citadas em Deus, um Delírio, pelas estantes, em cima das mesas e até mesmo no banheiro.

Movimento dos sem-deus

O cientista compara a situação dos ateus hoje em dia com a dos homossexuais nos anos 50. Para mostrar o preconceito contra as pessoas sem religião, ele cita uma pesquisa feita pelo Instituto Gallup em 1999. Segundo o levantamento, 95% dos americanos votariam em uma mulher para presidente, 92% em um negro ou judeu e 79% em um homossexual. Mas
apenas 49% colocariam um ateu na Casa Branca."Enquanto o número de judeus nos EUA é muito menor do que o de ateus, eles são muito mais poderosos, pois foram capazes de se organizar e criar lobbies políticos para defender seus interesses", diz Dawkins. "Os ateus americanos, que são entre 20 milhões e 30 milhões, não fazem isso."

Na verdade, é difícil até mesmo perceber que a quantidade é tão grande, porque muitos deles evitam manifestar publicamente sua ausência de crenças. "Muita gente veio me agradecer por ter escrito o que elas não tinham coragem de dizer", se anima Dawkins. "Apesar de não ter escrito o livro pensando nessa conseqüência, agora eu acho que talvez a melhor coisa que ele pode fazer pelas pessoas é encorajá- las a sair do armário."

Ao que parece, a porta do armário foi arrombada: uma pesquisa feita em 2006 pela companhia Harris Interactive mostra que menos da metade dos ingleses, dos alemães e dos espanhóis crêem em Deus ou em algum tipo de ser supremo. Na França, são apenas 27% da população. No Brasil os números ainda são bem diferentes, mas dá para perceber que alguma coisa está ocorrendo (apesar de o questionário do IBGE não incluir a opção "ateu"). No censo de 1991, o número de pessoas que disse não ter religião foi de 4,7%. Já em 2000 esse percentual foi de 7,4%. Para Richard Dawkins, a pior coisa das religiões é a idéia de fé.

Andar com fé

A simples idéia de acreditar em algo que não pode ser provado é capaz de tirá-lo do sério - o que significa, para um britânico tão educado, levantar uma das sobrancelhas. "Fé é algo em que você acredita sem evidência. Pior: quanto mais absurdo o artigo de fé, mais virtuoso é o fato de se acreditar nele." Dawkins crê que a aceitação de dogmas pode levar a sérios problemas. "Disputas entre crenças incompatíveis não podem ser resolvidas com argumentos racionais", disse à revista online americana Salon.

"Cientistas discordam entre si usando fatos e evidências para decidir quem está certo. Mas é impossível argumentar racionalmente se você simplesmente sabe que o seu livro sagrado contém a verdade absoluta dita por Deus, e a pessoa do outro lado pensa a mesma coisa sobre o próprio livro. Não surpreende que, ao longo da história, fanáticos religiosos tenham lançado mão de torturas,execuções, cruzadas, jihads e guerras santas."

Fonte: Revista Superinteresante, agosto 2007

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Nota de  www.rainhamaria.com.br

Se Deus está morto... (assim dizem os ateus)

Certa vez, em Paris, alguém escreveu num muro: "Deus está morto! assinado: Nietzsche". E um outro, respondendo, escreveu embaixo: "Nietzche está morto! assinado: Deus".

"Deus não morre!", assim gritou Garcia Moreno, heróico presidente do Equador, ao cair vítima dos punhais assassinos dos inimigos da religião.

Evidentemente, Deus, eterno e imutável, não pode morrer. Caso contrário não seria Deus. Jesus Cristo, Deus e homem, morreu na cruz enquanto homem, não enquanto Deus.

Mas se Deus, objetivamente falando, não morre nunca, as pessoas podem matar Deus nos seus corações, isto é, nas suas consciências. É nesse sentido que o Apóstolo São Paulo fala que os que pecam crucificam de novo Jesus Cristo nos seus corações. Claro, quem peca, quem coincidentemente quer satisfazer a sua vontade, mesmo estando contra a vontade de Deus, tem desejo de que Deus não existisse naquele momento, e mataria Deus, se isso lhe fosse possível. Assim acaba matando-o no seu coração, na sua consciência.

Desse modo, o mundo de hoje, que "perdeu o senso do pecado", na expressão do Papa, vive como se Deus não existisse. Os homens mataram Deus, nos seus corações!

E, como disse Dostoievski, "se Deus está morto, tudo é permitido". A ausência de Deus nas consciências leva a todas as desordens morais, familiares, sociais e políticas. Como lamentava o Papa Pio XII: "uma economia sem Deus, um Direito sem Deus, uma política sem Deus". É a fonte de todo ódio, egoísmo, violência e império da sensualidade. É a causa última do caos atual.

E o contrário é obviamente verdadeiro. "O temor de Deus é o princípio da Sabedoria", como diz a Sagrada Escritura. Deus presente e respeitado nas consciências é o princípio da ordem e da felicidade pessoal, familiar, política e social.

Assim, a reforma do mundo, pessoal, político e social, só será real e séria, se começar pelas consciências. Aí está o papel do cristianismo verdadeiro na reforma da sociedade.

Por Dom Fernando Arêas Rifan,
Bispo Coadjutor da Administração Apostólica Pessoal
"São João Maria Vianney"
Artigo quinzenal para o Jornal "Folha da Manha"

 


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