Nossa Senhora Aparecida: Tradição explica origem do culto à Padroeira do Brasil


12.10.2006 - Data do início do século 18 o episódio que deu início ao culto de Nossa Senhora Aparecida. Em outubro de 1717, os pescadores Domingos Garcia, Felipe Pedroso e João Alves ficaram encarregados de garantir o almoço do governador de São Paulo e Minas Gerais, dom Pedro Miguel de Almeida Portugal, Conde de Assumar, e de sua comitiva, que visitavam a Vila de Guaratinguetá, no vale do Paraíba, a caminho de Vila Rica, atual Ouro Preto.


Após várias horas no rio Paraíba, os pescadores ainda não tinham conseguido pegar nenhum peixe, quando retiraram das águas o corpo da uma imagem de uma santa, sem cabeça. Em seguida, lançada a rede novamente, encontraram a cabeça da imagem. A partir daí, a pescaria foi tão boa que eles encheram suas canoas e cumpriram a sua obrigação com o ilustre visitante.

Os pescadores notaram que se tratava de uma imagem de Nossa Senhora da Conceição, feita de terracota e escurecida pelas águas do rio, medindo 40 cm de altura. A ela atribuíram o milagre da pesca farta.


O início da devoção
Durante 15 anos, Pedroso ficou com a imagem em sua casa, onde recebia as pessoas para as orações e a reza do terço. A devoção à imagem foi crescendo e muitas graças foram alcançadas pelos fiéis que a visitavam. Mais tarde, a família construiu um oratório para a santa, até que - por volta de 1734 - o vigário de Guaratinguetá resolveu erguer uma capela para a imagem de aparecida, no alto do Morro dos Coqueiros.

A capela foi aberta à visitação pública em 26 de julho de 1745. Conta-se que, nessa ocasião, um cavaleiro que passava por ali debochou dos fiéis que rezavam e resolveu invadir a capela a cavalo. Porém, a pata da montaria ficou presa num degrau e ele não só não conseguiu profanar o santuário, como tornou-se devoto de Nossa Senhora.

A essa altura, a imagem já era chamada de Aparecida e deu origem à cidade de mesmo nome, que se separou da cidade de Guaratinguetá. Em 1834 teve inicio a construção da chamada Basílica Velha, pois a capela já não dava vazão ao número de visitantes.


O manto e a coroa
Em 8 de setembro de 1904, foi realizada a coroação da imagem de Nossa Senhora Aparecida que passou a usar, oficialmente, uma coroa ofertada pela Princesa Isabel, em 1884, bem como o manto azul-marinho. Em 1908, o santuário recebeu o título de Basílica menor.

O ano de 1928 marcou a passagem do povoado nascido ao redor do Morro dos Coqueiros a município e, um ano depois, o papa Pio 11 proclamava a santa como Rainha do Brasil e sua padroeira oficial. Com o numero cada vez maior de romeiros, em 11 de Novembro de 1955 teve início a construção de uma igreja maior, a atual Basílica Nova.


A Basílica Nova
O arquiteto Benedito Calixto de Jesus Neto (neto do célebre pintor religioso paulista) idealizou um edifício em forma de cruz grega, com 173m de comprimento por 168m de largura; as naves com 40m e a cúpula com 70m de altura, capaz de abrigar 45 mil pessoas. Os 272 mil metros quadrados de estacionamento comportam 4 mil ônibus e 6 mil carros. Tudo isso para atender cerca de 7 milhões de romeiros por ano e as comemorações do dia da Padroeira, que acontecem a 12 de outubro.

O templo foi consagrado pelo papa João Paulo II no dia 4 de julho de 1980. Quatro anos depois, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) declarou oficialmente a Basílica de Aparecida, Santuário Nacional; o "maior Santuário Mariano do mundo". Distante 160 Km da cidade de São Paulo, a cidade de Aparecida tornou-se conhecida como a "Capital Mariana da Fé".

Fonte: UOL       por Cristina Von, é escritora e pesquisadora


 


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