Brasil: Vigília contra julgamento do STF sobre aborto tem até exorcismo


11.04.2012 - Um grupo de religiosos faz vigília desde terça-feira em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Os católicos se uniram a evangélicos e espíritas em orações, pedindo que os ministros do STF rejeitem a descriminalização do aborto em caso de fetos anencéfalos.

O padre Pedro Stepia, da Paróquia de Lagoa Azul, do Novo Gama, em Goiás, fez hoje uma sessão de exorcismo para afastar "os maus espíritos". "A intenção aqui é dizer sim para a vida e não para a morte. Esses ministros do STF não têm poder legislativo e não podem desprezar o desejo do povo", disse.

O padre informou que o grupo espera caravanas de várias partes do País, que se unirão em frente ao prédio do Supremo. A ideia, segundo ele, é manter a manifestação até o fim do julgamento, mesmo que dure mais de dois dias. "Defendemos o espírito da verdade e estamos unidos com todos os irmãos que pensam da mesma forma".

Os religiosos carregam imagens de Nossa Senhora de Fátima e de Nossa Senhora Aparecida, além de crucifixos, cartazes com imagens de fetos e faixas apelando pelo direito à vida. Na tentativa de evitar tumultos, a segurança do STF cercou o prédio com aramado, mas há uma entrada para os interessados em acompanhar o julgamento dentro do plenário. A previsão é que a sessão comece por volta das 9h.

Fonte: Terra noticias

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Dioceses de todo o Brasil rezarão  pela vida e contra a legalização do aborto dos anencéfalos.

Respondendo ao apelo da CNBB, realizado na última sexta-feira através de uma carta assinada pelo seu presidente, o Cardeal Arcebispo de Aparecida, Dom Raymundo Damasceno e demais membros da presidência da entidade,arquidioceses e dioceses em todo Brasil farão vigílias pela vida nesta terça-feira pedindo que na votação de amanhã, 11, o Supremo Tribunal Federal não aprove a ADPF 54, um recurso que legalizaria o aborto de bebês diagnosticados com anencefalia.

Em Brasília, os movimentos pró-vida Legislação e Vida (de São Paulo) e Pró-Vida e Família (de Brasília) estarão organizando hoje uma grande vigília em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal que terá início às 18h e contará com a presença de líderes e defensores da vida de todo o país, além da presença de artistas que apóiam o direito a nascer de todos os bebês brasileiros como a cantora Elba Ramalho.

Elba, que em um emotivo testemunho à Canção Nova confessou ter feito um aborto e hoje é uma das mais destacadas defensoras da vida nascente no país animará a noite e rezará com os pró-vidas que se reunirão na capital brasileira para pedir que o Supremo não legalize o aborto dos anencefálicos.

Por sua parte, Dom Carmo João Rhoden, bispo de Taubaté e líder do movimento Legislação e Vida, convidou todos os brasileiros a participarem da grande vigília na Praça dos Três Poderes hoje.

Em entrevista exclusiva a ACI Digital Dom Roden afirmou: “Eu quero aliar minha voz à dos meus colegas do Episcopado que estão conclamando os católicos a que rezem, escrevam, se relacionem com o STF no sentido de lutarmos para que não seja aprovada a ADPF 54 que visa a morte das crianças portadoras de anencefalia”.

“A Igreja é a favor da vida. Luta pela vida. Briga pela vida. Jesus veio para que todos tivessem vida. Nós, que somos Seus discípulos queremos o mesmo. Portanto, somos contra toda espécie de aborto diretamente provocado. Queremos que a dignidade da pessoa humana seja reconhecida, especialmente no caso das crianças portadoras de anencefalia”, asseverou o bispo de Taubaté.

Na arquidiocese de São Paulo (SP), os católicos também se reunirão para rezar pela vida. Em unidade com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o cardeal Dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, solicitou ao clero e a todos os fiéis que realizem nas paróquias vigílias de oração nesta terça-feira, 10, “para que a vida humana seja respeitada e preservada em todas as circunstâncias”.

“Só Deus é senhor da vida e não cabe ao homem eliminar seu semelhante, dando-lhe a morte”, afirma a carta de convocação de Dom Odilo aos fiéis da capital paulista.

A arquidiocese também preparou um subsídio chamado “Rezando pela vida”, que poderá ser usado em vigílias em outras dioceses:
http://www.arquidiocesedesaopaulo.org.br/sites/arquidiocesedesaopaulo.pucsp.br/files/Rezando%20pela%20vida_ArquidiocesDeS%C3%A3oPaulo.pdf

A Arquidiocese do Rio também realizará na noite de hoje uma vigília pela vida nascente a pedido do seu arcebispo metropolitano, Dom Orani João Tempesta e da Conferência Episcopal brasileira. Todas as paróquias e capelas da Arquidiocese do Rio de Janeiro estarão unidas em oração pela defesa da vida dos bebês portadores de anencefalia na noite desta terça, véspera da votação no Supremo.

A nota oficial da Arquidiocese convocando para o evento recorda que “se o STF definir esse tipo de aborto como constitucional poderá estar abrindo precedente para a descriminalização de outras formas de aborto, como as que já foram propostas em projeto que tramita no Congresso Nacional”.

“Mesmo que seja breve, todos têm direito à vida, e por isso ela deve ser acolhida como dom e compromisso. Nós, que acreditamos em Cristo, não podemos permitir que a legislação abra caminhos para que a vida seja desvalorizada em nosso país”, afirmou o arcebispo Dom Orani.

Em Belo Horizonte, Jovens da Arquidiocese mineira se preparam para a vigília de oração em defesa da vida, desta terça-feira, que terá lugar no Santuário de Adoração Perpétua Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem. A vigília terá início às 20h30, com a reza do terço na Praça Sete, centro de Belo Horizonte, saindo em procissão para a igreja, onde farão a adoração do Santíssimo Sacramento até à meia-noite.

Com a vigília, os jovens se unem em oração às 269 paróquias da Arquidiocese de Belo Horizonte e às dioceses e arquidioceses de todo o país, contra o aborto de anencéfalos, que será julgado pelo Superior Tribunal Federal (STF) dia 11 de abril.

Atendendo ao pedido do Arcebispo de Maringá, Dom Anuar Battisti, o grupo de oração Raio de luz, da Renovação Carismática Católica da Arquidiocese, fará hoje (10) a partir das 20h um grande momento de Oração pela Vida e contra a proposta de descriminalização do aborto de anencéfalos – casos em que o feto tem má formação no cérebro. Todos os grupos de oração e de reflexão da Arquidiocese são chamados a realizar momentos de oração por esta causa.

Finalmente, em consonância com o pedido da CNBB e as manifestações de diversos bispos brasileiros, a diocese de Frederico Westaphalen informou que “Hoje, 10 de abril, será celebrada Santa Missa em Defesa da Vida. A Celebração será na Cripta da Catedral Diocesana, a partir das 20h00min, presidida pelo Bispo Dom Antonio Carlos Rossi Keller”.

Dom Keller compartilhou em exclusiva a ACI Digital sua posição sobre a ADPF 54; uma questão que segundo o bispo “certamente irá afetar e muito a vida de tantas pessoas no Brasil”.

“No Brasil, a meu ver, o aborto vem sendo tratado com uma aparente normalidade. Parece que é uma questão a ser resolvida e que não envolve outras questões junto. Na verdade, é lamentável este caminho que tenha sido escolhido: o de que algumas pessoas se outorguem o direito de decidirem sobre a vida de outras pessoas”, disse Dom Keller.

“No Brasil não temos a pena de morte, contudo, o país encaminha-se para aceitar, numa lei, a pena de morte daqueles que ainda não nasceram; daqueles que não terão chance de nascer; daqueles que não terão chance de receber o sacramento do Batismo”, afirmou.

“Esse é um momento para que nós, bispos do Brasil, católicos do Brasil e todas as pessoas de boa-vontade que têm sensibilidade para a vida, nos unamos para expressarmos nossa opinião contrária a essa decisão de aprovação do aborto”, concluiu o prelado exortando todos os brasileiros à oração pela vida e a dar valor a toda vida nascente na nossa sociedade e nas leis brasileiras.

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Presidente da Comissão pela Vida e Família da CNBB: Uma vida inocente não pode ser negociada

Em um artigo enviado hoje à redação de ACI Digital, Dom João Carlos Petrini, bispo de Camaçari (BA) e Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e Família da CNBB afirmou ante a ação impetrada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde para a descriminalização do aborto em caso de anencefalia do feto que “uma vida inocente não pode ser negociada: nem no mercado, nem nos parlamentos e nem nos tribunais”.

O Prelado também assevera que eliminar a criança anencefálica no ventre jamais pode ser considerada uma solução para o problema.

Abaixo publicamos na íntegra o texto que a Comissão presidida por Dom Petrini enviou a ACI Digital na manhã desta terça-feira, 10 de abril:

“Nota do Presidente da Comissão Episcopal Pastoral Vida e Família da CNBB
diante da ação impetrada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde para a descriminalização do aborto em caso de anencefalia do feto
+ João Carlos Petrini
Bispo de Camaçari – Ba

O nascimento de uma criança portadora de anencefalia é um drama para a família e, especialmente para a mãe, e é justo pensar a formas de ajuda, de apoio, de manifestação de solidariedade com a mãe para que ela não se sinta sozinha para enfrentar esse drama. Persuadi-la que o melhor é abortar o seu filho, revestindo de legalidade o ato de eliminar o filho-problema não é a melhor resposta, não usa plenamente a razão porque não leva em consideração todos os fatores presentes. Não considera o drama que acompanhará aquela mulher pela decisão de expulsar o próprio bebê do seu ventre, pela incapacidade de acolhê-lo incondicionalmente. Não considera o direito do filho a nascer, não reconhece seu direito inalienável à vida, garantido pela Declaração Universal dos Direitos Humanos e pela Constituição do Brasil.

Uma postura de reta razão procurará implementar ações de prevenção para que não mais apareçam fetos anencefálicos, difundindo em larga escala o uso de ácido fólico entre as mulheres em idade fértil, reconhecidamente capaz de prevenir essa  doença a custo muito baixo.

A objeção de que o feto anencefálico é destinado a morrer em breve tempo não se sustenta. Quem pode determinar qual o prazo mínimo para que uma vida humana seja acolhida ou rejeitada? Podendo prever a morte daqueles que não chegam à maturidade, iríamos eliminá-los também? Por acaso há alguém que nasce e não tem como meta a morte?

Alguns princípios constituem como colunas que sustentam a vida social. O mais importante deles é a inviolabilidade da vida humana por se tratar não de “alguma coisa” mas sempre de alguém que não é nossa fabricação, por isso, é indisponível. Uma vida inocente não pode ser negociada: nem no mercado, nem nos parlamentos e nem nos tribunais.

Abrindo exceção a esse princípio, abre-se uma brecha não só na lei e na prática do aborto, mas na consciência das pessoas: entende-se que uma vida que traz problemas pode ser eliminada. A sentença do Superior Tribunal Federal não só regulamenta um tema problemático, mas tem um extraordinário poder de formar a consciência coletiva. A recente difusão da violência no Brasil está certamente associada a discussões e decisões que abrem brechas na inviolabilidade da vida humana.

A Comissão Episcopal para a Vida e a Família espera dos cristãos uma postura mais clara e explícita de valorização da vida desde a concepção até a morte natural, dando testemunho que os possíveis dramas, quando abraçados com amor, tornam-se fonte de maturidade, riqueza humana extraordinária. Não fugir do drama, mas abraça-lo contando com a potência divina que vence a morte é o caminho de uma dignidade e de uma grandeza humanas sem comparação. Esta postura, na contramão da cultura da banalidade hoje dominante que desvaloriza tudo, inclusive a vida humana em formação no ventre materno, pode documentar que a morte não é a verdadeira solução para os problemas humanos, a solução é o amor que é mais forte que a morte, esse amor nos é doado por Cristo que duelou com a morte e a venceu. Disso nós somos testemunhas”.

Fonte ;http://www.comshalom.org/blog/carmadelio


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