Sinal dos Tempos: Judeus conservadores aprovam a ordenação de rabinos gays


06.12.2006 - Líderes do movimento Judeus Conservadores abriram nesta quarta-feira a porta à ordenação de rabinos homossexuais e ao reconhecimento do casamento gay, mas deixaram claro que os mais ortodoxos nessa fé podem ser contra essa liberalização.


"Nós, como um movimento, vemos a defesa do pluralismo e sabemos que as pessoas chegam a conclusões diferentes", disse o rabino Kassel Abelson, falando à Comissão da Assembléia Rabínica sobre a Lei e Padrões Judaicos. Essa comissão, formada por 25 membros, emitiu uma série de relatórios consultivos.


"Esses ... são aceitos como diretrizes, de forma que os gays e lésbicas possam ser bem recebidos na nossa congregação e nas nossas comunidades e se sintam aceitos", acrescentou.


As declarações emitidas pela comissão não têm caráter obrigatório para as congregações ou os seminários. Um dos documentos disse abertamente que os gays devem poder ser rabinos e que os "relacionamentos gays com compromisso" podem ser reconhecidos, mas não abençoados. Essa declaração também mantêm a proibição no Torá (os Cinco Livros de Moisés) contra o coito homossexual.


Em uma votação em separado, o grupo também manteve uma afirmação feita em 1992 segundo a qual não são aconselháveis a ordenação de gays e o reconhecimento de casamentos entre pessoas do mesmo sexo. O resultado é uma abordagem confusa que vai permitir que tanto os liberais como os mais ortodoxos do movimento sigam as políticas de sua preferência, sejam elas quais forem.


Com tanta coisa deixada a cargo dos critérios das instituições e das congregações, é provável que essa questão continue provocando controvérsia no movimento.

Quatro membros da comissão renunciaram depois de as declarações serem emitidas, alegando serem contrários aos métodos usados para chegar às conclusões no documento sobre a liberação de rabinos gays.


Estima-se que existam 6 milhões de judeus nos Estados Unidos, mas apenas cerca de um terço deles são filiados a uma congregação. Entre os que frequentam a sinagoga, 38 por cento são pró-reformas, 33 por cento conservadores e 22 por cento ortodoxos, segundo uma pesquisa.

O movimento conservador está entre o liberalismo e a ortodoxia e a questão dos homossexuais é um pomo de discórdia no seu meio, como acontece em muitas outras religiões.


Fonte: Terra notícias


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