Santo Afonso de Ligório: O Poder de Maria Santíssima para nos defender nas tentações


09.05.2015 -

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Inimicitias ponam inter te et mulierem … Ipasa conteret caput tuum – “Porei inimizade entre ti e a mulher… Ela te esmagará a cabeça” (Gen. 3,15).

Sumário. Com muita razão a Santíssima Virgem é comparada a um posto em ordem de batalha, porque ela sabe ordenar o seu poder e a sua misericórdia para confusão dos inimigos infernais e benefício dos seus devotos. Felizes de nós, se nas tentações recorrermos sempre a esta divina Mãe, invocando o seu doce nome juntamente com o de Jesus. O obséquio mais agradável a Maria é: recomendarmo-nos muitas vezes a ela e metermo-nos debaixo da sua proteção: Sub tuum praesidium confugimos, sancta Dei Genitrix – “Sob tua proteção nos refugiamos, ó santa Mãe de Deus!”

I. Maria Santíssima não é só Rainha do céu e dos Santos, mas também do inferno e dos demônios, por tê-los vencido intrepidamente com as suas virtudes. Todos os Santos Padres concordam em dizer que a Bem-aventurada Virgem é aquela mulher poderosa, prometida por Deus desde o princípio do mundo, a qual, juntamente com o Filho, deveria estar em perpétua inimizade com a serpente infernal e, a seu tempo, havia de lhe esmagar a cabeça, abatendo-lhe o orgulho. Por isso Lúcifer se vê constrangido a ficar prostrado debaixo dos pés de Maria. – O espírito maligno, para vingar a sua derrota, vira toda a sua sanha contra os devotos da divina Mãe; esta, porém, não permite que lhes cause o menor dano.

Maria foi figurada na coluna, ora de nuvem, ora de fogo, que guiava o povo escolhido para a terra prometida (1). A coluna representava os dois ofícios que a Virgem exercita continuamente para o nosso bem. Como nuvem, ela nos protege do ardor da divina justiça, e como fogo, nos defende dos demônios. Assim como os homens caem na terra quando um raio do céu lhes parece cair sobre eles, assim caem abatidos os espíritos rebeldes só ao ouvirem o nome de Maria.

Pela mesma razão a Virgem é chamada pelo divino Esposo terrível contra o poder do inferno: como um exército bem ordenado: Terribilis ut castrorum acies ordinata (2). Ela sabe ordenar bem o seu poder, a sua misericórdia e os seus rogos para confusão dos inimigos e benefício dos seus servos, que nas tentações invocam o seu poderosíssimo socorro. Como foi revelado a Santa Brígida, o orgulhoso Lúcifer antes queria que se lhe multiplicassem as penas do que ver-se dominado pelo poder de uma mulher. Feliz, pois, aquele que nas lutas com o inferno recorre sempre à divina Mãe e invoca o belo nome de Maria.

II. Habitua-te à bela prática de invocar sempre os nomes santíssimos de Jesus e Maria em todas as tuas necessidades, nos perigos de ofenderes a Deus e especialmente nas tentações contra a pureza (3). Digo que entre todos os obséquios que possamos prestar à Santíssima Virgem, nenhum agrada tanto a nossa Mãe como o recorrermos freqüentemente à sua intercessão e colocarmo-nos debaixo da sua poderosa proteção: Sub tuum praesidium confugimos, sancta Dei Genitrix – “Sob a tua proteção nos refugiamos, santa Mãe de Deus”.

Eis aqui a vossos pés, ó Maria, minha esperança, este pobre pecador, que tantas vezes por sua culpa se fez escravo do inferno. Reconheço que me deixei vencer pelos demônios, porque não recorri a vós, meu refúgio. Se eu tivesse recorrido sempre a vós, e vos tivesse invocado, nunca teria caído. Espero, Senhora minha amabilíssima, que por vosso intermédio já estou livre das mãos do demônio e que Deus me perdoou. Mas temo que no futuro venha a cair de novo no cativeiro do inferno. Sei que meus inimigos ainda não perderam a esperança de me tornar a vencer. Já me preparam nossos assaltos e novas tentações. Ah! Minha Rainha e meu refúgio, ajudai-me metei-me debaixo de vosso manto; não permitais que torne a ser escravo dos demônios.

Sei que vos me ajudareis e me fareis vitorioso, sempre que eu vos invocar. É este, porém, o meu receio, receio de que nas tentações eu me esqueça de chamar por vós. Eis, portanto, a graça que vos peço e de vós espero, oh Virgem Santíssima, que eu me lembre sempre de vós, especialmente quanto estiver em luta com o demônio. Fazei com que então não deixe de vos invocar freqüentemente, dizendo: Maria, ajudai-me, ajudai-me, Maria! – E quando chegar finalmente o dia da minha última contenda com o inferno, na hora da minha morte, ah, Senhora e Rainha, assisti-me então muito mais e lembrai-me de vos invocar então com mais frequência, com os lábios ou com o coração, afim de que, com o vosso dulcíssimo nome e com o de vosso Filho Jesus na boca, possa ir bendizer-vos e louvar-vos, para nunca mais me apartar dos vossos pés por toda a eternidade, lá no paraíso. (*I 69.)

1. Ex. 13, 21.
2. Cant. 6, 3.
3. Indulg. de 25 dias cada vez que se invoca devotamente o santíssimo nome de Jesus, e outros tantos pela devota invocação do nome de Maria.

Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo II – Santo Afonso Ligório

Fonte: Dominus Est

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Nota de www.rainhamaria.com.br

Artigo Publicado em 19.04.2015

O Poder de Maria sobre todos os demônios brilhará particularmente nos últimos tempos

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“Deus constituiu não somente uma inimizade, mas ‘inimizades’, não apenas entre Maria e o demônio, mas também entre a descendência da Virgem Santa e a de Satanás. Isto quer dizer que Deus estabeleceu inimizades, antipatias e ódios secretos entre os verdadeiros filhos e servos da Santíssima Virgem e os filhos e escravos do demônio: eles não se amam, nem têm qualquer correspondência interior uns com os outros. Os filhos de Belial (Dt 13, 13), os escravos de Satanás, os amigos do mundo (não há diferença), até hoje perseguiram sempre, e perseguirão mais do que nunca, aqueles que pertencem à Santíssima Virgem, como outrora Caim perseguiu seu irmão Abel, e Esaú perseguiu Jacó, figuras dos réprobos e dos predestinados. Mas a humilde Maria alcançará sempre a vitória sobre este orgulhoso.

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Essa vitória será tão grande que chegará a esborrachar-lhe a cabeça, onde reside o seu orgulho. Ela descobrirá sempre a sua malícia de serpente, e porá a descoberto as suas tramas infernais. Dissipará os seus conselhos e protegerá, até o fim dos tempos, os Seus servos fiéis contra aquelas garras cruéis.”

“Mas o poder de Maria sobre todos os demônios brilhará particularmente nos últimos tempos, em que Satanás armará ciladas contra o seu calcanhar, ou seja, contra os humildes escravos e pobres filhos, que Ela suscitará para lhe fazer guerra.

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Eles serão pequenos e pobres na opinião do mundo, humilhados perante todos, calcados e perseguidos como o calcanhar o é em relação aos outros membros do corpo. Mas, em troca, serão ricos da graça de Deus, que Maria lhes distribuirá abundantemente. Serão grandes e de elevada santidade diante de Deus, e superiores a toda criatura pelo seu zelo ardente. Estarão tão fortemente apoiados no socorro divino que esmagarão, com a humildade de seu calcanhar e em união com Maria, a cabeça do demônio, fazendo triunfar Jesus Cristo.”

[São Luís Maria Grignion de Montfort, Tratado de Verdadeira Devoção à Ssma. Virgem, capítulo 1, artigo II, 2ª consequência, 3, I, Ofício Especial de Maria nos Últimos Tempos, n. 54; edição em *pdf, pp. 50-51.]

 

Nota de www.rainhamaria.com.br

Vereis que o diabo se introduziu no lugar sagrado, corrompe, perverte, confunde...

Esta é a hora da paixão da Igreja.

O bem-aventurado Francisco Palau escrevia o jornal El Ermitaño com o objetivo de lutar contra as hostes de Satanás e tudo o que implica a Revolução e a impiedade que se unem para empreender uma ofensiva contra a Igreja. A Revolução, ou o “Antro tenebroso”, como ele a denomina significa “todos os poderes da terra coligados com os do inferno em guerra contra Cristo e sua lgreja”. “Esta atividade implica a romper a ordem e atacar os princípios da verdadeira legislação dada por Deus” (El Ermitaño, 29 de Julho de 1869 p.2)

Muitos como ele visualizaram já no século XIX esta conjuntura desoladora. Entretanto, não são poucos os que, ainda hoje, consideram o avanço da Revolução como um progresso e um benefício. Não percebem os sinais dos tempos e ainda são capazes de abraçar a causa da Revolução como se tudo o que vemos nos dias de hoje fosse “paz e prosperidade”. Foi destes tais, “inimigos da cruz” que disse o Senhor: “O meu tempo ainda não chegou, mas para vós a hora é sempre favorável. O mundo não vos pode odiar, mas odeia-me, porque eu testemunho contra ele que as suas obras são más.” (Jo 7, 6-7) De fato, “o mundo não pode odiar” quem o aplaude e lhe apoia ao invés de testemunhar contra ele! Esta ação contínua e ostensiva que flagela, humilha e crucifica a Santa Igreja, “omnes portae ejus destrúctae: sacerdotes ejus gementes: vírgines ejus squálidae, et ipsa oppréssa amaritúdine”. Suas portas estão destruídas porque já não há mais limites de objetividade na fé e nos costumes. Seus sacerdotes gemem porque já não tem força para sustentarem um ministério que depende da virtude do sangue de Cristo que não conhecem mais e suas virgens estão desgastadas porque tem cessado a corrente intercessora das virgens consagradas. “Vereis que o diabo se introduziu no lugar sagrado, e corrompe, perverte, confunde, prova” (“El suicidio”, El Ermitaño, Nº 87, 7-7-1870). “quia vidit Gentes ingressas Sanctuárium suum, de quibus praecéperas ne intrárent in ecclésiam tuam.” (lamentações).

Diante deste quadro, sombrio nos resta refugiar-nos sob o manto de Nossa Mãe Santíssima, a Virgem poderosíssima como um exército em ordem de batalha e, com ela sustentarmos o combate da oração, com ela mantermos a vigilância, com ela esperarmos a ressurreição… Que Deus venha em socorro de sua Igreja e faça resplandecer de novo a graça e a beleza que emanam da Santa Cruz! “Tu exsúrgens miseréberis Sion quia tempus miseréndi ejus, quia venit tempus.” (Sl. 101)

El Ermitaño é a comunicação oficial dos Carmelitas Tradicionais.

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