Lembrando Santo Afonso de Ligório: Para todos os males há remédio; só para o condenado não. Morre-se uma vez, e, perdida a alma uma vez, está perdida para sempre


10.02.2017 - Nota de www.rainhamaria.com.br

Artigo publicado no site em 14.10.2015

n/d

Qui poenas dabunt in interitu aeternas a facie Domini — “Os quais, longe da presença de Deus, sofrerão por castigo eterno a perdição (2 Thess. 1, 9).

Para todos os males há remédio; só para o condenado não. Morre-se uma vez, e, perdida a alma uma vez, está perdida para sempre e só lhe resta lamentar eternamente a sua perdição eterna, causada pela sua própria culpa.

Avivemos, pois, a nossa fé, e lembrando-nos que nos caberá por sorte o céu ou o inferno, tomemos as providências apropriadas para nos assegurarmos a salvação eterna. Sejamos especialmente devotos à Santíssima Virgem e examinemos freqüentes vezes, se por ventura nos temos relaxado nesta devoção.

I. O negócio da salvação eterna é não somente o nosso negócio mais importante, o nosso negócio único; é, além disso, o nosso negócio irreparável. “Não há falta que se possa comparar à do descuido da salvação eterna”, diz Santo Euquério. Para todos os outros males há remédio. Perdidos os bens, podem-se adquirir outros; perdido o emprego, pode-se obtê-lo de novo; ainda no caso de se perder a vida, contanto que se salva a alma, está tudo reparado. Só o condenado não tem remédio. — Morre-se uma vez; e perdida a alma uma vez, está perdida para sempre: Periisse semel, aeternum est. Só lhe resta gemer eternamente no inferno com os outros infelizes insensatos. Ali o pesar maior que os atormenta é o pensar que para eles acabou o tempo de remediar seus males: Finita est aestas, et nos salvati non sumus (1) — “O estio findou-se e nós não fomos salvos”.

n/d

Perguntai a esses sábios do mundo, que já estão mergulhados no abismo de fogo, perguntai-lhes que pensam hoje e se estão contentes por terem feito fortuna na terra, agora que estão condenados a uma prisão eterna. Ouvi o que respondem, gemendo: Ergo erravimus a via veritatis (2) — “Assim, nos desencaminhamos da estrada da verdade”. — Mas para que lhe serve reconhecerem o seu erro, já que não há mais remédio para a sua eterna condenação?

Qual não seria o pesar de um homem que, tendo podido com pequena despesa acudir ao desabamento de sua casa, a encontrasse um dia em ruínas e pensasse em sua negligência, quando não havia mais remédio? Muito maior é a pena que os réprobos sentem, pensando que perderam a alma e se condenaram por sua própria culpa.

n/d

Perditio tua, Israel; tantummodo in me auxilium tum (3) — “A tua perdição, ó Israel, toda vem de ti; só em mim está o teu auxílio”. Ó céus! Qual não será o desespero de um cristão, no momento em que cair no inferno, quando, vendo-se encerrado nesse lugar de tormentos, refletir na sua desgraça e reconhecer que por toda a eternidade não haverá meio de a reparar! Assim, dirá ele, perdi a alma, o paraíso e Deus; perdi tudo para sempre; e como? Por minha própria culpa!

II. Cum metu et tremore vestram salutem operamini (4) — “Com temor e tremor empenhai-vos na obra da vossa salvação”. Meu irmão, avivemos a nossa fé, que tanto o inferno como o céu são eternos; lembremo-nos que um ou outro nos caberá por sorte. Este grande pensamento nos encherá de medo e nos fará evitar as ocasiões de ofendermos a Deus e empregar os meios necessários para alcançarmos a salvação.

n/d

Quem não treme pelo temor de se perder, não se salvará. — Façamos sobretudo por adquirir uma devoção verdadeira para com a Santíssima Virgem e examinemos freqüentes vezes se porventura nos tenhamos relaxado neste ponto. Oh, quantos cristãos estão ardendo no inferno por terem deixado de honrar à grande Mãe de Deus!

Ah Senhor, como é possível que, sabendo que pelo pecado me condenava a uma eternidade de penas, Vos tenha ofendido tantas vezes e perdido a vossa graça? Sabendo que sois meu Redentor, morto na cruz para minha salvação, como pude voltar-Vos tantas vezes as costas por um desprezível prazer? Meu Senhor, pesa-me sobre todos os males de Vos ter assim ofendido e quisera morrer de dor. Agora amo-Vos sobre todas as coisas, de hoje em diante sereis o meu único bem, o meu único amor, e antes quero perder tudo, antes quero perder mil vezes a vida, do que perder a vossa amizade.

Rogo-Vos, meu Jesus, não me repilais de vossa presença, como bem merecia; tende piedade de um pecador que volta arrependido aos vossos pés e Vos quer amar muito, porque muito Vos ofendeu. Que seria de mim, se me tivésseis deixado morrer quando estava na vossa inimizade? Ó Senhor, já que tivestes tamanha piedade de mim, dai-me força para Vos ser sempre fiel e me santificar. Espero-o pelos vossos merecimentos. Espero-o também pela vossa intercessão, ó grande Mãe de Deus e minha Mãe, Maria. (*II 57.)

Ier. 8, 20.
2. Sap. 5, 6.
3. Os. 13, 9.
4. Phil. 2, 12.

Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo III – Santo Afonso

Fonte: Dominus Est

 

Veja também...

Testemunho de uma alma condenada, no lugar onde está ficará para sempre. A Cúria Diocesana de Treves (Alemanha) autorizou sua publicação

A cada momento nos aproximamos da morte, estaremos todos na eternidade, que será para nós ou um eterno dia de delícias, ou uma eterna noite de tormentos

Remorso do condenado ao Inferno: Se eu tivesse feito para Deus tanto quanto fiz para condenar-me, seria um grande Santo; agora, hei de ser infeliz para sempre

Deus pôs diante de nós dois caminhos a seguir, o do céu e o do inferno: Cada qual se dirigirá à morada que escolheu em vida

 


Rainha Maria - Todos os direitos reservados
É autorizada a divulgação de matérias desde que seja informada a fonte.
https://www.rainhamaria.com.br

PluGzOne