Sempre lembrando: Lembrai, ó povo católico, de onde vem vossa força, hoje quase esquecida


01.04.2018 - Nota de www.rainhamaria.com.br

Artigo publicado no site em 24.04.2017

n/d

Por Marcelino Pachuczki (*)

“Lembrai, lembrai… De um julgamento injusto, do flagelo rasgando a carne, da coroa de espinhos, dos espancamentos, das humilhações, da pesada cruz, dos cravos de ferro atravessando os pulsos e pés, do cheiro de sangue, da agonia, da morte e da ressurreição.”

Lembrai ó povo católico de onde vem vossa força, hoje quase esquecida.
Lembrai-vos de vossa herança.
Lembrai-vos do Verbo Encarnado, nascido da Santíssima Virgem.
Lembrai-vos de um homem pobre que calava os poderosos, andava sobre as águas, aplacava as tempestades, dava visão aos cegos, fazia os aleijados andarem, curava os doentes e ressuscitava os mortos.
Lembrai-vos d’Ele, que prometia o Reino dos Céus a quem o seguisse, mostrou que o mais humilde seria o primeiro.
Lembrai-vos d’Aquele que disse simplesmente “Venha a mim”, “Siga-me”, “Obedeça-me”.
Lembrai-vos d’Aquele que deixou claro que sua principal missão era perdoar os pecados, algo que somente Deus poderia fazer.

Lembrai-vos d’Aquele que disse “Eu Sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai a não ser por Mim”, “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá;” “Eu sou o pão da Vida, quem come deste Pão, mesmo que morra viverá”.

Lembrai-vos de Jesus Cristo, o Filho de Deus.
Lembrai-vos da Santa Ceia, onde nos deu Seu Corpo e Sangue.
Lembrai-vos de seu Sacrifício na Cruz, onde verdadeiramente tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores; e os seus o reputavam por aflito, ferido de Deus, e oprimido.
Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.

Lembrai-vos de um pequeno bando de covardes derrotados, num sótão, em um dia e, poucos dias depois, transformados numa companhia que nenhuma perseguição podia silenciar.
Lembrai-vos de 12 homens que testemunharam que viram Jesus levantado de entre os mortos, ascendendo aos Céus e depois proclamaram essa verdade durante 40 anos, nunca a negando. Todos eles foram espancados, torturados, apedrejados, colocados na prisão e sofreram mortes horríveis. Teriam suportado isso, caso não fosse verdade?
Lembrai-vos das perseguições, quando éramos crucificados, apedrejados, flagelados, presos, queimados vivos e jogados às feras.
Lembrai-vos dos tempos em que nos escondíamos nas catacumbas.
Lembrai-vos do tempo que o Evangelho conquistou os bárbaros.
Lembrai-vos do tempo que as nações eram irmãs em Jesus Cristo.
Lembrai-vos dos cavaleiros, os monges guerreiros que defendiam os fracos.
Lembrai-vos das glórias da cristandade, suas catedrais e universidades.

Lembrai-vos dos santos, servos humildes de Nosso Senhor, que conquistaram multidões não com espadas, como os maometanos, mas com Rosários.
Lembrai-vos de São Domingos Gusmão, São Francisco de Assis, Santo Antônio de Lisboa e Santo  Tomás de Aquino.
Lembrai-vos da batalha de Lepanto, quando as orações do Rosário derrotaram os turcos maometanos.
Lembrai-vos dos missionários, que foram aos confins da terra pregar o Evangelho.
Lembrai-vos do tempo em que os padres falavam da vida eterna, da indispensabilidade de salvar a própria alma fugindo do pecado e vivendo na graça de Deus.

Lembrai-vos de quando não havia altares-mesa no estilo luterano em nossas igrejas, mas somente altares-mores voltados para Deus, cuja própria aparência despertava o sentido de temor respeitoso e reverência nas pessoas.
Lembrai, lembrai… de quando não havia tradicionalistas, porque não havia necessidade de descrever qualquer católico com essa expressão. Todos os católicos aceitavam instintivamente o que uma série de papas havia prescrito como parte da própria profissão de nossa fé: “Admito firmemente e abraço as tradições apostólicas e eclesiásticas e outras observâncias e constituições da Igreja.”.

Lembrai-vos de quando não havia leitores leigos, “ministros da Eucaristia” leigos ou meninas no presbitério, mas somente padres, diáconos a caminho do sacerdócio e os acólitos, que eram a fonte primária de geração após geração das vocações sacerdotais, que enchiam os seminários.
Lembrai-vos de quando não havia música profana durante a Missa, mas somente canto gregoriano ou polifonia, despertando a alma para a contemplação do divino, ao invés batidas de pés, palmas ou puro tédio.
Lembrai-vos de quando os padres rezavam em latim, e a missa era contemplativa e meditativa. Todos podiam rezar o terço durante o silêncio e as igrejas eram cheias.
Lembrai, lembrai… do tempo em todos católicos carregavam um terço no bolso, e o rezavam todos os dias.
Lembrai-vos de quando não havia seminários vazios, conventos vazios, paróquias abandonadas e escolas católicas fechadas. Havia somente seminários, conventos, paróquias e escolas repletas de católicos fiéis provenientes de famílias numerosas.

Lembrai-vos de quando não havia “ecumenismo.” Havia somente a convicção de que a Igreja Católica é a Igreja única e verdadeira, fora da qual não há salvação. Os católicos seguiam o ensinamento da Igreja que “[diz] que os fiéis não podem de maneira alguma assistir ativamente ou participar de qualquer culto de acatólicos,” e eles compreendiam mesmo se apenas de maneira implícita.
Lembrai-vos de quando não havia “diálogo.” Havia somente evangelização pelo clero e apologistas leigos com o objetivo de converter as pessoas à verdadeira religião. E havia os convertidos, que entravam para a Igreja em números tão grandes que parecia mesmo que os Estados Unidos estavam se tornando uma nação católica, uma vez que 30 milhões de americanos ouviam o programa de rádio de Dom Fulton Sheen todo domingo.

Lembrai-vos de quando não havia defecções em massa do sacerdócio, das ordens religiosas, e de leigos, levando à “apostasia silenciosa” na Europa e em todo o Ocidente. Em vez disso, havia aquilo que um Padre do Concílio Vaticano Segundo descreveu no início do Concílio: “a Igreja, não obstante as calamidades que grassam no mundo, está experimentando uma era gloriosa, se vocês considerarem a vida cristã do clero e dos fiéis, a propagação da fé, e a influência universal salutar que a Igreja possuía no mundo de hoje.”
Lembrai-vos de quando não havia “Católicos Carismáticos,” “Neo-Catecumenais,” ou outros “movimentos eclesiais” promovendo novos modos estranhos de culto inventados por seus fundadores. Havia somente católicos, que praticavam o culto da mesma maneira que seus antepassados com continuidade inquebrável durante séculos.

Lembrai-vos do tempo em que a Igreja não precisava imitar seitas protestantes para ficar pop.
Lembrai, lembrai, do tempo em que a palavra divórcio não fazia sentido. Homens e mulheres casavam-se para toda a vida.
Lembrai-vos do tempo em que ter filhos não era considerado fardo, mas sim a coisa mais importante para as famílias.
Lembrai-vos do tempo em que os padres catequizavam seu rebanho. De quando o sim era sim e o não era não.
Lembrai-vos do tempo em que os padres atendiam confissões todos os dias, e ninguém precisava marcar hora para se confessar.

Lembrai-vos do tempo em que os todos católicos tinham horror ao pecado. Ao contrário de hoje.
Lembrai-vos de quando tudo mudou, quando o espirito mundano invadiu a Igreja. No Concílio Vaticano II.
Lembrai-vos do que pediu a Santa Virgem em Fátima.
Lembrai-vos que ela disse que seu Imaculado Coração triunfará.

“Salve Rainha, Mãe de Misericórdia,
Vida, doçura e esperança nossa, salve!
A Vós bradamos, os degredados filhos de Eva.
A Vós suspiramos, gemendo e chorando
neste vale de lágrimas.
Eia, pois, advogada nossa,
Esses Vossos olhos misericordiosos
A nós volvei,
E, depois desse desterro,
Mostrai-nos Jesus, bendito fruto do Vosso Ventre.
Ó Clemente, Ó Piedosa, Ó Doce Virgem Maria.

Rogai por nós Santa Mãe de Deus,
Para que sejamos dignos das promessas de Cristo. Amém”.

Acompanhai o Rosário, eis a oração que nos diz como devemos rezar pelo Reino de Maria. Como tratá-la, quem somos, o que é este mundo, quem Ela é para nós, e o que devemos lhe pedir.
Salve Mãe Rainha
Deste seu escravo inútil.

(*) Belíssimo e inflamado texto do amigo leitor e colaborador Marcelo.

Fonte: www.sensusfidei.com.br  via  www.rainhamaria.com.br

 

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