O monge beneditino cego e quase paralítico que escreveu a Salve Rainha


27.09.2018 -

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Sempre que rezamos o Terço, recordamos, de algum modo, o Beato Herman de Reichenau, autor da oração 'Salve Rainha'.

Herman nasceu a 18 de Julho de 1013, filho do conde de Altshausen. Nasceu deformado, com palato fendido e sérios problemas nas costas, talvez espinha bífida, ou esclerose lateral amiotrófica ou atrofia muscular espinal. Seja qual fosse o problema, falava e andava com enorme dificuldades. Ainda criança, caiu doente de poliomielite, mas milagrosamente sobreviveu. Seguindo as práticas da época, quando completou sete anos, os seus pais colocaram-no no mosteiro beneditino de Reichenau, que fica isolado numa ilha do Lago Constança, no Sul da Alemanha. Foi onde Herman passou o resto da sua vida.

Ali começou a estudar teologia e o mundo. Aos vinte anos tornou-se monge. Como não podia ajudar em nenhuma tarefa, passava os dias a rezar e estudar. Dele temos obras sobre geometria, aritmética, astronomia e teoria musical. Como historiador, compilou e organizou relatos, que até então estavam dispersos, sobre os primeiros séculos da Igreja, incluindo a vida de Jesus Cristo e dos seus discípulos, e também um martiriológio dos cristãos sob domínio romano. Era fluente em várias línguas, incluindo o árabe, grego e latim; escreveu poesias e construía instrumentos musicais e astronómicos, em especial o astrolábio, um enorme avanço científico na época que viria a ser fundamental nas grandes navegações. Como compositor, temos ainda hoje os ofícios a São Gregório Magno, Santa Afra e São Wolfgang.

Nos últimos anos de vida ficou cego. Foi nesta época que compôs o Salve Regina, um canto gregoriano para ser utilizado na Liturgia das Horas e Festas Marianas. E

Faleceu no dia 24 de Setembro de 1054, aos 41 anos, de pleurite. A morte foi narrada assim pelo seu discípulo Bertoldo: Quando finalmente Deus decidiu livrar a sua alma da tediosa prisão do mundo, Herman foi atacado pela pleurisia, tendo sofrido terrível e continuadamente durante os seus últimos dez dias. Numa manhã, após a Santa Missa, perguntei-lhe se se sentia melhor. Ele respondeu que havia pensado muito sobre o bem e o mal, e todas as coisas que ainda pretendia escrever, mas que o mundo futuro, a vida eterna era muito mais desejável, e que já era hora de partir. E assim foi.

O seu corpo foi enterrado no túmulo da sua família, que se perdeu com o tempo. Algumas das suas relíquias encontram-se em Zurique. Herman foi beatificado em 1863 pelo Papa Pio IX.

in 'Tesouros da Igreja Católica'

Visto em: senzapagare.blogspot.com

 

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