John Rist filósofo inglês, autor de inúmeros livros sobre ética e moral: "Por que assinei a Carta acusando o Papa Francisco de Heresia"


17.05.2019 -

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John Rist (foto acima), grande filósofo inglês, especialista em ética clássica (autor de inúmeros livros sobre ética e moral), é um dos mais renomados signatários da carta de teólogos e estudiosos que acusou o Papa Francisco de heresia.

Ele deu uma entrevista para o National Catholic Register,e  nessa entrevista ele responde a muitas perguntas que devem estar na sua cabeça sobre essa carta.

Muito interessante é que ele ver o momento atual muito parecido com a disputa sobre a heresia do arianismo do século IV que levou muito tempo e muita dor para ser resolvida.

Relato abaixo o que ele disse.

1) Rist disse que houve muitas tentativas vãs de pedidos para o Papa corrigir seus erros e ambiguidades, não sobrou outra alternativa a não ser uma acusação contra ele;

2) Ele acha que a carta não alcançará seu objetivo a curto prazo, pois o papa sempre pode se abrigar atrás do silêncio, e há uma mentalidade servil entre o episcopado (e muitos outros, até mesmo os comentaristas conservadores), que ficam cheios de escrúpulos para criticar um papa. Tais comentaristas conservadores adotaram a ideia de que se deve defender o que o Papa diz e não o que a Igreja defende há milênios;

3) Ele diz que não organizou a carta, talvez trocasse um ou outro termo usado, Mas aceitou a abordagem geral da carta e viu que era essencial neste momento. Ele duvida que um documento possa ser escrito, no qual todos concordariam com todo o texto: isto é, a menos que fosse tão insípido a ponto de ser inútil;

4) Para as críticas de que a carta foi agressiva, ele responde que quem diz isso só pode querer desviar a atenção das principais preocupações: que o papa esteja deliberadamente usando a ambiguidade para mudar a doutrina e que a atitude que ele adota em sua nomeações indica que está fora de compaixão ( para dizer o mínimo) com ensinamentos católicos tradicionais sobre toda uma série de assuntos. Debate sobre "extremismo", etc parece brincar enquanto Roma queima; o que isso mostra é que mesmo muitos conservadores não querem entender a gravidade de uma situação em que o papa parece inclinado a transformar a Igreja em uma ONG vagamente espiritualmente saborosa.

5) Sobre a crítica de que os signatários não estão em posição de acusar o papa de heresia, pois não são bispos, Rist responde que o que a carta faz é justamente conclamar os bispos. Os signatários não estão em condições de condenar um papa de heresia; eles estão em posição de "processar" a acusação, e nós julgamos que era nosso dever fazê-lo. A carta é primária e imediatamente um desafio para os bispos agirem em vez de ignorar ou lavar as mãos.

6) Sobre a crítica de que ainda não é possível condenar o papa de heresia formal, apenas seria possível de acusá-lo de promover heresias ou de ter tendências heréticas, Rist responde os bispos são conclamados a avaliar, que ele não é canonista, nem juiz. Mas ele é alguém que acha que o Papa pode reconhecer uma heresia intencional nas suas palavras e suas ações confirmam essas heresias.

7) Sobre a crítica de que os signatários não são graduados em eclesiologia e que eles não conseguiram provar que o Papa é um "herético obstinado", Rist lembrou que Santa Caterina de Siena (que é famosa por critica veemente um papa) tem apenas doutorado "honorário" pela Igreja e que os apóstolos não tinha formação universitária nenhuma.

8) Sobre a questão de que a carta pode estimular o sedevacantismo, Rist responde isso seria realmente um triste efeito, mas não justifica a inação. A eleição do Papa Francisco parece que não foi canônica (pelo uso de combinação de votos da máfia St. Gallen), mas no passado também houve eleições desonestas. Não há justificativa para o sedevacantismo.

9) Rist foi perguntado sobre qual período da história da Igreja, ele acha que o atual momento mais lembra. Ele disse que à primeira vista, pode parecer haver semelhanças específicas entre a situação atual e a rebelião de Lutero. Em ambos os casos, tivemos uma ênfase excessiva em uma versão tendenciosa do ensino tradicional. Lutero falou erroneamente sobre sola fides (salvo somente pela fé) - ao invés dos tradicionais fides caritate formata (fé expressada através do amor) - enquanto os teólogos alemães e romanos atuais lidam com sola misericordia (salvo apenas pela misericórdia) sem atenção para o fato que Jesus chamou para a conversão. Mas em nosso caso atual, uma desconsideração deliberada dos ensinamentos registrados de Jesus sobre o “novo casamento” enquanto um cônjuge ainda está vivo implica ou que Jesus realmente não disse o que é relatado sobre ele ou que seus ensinamentos passaram a data de validade. Isto estaria de acordo com alguma explicação hegeliana da verdade; entretanto, esse cenário implica uma negação da autoridade de ensino de Cristo e, portanto, de sua divindade. O que nos leva ao paralelo mais óbvio com a situação atual: o conflito ariano do quarto século.

Na medida em que a atual teologia germano-romana implica ou sugere a autoridade diminuída de Cristo, ela é ariana, não no sentido de um subordinationismo direto, já que agora a subordinação não surge da teologização dogmática, mas indiretamente da teologia moral. Além disso, enquanto Lutero foi logo expulso da Igreja, no nosso caso, assim como os arianos, é um assunto interno: bispo contra bispo, bispo contra papa (como Libério esteve por algum tempo nos tempos arianos). Como [o cardeal John Henry] Newman observou, o mundo acordou e se viu ariano. O que vamos encontrar quando acordarmos?

10) Sobre o que mais preocupa a ele depois da carta, Rist disse que o que mais é a contiunada ambiguidade do Papa que o faz escapar de acusações de heresias. O contínuo ato de fazer comentários ambíguos e contraditórios sobre questões fundamentais para a Igreja. Se tais ambiguidades / contradições fossem ocasionais, elas poderiam ser atribuídas - de acordo com o princípio canônico de benignidade - a “mera” confusão. A ambiguidade prolongada nessa escala exige que se chegue a uma conclusão mais triste: que existe um objetivo a ser alcançado com furtividade, o que não poderia ser alcançado por decretos abertos e inequivocamente não-católicos.

11) Rist terminou a entrevista com uma citação de Santo Agostinho do livro Cidade de Deus que diz que “Nós tendemos a evitar nossa responsabilidade quando devemos instruir e advertir [os malfeitores], às vezes até mesmo com severas críticas e censuras, seja porque a tarefa é cansativa ou porque temos medo de ofender, ou pode ser que nos afastemos incorrendo em sua inimizade, por medo de que eles possam nos atrapalhar e nos prejudicar em assuntos mundanos, em respeito ao que nós ansiosamente buscamos alcançar, ou do que nós fracamente tememos perder ”

Toda a entrevista clicando aqui.

Visto em: thyselfolord.blogspot.com

 

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