Desequilíbrio ambiental: Invasão de mais de três mil caranguejos em Camboriú SC


09.02.2008 - A invasão de mais de três mil caranguejos na orla de Balneário Camboriú, no litoral norte de Santa Catarina, mobiliza autoridades municipais e entidades ambientais de toda a região, que estão preocupadas com o desequilíbrio ambiental que a presença dos animais possa causar. Um mutirão foi realizado para retirá-los da areia e tentar salvá-los.
A presença de milhares de exemplares da espécie de caranguejos-uçá (Ucides cordatus), assustou a comunidade de um dos maiores destinos turísticos do sul do Brasil. A secretaria do Meio Ambiente da cidade precisou convocar funcionários e até mesmo voluntários para ajudar e recolher os animais e devolvê-los ao seu habitat.

O aparecimento num primeiro instante foi atribuído às enchentes que castigaram a região Sul e teriam expulsados os caranguejos do mangue. Mas os técnicos da prefeitura informaram que se trata de um fenômeno conhecido como "andada", quando os caranguejos sobem à superfície para o acasalamento da espécie.

Mas a presença deles acabou tomando uma proporção bem maior do que o considerado normal e fez com que a prefeitura criasse às pressas a "Operação Caranguejo". Dois mil animais já foram recolhidos. "A grande maioria teve que ser recolhida e devolvida a seu habitat natural, que é o o mangue", disse a secretária do Meio Ambiente, Carin Dorow.

O caranguejo-uça é considerado um dos mais importantes para o ecossistema dos manguezais, ocorrendo praticamente em todo o litoral do País, do Amapá até Santa Catarina. Ele se alimenta das folhas velhas e amareladas que caem das árvores do manguezal e as devolve digeridas como nutrientes ao ecossistema.

O problema, segundo informou a oceanógrafa Patrícia Zimmermann, é que os caranguejos ficam "desconfortáveis" na faixa de areia, pois não são adaptados ao ambiente marinho. "Os siris, por exemplo, possuem o último par de patas adaptados à natação", diz. "Os últimos quatro pares de patas dos caranguejos possuem unhas e não conseguem enfrentar o movimento das ondas do mar".

Segundo a prefeitura, a "invasão" será combatida ainda na próxima semana e os animais devolvidos aos mangues. Infelizmente, mesmo voltando ao habitat natural, centenas deles não conseguem sobreviver depois de horas na areia.

Redação Terra

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Lembrando...

Alerta dos biólogos: Escorpiões invadem as grandes cidades

12.04.2007 - Segundo biólogos, animais estão saindo da mata para viver perto do homem.
De 2001 a 2005, número de picadas passou de 18 mil para 36 mil casos.

Biólogos fizeram o mapa de uma praga que tem se espalhado pelo Brasil, o escorpião, e alertam: esses animais estão se acostumando a viver em grandes cidades, perto do homem. De 2001 a 2005, o número de registros de picadas de escorpião no Brasil passou de 18 mil para 36 mil casos.

Pesquisadores do Instituto Vital Brasil, do Rio, perceberam um aumento no número de picadas de escorpião em lugares como casas simples, com terrenos grandes, cheios de entulho, principalmente tijolos. Buracos em tijolos são ideais para a reprodução do escorpião.

“Toda vez que as pessoas acumulam entulho, lixo ou madeira, a gente vai ter ambientes onde o animal vai preferir em vez de ficar vivendo na natureza, onde tem de fugir do gavião, da coruja, do lagarto, correr atrás dos insetos”, explica Cláudio Maurício, pesquisador do Instituto Vital Brasil.

Segundo o mapa traçado pelos cientistas, em Minas Gerais e Pernambuco há focos no tanto no interior quanto em Belo Horizonte e no Recife.

Na Bahia e em Alagoas, a maioria dos casos está aparecendo nas periferias de Salvador e de Maceió. O mesmo acontece no Distrito Federal. Em São Paulo, a ocorrência maior ainda é no interior do estado. No Rio de Janeiro, os escorpiões aparecem em quase todo o interior e agora também na Região Metropolitana.

Entre os biólogos, há uma certeza: os escorpiões não deveriam estar trocando a mata pelo asfalto. “Nós estamos criando abrigo para eles”, afirma o pesquisador Cláudio Maurício.

Fonte: Globo.com

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