Violência contra crianças ofende a Deus, adverte Arquidiocese de México


25.09.2008 - A Arquidiocese do México rechaçou a violência que açoita ao país e assinalou que este tipo de acontecimentos ofendem a Deus, especialmente a exercida contra as crianças.

“A Igreja Católica reprova todos estes acontecimentos que ofendem a Deus e pelo mesmo, as pessoas que praticam estas atrocidades não podem estar em plena comunhão nem com a Igreja nem com a sociedade”, expressou em um editorial publicado no Sistema Informativo da Arquidiocese do México.

O texto lamentou que a violência esteja ocupando “as primeiras páginas nos jornais”. Nesta ocasião, indicou, “as vítimas resultaram ser crianças, pessoas inocentes que longe de receber todo o apoio do Estado e da sociedade, resultam ultrajados pelas máfias que operam em Michoacán e em outras partes do país”.

A Arquidiocese expressou que é imperdoável que um grupo de sicários irrompam com suas armas em uma reunião familiar “onde uma menina de três anos de idade era apresentada ante a Igreja, deixando um rastro de sangue no que devia ser um ato festivo. Três mortos e quatro feridos foi o saldo de tão deplorável sucesso, além do rapto da menor, quem ao parecer já foi devolvida”.

Diante disso, a Arquidiocese do México pediu à sociedade “que se some à luta contra a delinqüência organizada, que hoje por hoje é o maior lastro para nosso país”.

Fonte: ACI

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Lembrando...

Crianças estão se tornando alvos constantes da violência no Rio de Janeiro

24.05.2007 - Em 10 meses, pelo menos 30 crianças foram baleadas ou mortas. 'Esses atos criminosos não podem cair na banalidade', afirma padre.

Durante uma reunião de lideranças comunitárias, na quarta-feira (23), na favela Vila Cruzeiro, na Penha, bairro tradicional do subúrbio do Rio, uma criança de 6 anos levou os adultos às lágrimas ao reproduzir trechos de uma música que costuma cantarolar quando atravessa o fogo cruzado entre policiais e traficantes: "Lá-rá-rá-rá, não tô sentindo nada, Deus vai me proteger, nenhuma bala vai me pegar". A cantiga inocente em forma de oração feita pelo menino despertou uma preocupação latente nas pessoas: as crianças estão se tornando alvos constantes da violência urbana. De acordo com levantamento feito pelo G1, em 10 meses, pelo menos 30 crianças foram baleadas ou mortas em situações de violência no Rio.

“É preciso dar um basta nisso. Esses atos criminosos não podem cair na banalidade. Cada morte dessa destrói uma família, que vai definhando aos poucos com esse sofrimento”, afirmou o padre Serafim Fernandes, reitor do Santuário de Nossa Senhora da Penha, durante o encontro. “Eu percebo esse sentimento de tristeza nos pais que freqüentam a nossa paróquia. Nós, da Zona Norte, onde acontece o maior número dessas tragédias, vivemos por conta do descaso. Parece que existe o Rio de Janeiro e o Rio do Bueiro, que é aqui”, lamentou.

Ainda durante o evento, no Centro Cultural e Esportivo da Vila Cruzeiro, outras duas crianças emocionaram ao pedir que os tiroteios diários chegassem ao fim. Adriele, de 7 anos, e Wesley, de 10, que estudam na Escola Municipal Juraci Camargo, disseram que “querem voltar a estudar sem ter medo de sair à rua”. Dez escolas estão sem aulas desde que iniciaram os tiroteios na região, no início de maio. Nesse período, o conflito deixou 52 pessoas baleadas e 16 mortos na região.

Vítimas mais de uma vez

Nessa história de tragédia cotidiana, a mãe do menino da canção é uma das vítimas dessa estatística. No dia 6 de maio, Antônia Dalva de Souza, 32 anos, quase foi atingida por um tiro de fuzil quando uma bala atravessou a porta de sua casa. “Pensei que tivesse acertado alguma criança, porque todo mundo começou a gritar”. Felizmente, ninguém se feriu.

Mas, no dia seguinte, Antônia não conseguiu escapar de um outro confronto. Levou um tiro no braço direito quando tentava proteger o filho. “Ainda bem que acertou em mim e não aconteceu nada com ele”. O susto levou Antônia a lembrar de uma outra tragédia na família. Há 10 anos ela perdeu a filha Joyce, de 5 anos, durante um tiroteio na Favela da Chatuba, no mesmo local onde ela ainda mora com os cinco filhos. A menina foi atingida por uma bala perdida enquanto dormia.

O sentimento de perda também corrói o coração da diarista Edna Ezequiel, 31 anos, mãe de Alana, 11 anos, que morreu no dia 5 de março durante uma troca de tiros entre policiais e traficantes no Morro dos Macacos, em Vila Isabel, na Zona Norte. “Vai fazer três meses que minha filha morreu e não fui procurada por nenhuma autoridade. É muito descaso com a gente”, desabafou nesta quinta-feira (24).

A dor de Edna ainda era intensa quando, no mês seguinte, também perdeu o irmão, o office-boy Hélio José da Silva Ezequiel, 25 anos, em um outro tiroteio no morro. Revoltada, decidiu entrar com um processo na Justiça contra o estado. “Essa ameaça às crianças só vai terminar quando a polícia parar de fazer incursões nas favelas nos horários de saída e entrada das escolas. Agora mesmo tive que sair correndo do trabalho para pegar meus filhos no colégio por causa de um tiroteio. As mães estavam apavoradas, correndo com as crianças”, disse.

Sem confiança no Estado

Pais de João Hélio, o menino de 6 anos que foi arrastado por aproximadamente sete quilômetros preso ao cinto de segurança do carro, em fevereiro, Élson Lopes Vieites e Rosa Cristina Fernandes Vieites, ainda não recuperaram a confiança no Estado. “É duro ter a certeza de desproteção total", lamenta Élson. “As crianças estão ainda mais vulneráveis no meio desse bombardeio cotidiano. Esse derramamento de sangue tem que acabar”. Sua mulher, Rosa, acompanha o marido em eventos contra a violência, mas, a maior parte do tempo permanece em estado de depressão.

Situação semelhante vive Michele Pereira, 17 anos, mãe da menina de três anos que foi morta com um tiro acidental no pescoço quando estava no colo de Michele, na tarde do dia 20 de maio, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. De acordo com a polícia, o disparo foi feito por Jeferson da Silva e Silva, de 19 anos. O rapaz se exibia para a mãe da menina, rodando um revólver em um dos dedos quando a arma disparou.

“Não consigo entender essa violência batendo à nossa porta. Não sei o que dizer. Tenho um sentimento de revolta por ter perdido minha filha. Espero a Justiça

Fonte G1


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