Satanismo por trás do assassinato de sacerdote na catedral de Santiago do Chile


Santiago do Chile, 27/07/2004

O cardeal Francisco Javier Errázuriz Ossa, arcebispo de Santiago do Chile e presidente do episcopado do país, chamou no domingo a atenção sobre a existência de grupos satânicos ao se referir ao assassinato do padre Faustino Gazziero de Stefani, na catedral metropolitana, na véspera.

O purpurado se referiu à tragédia após presidir a solene Eucaristia com a qual a arquidiocese chilena celebrou seu patrono, Santiago apóstolo, reconhecendo que a Igreja em Santiago está atribulada pelo crime, mas não abatida.

O cardeal Errázuriz admitiu lhe parecer horrível este ataque contra um sacerdote estrangeiro que realizou grande parte de sua missão evangelizadora no Chile, com particular dedicação para o mundo educativo, e que prestava o serviço regular de celebrar a missa no principal templo da arquidiocese.

Desta forma, chamou a atenção sobre a existência de grupos que se denominam satânicos --recolhe uma nota da Conferência Episcopal do Chile--. Afirmou que é um tema do qual há que se preocupar mais e lamentou que propostas legislativas que se formularam sobre a matéria não tenham sido atendidas de uma maneira melhor.

«Mataram o padre Faustino também por razões de fé, por ser sacerdote de Jesus Cristo», disse o arcebispo de Santiago.

«O príncipe das trevas, satanás, continua sua luta contra a luz, como se esquecesse que já foi derrotado por Jesus Cristo, que ressuscitou depois de morto e chegou a ser a vida, a esperança e a luz que ilumina todo ser humano», acrescentou.

Dom Errázuriz advertiu que essa luta se deu «em uma nave lateral deste templo, mas também fora dele, tentando apagar o encontro vivo com Jesus, Senhor de nossa vida e de nossa história».

O padre Gazziero, sacerdote da Ordem Servos de Maria (servitas), de 68 anos de idade, foi atacado mortalmente no sábado passado na catedral metropolitana quando acabava de celebrar a Eucaristia.

O agressor, um jovem de vinte e cinco anos --Rodrigo Orias Gallardo-- vestido de preto e armado com uma faca, depois de ferir o sacerdote desferiu golpes contra si. Segundo declarações da polícia à imprensa local, o assassino não sofria de transtornos mentais nem estava sob os efeitos de entorpecentes.

«Foi uma tragédia terrível e inesperada»; «este jovem não conhecia o padre Faustino; movido por esta loucura dos grupos satânicos atacou-lhe, mas teria feito isso a qualquer um que encontrasse naquele lugar no momento», reconheceu profundamente comovido o padre Bernardino Zanella, vigário responsável dos servitas em Santiago, a «Misna».

«Um irmão que estava presente na catedral confirmou-nos que depois de matar o padre Faustino o jovem se ajoelhou a seu lado invocando o nome de satanás», informou.

O padre Zanella alertou de que «o fenômeno do satanismo no Chile, como em outros países do mundo, vai crescendo fortemente; no país estão ativos numerosos grupos, sobretudo nas cidades, ainda que nos últimos anos sua presença tenha se estendido também a centros urbanos menores».

Estes grupos «até agora haviam se limitado a profanar e cometer atos de vandalismo em locais sagrados e cemitérios --prosseguiu o missionário--, mas nunca havia ocorrido que agredissem pessoas».

Originário de Lozzo Atestino, na província italiana de Pádua, onde nasceu a 29 de abril de 1935, o padre Faustino Gazziero de Stefani havia se mudado para o Chile em 1960 com 25 anos de idade, imediatamente depois de sua ordenação sacerdotal. No país continuou com seus estudos e desenvolveu numerosos trabalhos.

Há anos estava totalmente dedicado à educação; era presidente da Fundação Santa Teresa, encarregada de administrar numerosas escolas no país. O padre Faustino coordenava quatro colégios dos Servos de Maria em Santiago.

«Era uma pessoa extremamente sensível e afável», recordam seus irmãos de congregação. «À margem de sua atividade ligada à educação, desenvolvia uma função pastoral no cemitério de Santiago e algumas atividades sociais sobretudo com os anciãos de algumas residências da cidade», acrescentam.

No local onde o padre Faustino caiu morto foram colocadas flores brancas como símbolo de seu sacrifício que leva à vida eterna. Terá uma sepultura na catedral.

Fonte: Catolicanet (zenit)


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