Congresso discute risco de erupção do Vesúvio e do Etna


30.01.2009 - O vulcão Vesúvio, que nunca mais eruptou desde 1944, representa ainda uma ameaça grave para milhões de habitantes da região de Nápoles, como avisou esta semana um grupo de geólogos e vulcanologistas reunidos numa coletiva para apresentar um congresso com um título que mete medo: "Montanhas de fogo", e que se fará em abril em Nápoles e Catânia. Os especialistas rotularam de insuficientes as medidas de proteção previstas pelas autoridades italianas.

O debate verterá sobre dois dos três grandes vulcões italianos: o Vesúvio e o Etna (o ausente é o Stromboli). Os congressistas vão falar de riscos e medidas de segurança, verbas, monitoramento, planos de evacuação para os cidadãos, valorização das áreas. Salvatore Caffo, diretor do parque do Etna, na Sicília, lembrou a diferença entre os dois "monstros". O Vesúvio, perigosíssimo porque fica quietinho durante anos a fio, mas explode com violência e sem aviso prévio, e o Etna, que borbulha e esfumaceia continuamente, e portanto desabafa bastante a pressão.

Na Itália existem ótimos sistemas para monitorar a atividade vulcânica, mas é necessário manter a atenção bem viva. O congresso internacional de abril vai enfocar os problemas das duas áreas. Zonas que contam mais de 250 mil habitantes no Etna e 600 mil na zona "vermelha" nas encostas do Vesúvio.

Como frisou Francesco Russo, presidente da Ordem dos geólogos da região de Nápoles, "o Vesúvio é um vulcão muito perigoso. Segundo certas estatísticas, há 27 por cento de risco que uma erupção de tipo explosivo aconteça nos próximos 100 anos".

Os conhecedores dos segredos das entranhas da terra pedem um planejamento correto, apontando o grande vilão das áreas vulcânicas: as construções abusivas. As regiões de Nápoles e Catânia são famosas porque cada um constrói sua casa onde bem quiser, à beira de penhascos ou perto da boca de um vulcão. Quanto aos planos de evacuação em caso de explosão, Russo pede mais segurança e coordenação para salvar os 600 mil "vesuvianos".

"O plano de segurança foi bem montado mas entre teoria e praxe faltam alguns elos. Em caso de alarme" - explica Russo - "a população deve se afastar e se transferir para outras regiões da Itália, mas na zona não há rodovias e estradas de ferro adequadas e é muito provável que a evacuação se transforme em caos. Há aldeias com ruas de 3 metros de largura. É preciso investir em infraestruturas".

Com os sistemas atuais de monitoramento, os especialistas calculam que terão só uma semana de aviso prévio, no caso do Vesúvio. A última erupção explosiva aconteceu em 1631 e provocou 4 mil mortos. A mais famosa e avassaladora delas foi a que destruiu Pompeia, no ano 79: numa explosão parecida hoje, os ameaçados seriam de 2 a 5 milhões de pessoas - preveniram os geólogos, dizendo porém que uma catástrofe deste tipo tem só 1 por cento de probabilidade de acontecer.

A erupção que devastou Pompeia cobriu de cinzas e pedras uma zona de 25 quilômetros ao redor do vulcão, sepultando campos e cidades. Os especialistas reclamam que o governo destinou só 30 mil euros de verbas para enfrentar eventuais emergências. O dinheiro é tão pouco que o pessoal que mora sob o Vesúvio prefere recorrer a são Genaro, o santo milagreiro da zona.

À beira do Etna, a esperança é santa Bárbara. No dia seguinte à festa da santa, em 1908, o terremoto de Messina foi consequência de uma erupção do vulcão "bonzinho". Mais do que o tremor de terra, as 80 mil vítimas (Messina tinha 140 mil habitantes) morreram principalmente por culpa do tsunami que varreu a cidade.

Fonte: Terra notícias

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Lembrando...

Vulcão Vesúvio não está livre de uma erupção como a de Pompéia

10.09.2008 - O Vesúvio, que não entra em erupção desde 1944, pode voltar a explodir da mesma forma como ocorreu na destruição da cidade de Pompéia no ano 79 d.C, ameaçando agora 700.000 pessoas, afirmam um geólogo francês e outro italiano na revista Nature publicada nesta quarta-feira.

"Para saber se uma hipótese como esta, tão catastrófica, é possível, é muito importante que o tipo de magma armazenado a 8-9 km de profundidade seja convenientemente identificado", disseram os cientistas que analisaram o aumento do magma do Vesúvio no decorrer dos anos.

"Se este magma for parecido com o produzido pela erupção que destruiu Pompéia, pode-se esperar no futuro uma erupção extremadamente explosiva, ou seja, perigosa", explicou à AFP Bruno Scaillet, cientista no Instituto de Ciências da Terra, em Orleans, e um dos três autores do estudo.

"Em contrapartida, se o magma tem uma composição mais basáltica, como na erupção de 1944, a erupção seria mais do tipo efusivo com rios de lava, e isto geraria destroços muito menores", acrescentou o pesquisador.

O Vesúvio é um vulcão particular, que ao longo de sua história teve erupções de tipo explosivo tão devastadoras como a de Krakatoa, na Indonésia, em 1883, ou de Pinatubo (Filipinas) em 1991, e também erupções efusivas de rios de magma, freqüentes hoje principalmente no Havaí ou na ilha de La Reunion.

Desde cerca de 20.000 anos de nossa era até a grande erupção do vulcão em Pompéia, o Vesúvio liberou um magma mais viscoso, produziu erupções explosivas com fumaça tóxicas. De 1631 a 1944, foram registradas centenas de erupções efusivas associadas a rios de lava, como ocorre atualmente com o Stromboli, na Sicília.

"Mas não porque esta evolução leva 2.000 anos podemos eliminar a possibilidade de uma nova composição mais ácida, que possa desencadear erupções explosivas", disse Scaillet. Além disso, "não porque isto tenha parado em 1944 podemos dizer que terminou", acrescentou.

A falta de atividade há 64 anos pode ser explicada porque a bolsa de magma parou de encher, mas também pode indicar que a chaminé do vulcão está obstruída.

"A pressão pode subir e acabar gerando uma explosão? Esta hipótese não pode ser descartada", disse Scaillet.

Fonte: Terra notícias

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Lembrando...

Aquecimento global pode levar a um aumento das erupções de vulcões

13.09.2007 - O aquecimento global pode levar a um aumento nos próximos anos das erupções de vulcões, alertou nesta quinta-feira um especialista britânico em mudanças climáticas.

De acordo com o especialista em clima da University College em Londres, Bill McGuire, o derretimento das camadas polares estaria aumentando o nível do mar e, conseqüentemente, a pressão sobre a superfície terrestre.

"Já há sinais de que terremotos no Alasca estão sendo provocados pelo derretimento do gelo. Também há sinais de que o vulcão Pavlov, no Alasca, deve entrar em erupção no inverno, quando o nível do mar se eleva em cerca de 30 centímetros, devido a condições climáticas", disse McGuire em um evento de cientistas na cidade britânica de York.

"Portanto, se nós observamos um aumento de um ou dois metros no nível do mar neste século, acompanhado de perdas em massa nas regiões polares, podemos esperar uma resposta da superfície terrestre nas próximas décadas, eu acredito." McGuire disse que 60% de todos os vulcões são ilhas localizadas próximas a litorais e são suscetíveis a mudanças na pressão terrestre decorrentes do aumento do nível do mar.

Ele também avalia que pode haver um aumento em terremotos e tsunamis, devido ao mesmo fenômeno.

Fonte: UOL notícias
 


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