Cardeal Pell pede a cristãos coragem para enfrentar sociedade secular e antirreligiosa


13.03.2009 - O Arcebispo de Sydney, Cardeal George Pell, animou aos cristãos a "redescobrir a coragem para confrontar" o crescente problema da intolerância religiosa e secular no Ocidente, assim como a "redescobrir seu talento para demonstrar que existem estilos de vida melhores para edificar uma boa sociedade".
Assim o indicou o Cardeal australiano em uma conferência titulada "Tipos de intolerância: religiosa e secular" que ditou em Londres ante a Oxford University Newman Society. Para o Cardeal, a liberdade da Igreja Católica no mundo ocidental está sob pressão pela nova e perigosa tendência do uso de "leis anti-discriminação" e reivindicação de "direitos humanos" que atacam o papel da religião na vida pública assim como os direitos individuais.
Como exemplo, o Arcebispo citou o caso de Califórnia, "aonde cristãos e mórmones apoiaram a proposição 8 para vetar o 'matrimônio' do mesmo sexo'". Relatou como igreja e templos sofreram vandalismo e intimidação e como muitos que apóiam esta emenda foram obrigados a deixar seus trabalhos e foram colocados em "listas pretas".

"A intimidação e a marginalização que afetam aos cristãos passam em silêncio. Em uma democracia sã as pessoas deveriam ser livres de discutir e criticar as convicções dos outros. A reciprocidade é essencial, mas os laicistas parecem preferir caminhos de uma só via", disse o Cardeal Pell, conforme indica L'Osservatore Romano.

Ao referir-se logo à lei que promove o Presidente Obama para liberalizar ainda mais o aborto nos Estados Unidos e lhe negar aos médicos o direito à objeção de consciência, o Cardeal disse que isto poderia "gerar uma guerra cultural". "Os crentes não deveriam ser tratados pelos governos como uma minoria meramente tolerada e lhe desestabilizem, cujos direitos devem sempre estar em segundo lugar em relação às instâncias laicistas".
Em opinião do Arcebispo, o efeito do aumento da intolerância é o de reforçar o conformismo e privar ao Cristianismo da força de seu testemunho público.

Fonte: ACI

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Lembrando...

Cientista inglês ateu é o líder de uma cruzada contra Deus

18.08.2007 - Para expor esse ponto de vista o cientista inglês Richard Dawkins, professor de compreensão pública da ciência na Universidade de Oxford, publicou no final de 2006 Deus, um Delírio. O livro, que chega este mês às livrarias brasileiras, é um grande manifesto ateu - mas, ironicamente, acabou se tornando um presente de Natal bem popular em países de língua inglesa. Nele, Dawkins afirma que as religiões não são só coisas sem sentido, como monstros de espaguete voadores. Elas também são altamente prejudiciais à sociedade.

"Meu grande sonho é a completa destruição de todas as religiões do mundo", dispara, com sua voz tranqüila, depois de dois minutos de entrevista. A Super conversou com o cientista em sua confortável casa de tijolinhos na cidade inglesa de Oxford onde, sentado no sofá e vestido como um perfeito inglês, de paletó, camisa social e colete de lã, ele completou o raciocínio: "Mas eu sei que isso é ambicioso demais.

Na verdade, eu quero atingir as pessoas que estão em cima do muro. Pensando no assunto, talvez elas percebam que não são religiosas". Radical ateu Dawkins é considerado um dos mais importantes intelectuais do mundo e um dos mais famosos divulgadores de assuntos científicos. Ele já publicou 8 livros, que venderam centenas de milhares de cópias e foram traduzidos em mais de 25 línguas, começando pelo best seller O Gene Egoísta, de 1976.

Do gene ao gênesis

O livro revolucionou a área de biologia evolutiva ao explicar a Teoria da Evolução de Darwin pelo ponto de vista dos genes. De acordo com sua perspectiva, a seleção natural não favorece os organismos mais adaptados à sobrevivência, mas, sim, os genes mais eficientes em se multiplicar. Depois que Darwin provou que os seres humanos não foram criados à imagem e semelhança de Deus - eles evoluíram a partir de animais mais simples -, Dawkins tirou os animais, as plantas e os seres vivos em geral do papel de protagonistas da evolução, afirmando que nós não passamos de máquinas de sobrevivência projetadas pelos genes. Agora volta sua bateria para Deus.

A maior parte das religiões afirma que estamos sendo acompanhados de perto por um ser superior e que isso dá sentido à nossa vida. Uma imagem tão confortante quanto sem sentido, na opinião de Dawkins. "Existe um propósito na nossa existência, que é a propagação do DNA. Pode não parecer muito nobre, porque não é o tipo de objetivo que as pessoas procuram", explicou em uma entrevista à BBC. Criado em um lar anglicano, Dawkins descobriu que era ateu aos 17 anos, quando se convenceu de que a Teoria da Evolução de Darwin explicava o mundo muito melhor do que qualquer religião. Mas, só agora, aos 65 anos, decidiu se dedicar de corpo e alma (ops!) a uma cruzada pela ciência e contra o obscurantismo.

Seu objetivo é combater o poder crescentedas religiões como forças absolutas e inquestionáveis - cita como exemplos o fundamentalismo islâmico e o que ele chama de talibã cristão nos EUA. "Supostamente os EUA são um Estado desvinculado de religião, mas George W. Bush está levando o país na direção de uma teocracia, dizendo que fala com Deus e que Deus lhe disse para invadir o Iraque", afirma.

O último iluminista

Para combater esse tipo de atitude, criou a Fundação Richard Dawkins para a Razão e a Ciência, que "tem como objetivo defender a ciência contra os ataques da ignorância organizada", definição que inclui tanto os defensores do ensino de criacionismo quanto as pseudociências (astrologia, homeopatia, ufologia etc.). A fundação pretende financiar pesquisas sobre a psicologia das crenças, apoiar a educação científica e ajudar a divulgação de idéias racionais.

Ele é o primeiro a reconhecer que suas opiniões são polêmicas. "Se você colocar meu nome no Google, vai encontrar um equilíbrio: há coisas muito negativas escritas por gente religiosa e coisas muito positivas escritas por gente não religiosa", se diverte. Ocorre que até entre os ateus existe gente que discorda de suas idéias, como o físico brasileiro Marcelo Gleiser.
"Acho que o Dawkins escreveu um livro provocativo para polarizar ainda mais as tensões entre ciência e religião, o que é inútil", reclama. "As pessoas se sentem ameaçadas pela ciência, achando que ela vai 'matar' os deuses. É essa distorção que os cientistas devem combater, e não a fé. A ciência não quer roubar Deus de ninguém", diz Marcelo.

Não há paz

Bem, não é bem isso que Richard Dawkins pensa. Ele discorda radicalmente da posição liberal de ateus como o paleontólogo Stephen Jay Gould, que afirmava que religião e ciência são assuntos que não se misturam e podem coexistir em paz, cada um ocupando partes diferentes da vida (e da mente) humana. Para Dawkins, isso não passa de duplipensamento, a técnica descrita por George Orwell no livro 1984: acreditar em duas coisas conflitantes ao mesmo tempo.

No caso, o Gênesis e a Teoria do Big-Bang. Em sua opinião, essa posição conciliadora mais atrapalha do que ajuda. Quem não se opõe abertamente às religiões ajuda, com sua omissão, a fortalecer o poder que elas já têm. Ainda assim ele nega que seja um radical: "As pessoas acham isso porque já se acostumaram a falar de religião sempre pisando em ovos", argumenta. "É possível questionar e discordar de alguém sobre economia, esporte ou qualquer outro assunto. Quando se trata de religião, é proibido falar qualquer coisa."

Em termos: as religiões vêm, sim, sendo questionadas em vários livros sobre ateísmo lançados recentemente. Dawkins faz parte desse movimento, ao lado de pensadores como os americanos Daniel Dennett (autor de Quebrando o Encanto) e Sam
Harris (autor de O Fim da Fé). Em sua casa é possível ver várias dessas obras, que são citadas em Deus, um Delírio, pelas estantes, em cima das mesas e até mesmo no banheiro.

Movimento dos sem-deus

O cientista compara a situação dos ateus hoje em dia com a dos homossexuais nos anos 50. Para mostrar o preconceito contra as pessoas sem religião, ele cita uma pesquisa feita pelo Instituto Gallup em 1999. Segundo o levantamento, 95% dos americanos votariam em uma mulher para presidente, 92% em um negro ou judeu e 79% em um homossexual. Mas
apenas 49% colocariam um ateu na Casa Branca."Enquanto o número de judeus nos EUA é muito menor do que o de ateus, eles são muito mais poderosos, pois foram capazes de se organizar e criar lobbies políticos para defender seus interesses", diz Dawkins. "Os ateus americanos, que são entre 20 milhões e 30 milhões, não fazem isso."

Na verdade, é difícil até mesmo perceber que a quantidade é tão grande, porque muitos deles evitam manifestar publicamente sua ausência de crenças. "Muita gente veio me agradecer por ter escrito o que elas não tinham coragem de dizer", se anima Dawkins. "Apesar de não ter escrito o livro pensando nessa conseqüência, agora eu acho que talvez a melhor coisa que ele pode fazer pelas pessoas é encorajá- las a sair do armário."

Ao que parece, a porta do armário foi arrombada: uma pesquisa feita em 2006 pela companhia Harris Interactive mostra que menos da metade dos ingleses, dos alemães e dos espanhóis crêem em Deus ou em algum tipo de ser supremo. Na França, são apenas 27% da população. No Brasil os números ainda são bem diferentes, mas dá para perceber que alguma coisa está ocorrendo (apesar de o questionário do IBGE não incluir a opção "ateu"). No censo de 1991, o número de pessoas que disse não ter religião foi de 4,7%. Já em 2000 esse percentual foi de 7,4%. Para Richard Dawkins, a pior coisa das religiões é a idéia de fé.

Andar com fé

A simples idéia de acreditar em algo que não pode ser provado é capaz de tirá-lo do sério - o que significa, para um britânico tão educado, levantar uma das sobrancelhas. "Fé é algo em que você acredita sem evidência. Pior: quanto mais absurdo o artigo de fé, mais virtuoso é o fato de se acreditar nele." Dawkins crê que a aceitação de dogmas pode levar a sérios problemas. "Disputas entre crenças incompatíveis não podem ser resolvidas com argumentos racionais", disse à revista online americana Salon.

"Cientistas discordam entre si usando fatos e evidências para decidir quem está certo. Mas é impossível argumentar racionalmente se você simplesmente sabe que o seu livro sagrado contém a verdade absoluta dita por Deus, e a pessoa do outro lado pensa a mesma coisa sobre o próprio livro. Não surpreende que, ao longo da história, fanáticos religiosos tenham lançado mão de torturas,execuções, cruzadas, jihads e guerras santas."

Fonte: Revista Superinteresante, agosto 2007

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Nota do Portal Anjo: www.portalanjo.com

Se Deus está morto... (assim dizem os ateus)

Certa vez, em Paris, alguém escreveu num muro: "Deus está morto! assinado: Nietzsche". E um outro, respondendo, escreveu embaixo: "Nietzche está morto! assinado: Deus".

"Deus não morre!", assim gritou Garcia Moreno, heróico presidente do Equador, ao cair vítima dos punhais assassinos dos inimigos da religião.

Evidentemente, Deus, eterno e imutável, não pode morrer. Caso contrário não seria Deus. Jesus Cristo, Deus e homem, morreu na cruz enquanto homem, não enquanto Deus.

Mas se Deus, objetivamente falando, não morre nunca, as pessoas podem matar Deus nos seus corações, isto é, nas suas consciências. É nesse sentido que o Apóstolo São Paulo fala que os que pecam crucificam de novo Jesus Cristo nos seus corações. Claro, quem peca, quem coincidentemente quer satisfazer a sua vontade, mesmo estando contra a vontade de Deus, tem desejo de que Deus não existisse naquele momento, e mataria Deus, se isso lhe fosse possível. Assim acaba matando-o no seu coração, na sua consciência.

Desse modo, o mundo de hoje, que "perdeu o senso do pecado", na expressão do Papa, vive como se Deus não existisse. Os homens mataram Deus, nos seus corações!

E, como disse Dostoievski, "se Deus está morto, tudo é permitido". A ausência de Deus nas consciências leva a todas as desordens morais, familiares, sociais e políticas. Como lamentava o Papa Pio XII: "uma economia sem Deus, um Direito sem Deus, uma política sem Deus". É a fonte de todo ódio, egoísmo, violência e império da sensualidade. É a causa última do caos atual.

E o contrário é obviamente verdadeiro. "O temor de Deus é o princípio da Sabedoria", como diz a Sagrada Escritura. Deus presente e respeitado nas consciências é o princípio da ordem e da felicidade pessoal, familiar, política e social.

Assim, a reforma do mundo, pessoal, político e social, só será real e séria, se começar pelas consciências. Aí está o papel do cristianismo verdadeiro na reforma da sociedade.

Por Dom Fernando Arêas Rifan,
Bispo Coadjutor da
Administração Apostólica Pessoal
"São João Maria Vianney"
Artigo quinzenal para o Jornal "Folha da Manha"

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Mais um pequeno artigo...

A Fé e os Ateus

Lembro-me de um fato contado pelo falecido Dom Luís De Nadal, bispo de Uruguaiana e piloto de avião. Certa vez, Dom Luís viajava de Porto Alegre a Passo Fundo. A seu lado ia um senhor culto que lhe disse: “Sou ateu. Não acredito em Deus, nem participo de nenhuma atividade religiosa”. De repente o piloto avisou: “Há pane no avião. Faremos uma descida de emergência. Rezem para que encontremos lugar adequado para o pouso”. Nosso ateu pediu a Dom Luís: “Por favor, absolva-me de meus pecados. Creio em Deus, sim”.

No Brasil os ateus como o do avião somam cerca de 13 milhões. São de fato “agnósticos”, isto é, sem religião, não comprometidos com nenhuma fé. Este número está em ascensão.

Diante deste fenômeno, antes de condenar os “incréus”, as religiões devem fazer um exame de consciência. Pessoas religiosas dando apoio a atos de violência, justificando até guerras, segundo João Paulo II, “blasfemam contra Deus”. Ou, como diz o Catecismo Católico, “mais escondem do que manifestam o rosto autêntico de Deus e da religião” (nº 2125).

As pessoas tidas como religiosas, que não defendem os direitos humanos, não promovem valores da paz, da solidariedade e de uma civilização do amor, mas que vivem de forma individualista e formalista, de fato falseiam o cristianismo.

Doutro lado, o conhecido teólogo francês Jean Danielou observou: “O homem de hoje conhece tudo, todavia não se conhece a si próprio, que é mais que tudo”. O comunismo ateu eliminou milhões de seres humanos, usando como critério a conveniência do poder. Sem referência ao absoluto, o que tem sentido, o que tem valor? Um vago humanismo sem Deus é verdadeiro humanismo? A ética sem Deus não se reduz facilmente à defesa dos próprios interesses? Num mundo sem escala de valores, o que ainda faz sentido?

Deus existe. Em Jesus Cristo, pela graça, a pessoa atinge sua plenitude. Fica mais gente, mais humana. Sabe-se amada, insere-se numa comunidade de pessoas, sem perder sua individualidade. Torna-se, segundo o apóstolo Pedro, “pedra viva” de um povo, cuja lei é o amor. No seu íntimo vive o Espírito formando e consolidando seu coração. Sua mola propulsora é a fé, que é dom, não obrigação. E a firmeza em Deus gera a esperança, a alegre esperança dos filhos de Deus. É muito bom crer em Deus!

Por Dom Sinésio Bohn
Bispo de Santa Cruz do Sul (CNBB)


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