No canal da Arquidiocese de Belo Horizonte o Pe. José Candido defende o aborto


Artigo Extra  -  www.rainhamaria.com.br

Por Danilo Augusto

15.03.2009 - O assunto é repetitivo, mas os acontecimentos decorrentes desse assunto nos deixam infinitamente preocupados.
Você deve estar se perguntando que colocar “a excomunhão de Dom Sobrinho” dá margem para interpretações equivocadas, como se o arcebispo estivesse excomungado. Não é sem propósito.
Depois das recentes declarações da CNBB e do cardeal do Conselho para a Vida, pensamos seriamente se não estão tentando “excomungar” Dom Sobrinho da vida episcopal, levando-o para um gueto e lhe costurando uma cruz amarela sobre a batina como um aviso sinistro para os outros bispos: cuidado! Este é um bispo católico! Mantenham distância!

Tempos difíceis estes.

A CNBB já o abandonou, se é que um dia esteve com ele. Os bispos do Brasil rapidamente se mantiveram longe do bispo perseguido pela mídia idiota e por católicos – dizem que são – que seguem os veículos de informação. O que seria uma conferência de bispos que não um organismo para articular e unir todos os bispos de uma região? E o que faz a CNBB? Joga no lixo a única finalidade de uma conferência episcopal! Deste ponto em diante pode-se fechá-la que não fará a menor falta, ou com certeza se fará um bem enorme ao catolicismo.
Se havia alguma esperança – reparem na partícula “se” – na CNBB, esta foi enterrada e com uma grossa pá de concreto foi sepultada. Convida-se para a missa de sétimo dia!
Penso que a CNBB jamais poderia ser ortodoxa ou demonstrar alguma compaixão para com os bispos ortodoxos. Ela foi fundada justamente para, indiretamente, combater esses bispos – arautos de um passado medieval. É da natureza da CNBB ser heterodoxa.
Bom, vou comentar os assuntos em partes, com subtítulos.

Pe. José Candido defende o aborto: tudo conforme doutrina da Igreja!

Para quem não sabe a Arquidiocese de Belo Horizonte possui um canal de TV – a TV Horizonte.
Aqui cabe um parêntese. As redes “católicas” brasileiras deveriam, se o catolicismo aqui fosse levado a sério – ser fechadas! Desenvolveu-se uma noção que rede católica é ingerenciável, que está acima da autoridade do bispo local. Um exemplo é a rede Aparecida de TV, onde se propagam todos os tipos possíveis de atentados contra a fé, sem a menor intervenção do reverendíssimo senhor arcebispo. Parêntese concluído, prossigamos.
Para quem também não sabe a arquidiocese de BH é Sé do senhor arcebispo Dom Walmor de Oliveira que, por alguma obra misteriosa, é o responsável pelo departamento de “Doutrina da Fé” da CNBB. Esta comissão deveria ser, em tese, a filial da Congregação vaticana homônima no Brasil. Reparem que eu escrevi “em tese”, porque “de fato” não é. Nem sei se funciona, porque nunca vi um único pronunciamento dela.

O padre José Candido  apresenta neste canal diocesano dois programas:
Questões de fé – onde fica discutindo as campanhas da diocese, a da fraternidade, os temas sociais, etc. como se isso fosse questão de fé.
Em diálogo – onde se reúne com três ou quatro membros de outras denominações cristãs (metodistas, luteranos, anglicanos) para “dialogar” no melhor espírito kasperiano.

Pois bem, ontem eu, por mero acaso, sintonizei no programa “Questões de Fé” – é que o canal da TV Horizonte é bem próximo da minha querida EWTN e zapeando acabei parando por lá – que estava reprisando. Para a minha não surpresa o padre estava abordando a questão do aborto da menina nordestina de 9 anos – ela não tem mais nome ou identidade, é assim que ela vem sendo tratada, como uma coisa.
A postura do padre foi, para dizer o mínimo, deplorável.
O padre, que a partir de agora passarei a tratar por senhor José Candido, só faltou ofender a mãe do arcebispo. Creio que, aproximadamente, 15% dos leitores desse blog são de BH e sabem, provavelmente, do que eu estou falando.
Eu anotei algumas frases deste senhor e coloco aqui.
“É possível ser católico, antiaborto, e não ser medieval”.
O senhor José Candido afirmou que a postura do bispo é medieval, que ele não deveria ter dado a excomunhão. Tudo aquilo que é medieval (excomunhões, inclua-se) é errado e não tem mais lugar na igreja DO Brasil. Somos uma filial luterana, peca-se livremente e sem qualquer conseqüência.
O senhor afirmou que não é possível seguir tudo cegamente, que o que fala o Direito Canônico não deve ser acatado sem reflexão. E o senhor José Candido, no seu programeco, cometeu o absurdo de citar o Direito Canônico para defender o aborto da menina!!!
Citou um cânone onde se fazia clara referência a proibição do aborto, sob pena de excomunhão, mas leu uma “Nota de rodapé” onde o autor fazia a diferenciação entre aborto direto – aquele provocado com intenção de matar o feto – e aborto indireto – aquele decorrente de algum tratamento ou terapia para salvaguardar a vida da mãe.

Com isso, o senhor quis fazer uma confusão – embora depois várias e várias vezes tenha se defendido afirmando que não foi contra a doutrina da Igreja – na cabeça do fiel, seguindo as pegadas da CNBB.
Creio que o “aborto direto” é facilmente compreendido. O indireto é um pouco mais complexo, mas não incompreensível. O senhor José Candido se aproveitou da péssima formação do laicato brasileiro para endossar a sua posição pró-aborto.
O aborto indireto não é penalizado pelo Direito Canônico porque não se tem a intenção de matar o feto. A mulher grávida que toma uma simples aspirina e, por ventura, aborte por causa disso não está excomungada! Isso, mal-dizendo, é um exemplo de aborto indireto. Os tratamentos como quimioterapia ou outros semelhantes também podem, mas não significa que necessariamente vão, causar o aborto. Tudo isso não é passível de excomunhão.
Agora, onde nesse caso o aborto pode ser considerado “indireto”? Só na cabeça do senhor José Candido! A menina foi levada pela mãe e esta estava consciente do que ali iriam fazer: um aborto. Não iriam tentar um tratamento de saúde, mas um aborto puro e simples, mortal e pecaminoso.
E o direito canônico diz que...

Cân. 1398 Quem provoca aborto, seguindo-se o efeito, incorre em excomunhão latae sententiae.

É claríssimo. Quem provocou o aborto no caso da menina? Primeiramente a mãe, depois a equipe médica que participou do procedimento para dar-lhe o efeito e também, ousaria dizer, o diretor do hospital que permitiu tal prática. A CNBB afirma que a mãe agiu sobre pressão dos médios. Pouco importa. Ela agiu! Poderia livremente ter voltado pra casa, mas preferiu, mesmo depois das advertências, dar ouvido aos médicos. Pois bem, sofreu as conseqüências que, longe do que a mídia diz, não são permanentes bastando arrependimento sincero para o perdão. Esse arrependimento, até o momento, não se processou, o que mostra que a mãe não agiu coagida ou forçada coisa nenhuma.
O cânone 1041, mesmo sendo sobre os impedimentos para se receber as ordens, trata com ainda mais precisão o assunto:

Can. 1041 – 4° - quem tiver praticado homicídio voluntário, ou provocado aborto, tendo-se seguido o efeito, e todos os que tiverem cooperado positivamente;

Em várias outras alocuções o Papa João Paulo II se posicionou contra toda e qualquer forma de aborto direto. Mas é nessa palavra que o senhor Candido focou para torcer a doutrina: direto!
O senhor José Candido afirmou que o aborto da menina foi indireto, portanto não condenável. Nada mais falso, diga-se de passagem. Por isso esse “Chacrinha” da TV Horizonte se colocou do lado dos médicos e contra o “arcebispo medieval”.
O senhor José Candido, imbuído do mesmo espírito relativista citou ainda João Paulo II e Pio XII – não me lembro infelizmente dos documentos que ele citou – para justificar sua posição, que é só sua e não da Igreja.
Ninguém pode citar João Paulo II para defender um aborto, nem em delírios. Para isso vamos citar apenas um trecho de apenas um único de vários documentos joãopaulinos sobre esse assunto, caso o senhor José Candido os desconheça:

De facto, a inviolabilidade absoluta da vida humana inocente é uma verdade moral explicitamente ensinada na Sagrada Escritura, constantemente mantida na Tradição da Igreja e unanimamente proposta pelo seu Magistério. Tal unanimidade é fruto evidente daquele « sentido sobrenatural da fé » que, suscitado e apoiado pelo Espírito Santo, preserva do erro o Povo de Deus, quando « manifesta consenso universal em matéria de fé e costumes ».
Face ao progressivo enfraquecimento, nas consciências e na sociedade, da percepção da absoluta e grave ilicitude moral da eliminação directa de qualquer vida humana inocente, sobretudo no seu início e no seu termo, o Magistério da Igreja intensificou as suas intervenções em defesa da sacralidade e inviolabilidade da vida humana. Ao Magistério pontifício, particularmente insistente, sempre se uniu o Magistério episcopal, com numerosos e amplos documentos doutrinais e pastorais emanados quer pelas Conferências Episcopais, quer pelos Bispos individualmente. Não faltou sequer, forte e incisiva na sua brevidade, a intervenção do Concílio Vaticano II.

Portanto, com a autoridade que Cristo conferiu a Pedro e aos seus Sucessores, em comunhão com os Bispos da Igreja Católica,confirmo que a morte directa e voluntária de um ser humano inocente é sempre gravemente imoral. Esta doutrina, fundada naquela lei não-escrita que todo o homem, pela luz da razão, encontra no próprio coração (cf. Rm 2, 14-15), é confirmada pela Sagrada Escritura, transmitida pela Tradição da Igreja e ensinada pelo Magisterio ordinário e universal.
A decisão deliberada de privar um ser humano inocente da sua vida é sempre má do ponto de vista moral, e nunca pode ser lícita nem como fim, nem como meio para um fim bom. É, de facto, uma grave desobediência à lei moral, antes ao próprio Deus, autor e garante desta; contradiz as virtudes fundamentais da justiça e da caridade. « Nada e ninguém pode autorizar que se dê a morte a um ser humano inocente seja ele feto ou embrião, criança ou adulto, velho, doente incurável ou agonizante. E também a ninguém é permitido requerer este gesto homicida para si ou para outrem confiado à sua responsabilidade, nem sequer consenti-lo explícita ou implicitamente. Não há autoridade alguma que o possa legitimamente impor ou permitir ».
Encíclica Evangelium Vitae – n°57.

Creio que isso, atrelado ao uso correto e não distorcido do Direito Canônico, encerra a questão.
O senhor José Candido, numa furiosa onda relativista, afirmou que somos católicos e que não temos os olhos vendados ou tapados, sugerindo que não se deve obedecer a tudo que a Igreja manda, e também que não devemos ser “xiitas” da religião, levando tudo ao pé da letra. Declarações falaciosas cujo único objetivo era a confusão dos fiéis e a cisão da Igreja.
E o senhor afirmou que não estava dividindo a Igreja – coisa que muitos internautas colocavam. E ele sorridente citava a declaração recente da CNBB “condenando o gesto do arcebispo”. CNBB locuta causa finita est! Não importa a declaração do Cardeal Ré ou a Doutrina da Igreja, o importante e o que deve ser seguido fielmente é a doutrina modernoide da CNBB!!!
Entre uma ou outra abominação o programa recebia participações de internautas. Várias foram elogiando a postura do apresentador que, com nenhuma humildade, esboçava um sorriso amarelo como o de um lobo antes de devorar as ovelhas. As participações eram lidas por uma moça que lhe prestava assistência.

Uma participação me chamou a atenção porque falava tudo aquilo que um católico de verdade deveria dizer:
Chamou o “padre” de modernista, relativista e evolucionista moral – com toda a razão!
Afirmou que a doutrina pregada pelo padre era contrária a da Igreja, que o padre estava dividindo a Igreja e que tinha pena daqueles que davam ouvidos ao “magistério do Padre”.
As palavras desse internauta “tradicionalista” foram surpreendentes, demonstravam um nível de conhecimento da doutrina da Igreja espantoso e é uma pena eu não ter transcrito tudo, ficando apenas o rabisco acima. Fica aqui o meu sincero cumprimento a esse internauta – um dos dois únicos que questionaram frontalmente o padre – o qual infelizmente não recordo o nome!
Depois de ler esse belo e completo comentário, a assistente deslanchou na risada, tendo que abaixar a cabeça para encobrir os risos. O padre fez o mesmo. Deboches e mais deboches...é o que merecem os católicos fiéis ao Cristo!
Como resposta ao internauta o “padre” afirmou que a “a minha teologia não é modernista, mas não é da época da Inquisição (...) não é de Torquemada!”.
E essa postura do “padre” nos leva a mais uma reflexão. O modo como o internauta foi tratado no programa, com desdém, deboche e visto como um “anormal” ou “fundamentalista”, é o mesmo modo como vários católicos fiéis são tratados pelos seus padres e bispos. Para eles (ou nós, depende de quem está lendo isso) não há lugar nas nossas (deles) igrejas, nas nossas (deles) paróquias.
Cínico, o senhor José Candido se colocou a comentar mais um trecho da Campanha da Fraternidade, sobre a violência no campo, citando dados dos “camponeses” (leia-se MST) mortos nos confrontos do campo. E os quatro homens assassinados pelos “camponeses”? Não foram contabilizados por José Candido, é claro! Depois veio uma vinheta com a “Dorothy Stang”, a freira sem hábito assassinada no norte do país, que encheu os olhos do apresentador de lágrimas.
Uma internauta afirmou que estava triste com a posição da “sua Igreja” até ouvir o que disse o “padre” Candido, afirmou também que a Igreja precisa de mais pastores como ele, atentos aos sinais dos tempos e às necessidades do povo (inclua-se matar inocentes). Outra internauta perguntou, na sua ignorância, por que o arcebispo não excomungou o estuprador. Resposta do “padre”: o arcebispo não pode excomungar ninguém!
O “padre” afirmou que o arcebispo não deveria ter “armado aquele circo todo”, que “deveria ter tratado do assunto como um pastor e não ficar brandindo excomunhão do alto do seu trono. Que essa imagem foi para o mundo todo e causou descrédito para a Igreja”. O “padre” fez um paralelo com o caso da menina de 11 anos que teve os filhos. Afirmou que aí sim o bispo acertou, não excomungou ninguém e tratou tudo como um legítimo pastor!!!
No caso da menina de 11 anos do Rio Grande do Sul, por que algum bispo daria alguma excomunhão? Ela TEVE as crianças! Isso também é excomungável? O senhor Jose Candido não entende nada mesmo!
No caso do Rio Grande do Sul, o bispo teve tempo para conversar com a garota, para agir pastoralmente porque os olhos do diabo olhavam para o outro lado do país. Dom José não teve esse tempo. Foi surpreendido pela mídia cobrindo o “estupro” com suas lentes sensacionalistas e precisou agir, já que o caso era público e questionava abertamente a postura da Igreja sobre o assunto. Dom Jose, então, anuncia que, se efetivado o aborto, há pena de excomunhão. Não fez nada mais! Havia a possibilidade, segundo o alerta do bispo, de se desistir do aborto, mas a mãe e os médicos persistiram. O que restava fazer senão publicamente confirmar uma excomunhão automática, para que os fiéis não tivessem dúvidas da postura da Igreja?
Depois o senhor José Candido afirmou que a Igreja não precisava de canonistas, que agiram conforme as leis da Igreja, mas de pastores. Certamente se referia a pastores do porte dele, é claro.

Um comentário, de um filósofo, nos deixou ainda mais perplexos. Entre vários elogios tecidos ao “padre” e várias acusações feitas ao arcebispo, o filosofo afirmou que uma vida – no caso a dos gêmeos – criada por um estuprador não teria alma, Deus jamais permitiria que essas crianças tivessem alma! O padre, sorrindo mais uma vez, afirmou que respeitava a opinião do filosofo internauta, mas não o corrigiu. Isso nos leva a concluir que o padre concordava com ele! Quem cala...consente!
É o que eu escrevi numa outra postagem: todo o resultado do estupro é naturalmente mau e precisa ser destruído. O que esse “filósofo” disse está em linha com esse pensamento errado e abominável.
Para finalizar, o senhor José Candido afirmou, respondendo “a uma pergunta que nos chegou agora e que não tem a ver com o tema, mas que é fácil de responder”, que o limbo não existe! “E foi Bento XVI quem declarou que o limbo não existe, portanto não me chamem de modernista, porque foi Papa quem disse”. Mais um erro! Onde está tal definição? Peço ao Sr. Candido que cite uma encíclica ou exortação que anula o limbo e que tenha sido assinada por Bento XVI. Só umazinha!
O programa “Questões de fé” é um desterro de heresias! Uma ameaça formal ao católico ignorante da sua doutrina. Agora entendo as razões dos padres da libertação serem tão contrários ao ensino do catecismo: um católico ignorante é muito mais fácil de agarrar, como uma ovelha doente que não consegue se defender dos lobos.
Por isso “padre” Candido se mostra tão relutante com o catecismo, doutrina e direito canônico. Tudo isso é, sem dúvida, uma herança medieval que precisa ser abolida!

E o senhor arcebispo de BH? Lembra-se dele? Por que não faz nada contra as barbaridade que se verificam na TV Horizonte ou mesmo na Arquidiocese?

 

Na foto acima eu mostro uma “missa” em ação de graças pelos 100 anos do clube futebolístico Atlético mineiro! Um Galo – mascote do time – foi “entronizado” durante a missa!!! Com todas as honras, um galo pisou no altar do Senhor, numa bela Igreja dedicada ao culto do verdadeiro Deus!!!
E onde estava o senhor arcebispo? Provavelmente preocupado com o que dizer nos seus vários e vazios programas de TV, objetivando, quem sabe por insistência, um barrete cardinalício. Dom Walmor é o bispo perfeito para a diocese de Linz, quero dizer, Belo Horizonte. Lá é terra de ninguém!

Fonte: Blog Igreja Una

 


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