Novelas: oficinas do demônio


16.04.2009 - São João Bosco - educador por excelência e mestre da juventude - usava esta frase “oficinas do demônio” para o ócio vicioso, isto é, aquele vazio de tempo que fazia o demônio correr para preencher com suas maquinações aquele espaço deixado pela pessoa. Assistir novela é considerada por muitos um momento de diversão, de relaxar, de ócio; mas o ócio não é neutral: tem ócio que leva à virtude e tem ócio que leva ao vício, porque em cada ato - ou omissão - que a pessoa escolhe, ela também está escolhendo crescer como pessoa ou se rebaixar.

O Brasil não tem uma novela. Tem uma fábrica delas. Tanto é que até chega a exportar novelas! E elas não se reduzem - como se não fosse mais que aberrante - às 04 novelas diárias, elas se alastram pela programação do início do dia até de madrugada. Além do “vale a pena ver de novo”, e as três “famosas” novelas (das 6pm, 7pm e 9pm), ainda sobra a novela para os adolescentes (quanto mais cedo se infectarem melhor!) chamada Malhação. Mas calma lá… ainda tem mais: o vídeo-show (sim, ainda existe!) comenta as novelas de ontem e de hoje; após ele vem a Angélica, fazendo perguntas inúteis sobre o que? Acertou! Novela/ator/atriz/diretor das novelas, claro. E no fim de semana, descanso?! Não. Faustão e Fantástico completam a programação da Globo. Fomos a maior nação católica do mundo, hoje somos, infelizmente, a maior nação noveleira do mundo. Qual preferimos?

Por que será que toda a programação desta rede de TV gira em torno de novela? Será porque o monopólio global quer os seus adeptos bem dopados ou porque ela deseja, como a Santa Igreja, ver seus filhos vivendo a sua vocação de filhos de Deus, com toda a alegria e exigência que isso implica? Não precisamos ser expertos para responder.

O ócio que insiste em chamar o bem de mal e o mal de bem, e impor comportamentos indignos de um cristão, como as novelas, não deve ser visto por ninguém, muito menos pela família inteira!

Temos que obrigar, com nossas atitudes, a que as redes abertas do Brasil elevem o nível de sua programação, especialmente de suas novelas! O ibope está caindo cada vez mais, e eles estão chamando especialistas para “estudar” esta queda. Seria louvável que esta queda se desse porque as famílias cristãs estão dispostas a encontrar outros meios de diversão, realmente dignos de cada uma delas!

Para terminar, gostaria de falar sobre um e-mail circulando na internet sobre a música “Simpatia Com o Diabo’ (Sympathy for the Devil)”, afirmando que ela faz parte da trilha da novela das 20h. A Rede Globo colocou um comunicado na sua página que eu cito abaixo, com meus comentários em vermelho, após a tradução da letra da música:

Sympathy for the Devil (Simpatia Com o Diabo)

Please allow me to introduce myself
I’m a man of wealth and taste
I’ve been around for a long, long year
Stole many a man’s soul and faith

Por gentileza me permita me apresentar
Sou um homem de fortuna e requinte
Estou por aí já faz alguns anos
Roubei as almas e a fé de muitos homens

And I was ’round when Jesus Christ
Had his moment of doubt and pain
Made damn sure that Pilate
Washed his hands and sealed his fate

E eu estava por perto quando Jesus Cristo
Teve seu momento de duvida e dor
Fiz muita questão que Pilatos
Lavasse suas mãos e selasse seu destino

Pleased to meet you
Hope you guess my name
But what’s puzzling you
Is the nature of my game

Um prazer em lhe conhecer
Espero que adivinhem o meu nome
Mas o que lhes intriga
É a natureza do meu jogo

I stuck around St. Petersberg
When I saw it was a time for a change
Killed the Czar and his ministers
Anastasia screamed in vain

Eu aguardei em São Petersburgo
Quando percebi que era hora para mudanças
Matei o Czar e seus ministros
Anastácia gritou em vão

I rode a tank
Held a general’s rank
When the Blitzkrieg raged
And the bodies stank

Pilotei um tanque
Usei a patente de general
Quando as blitzkrieg urgiam
E os corpos fediam

Pleased to meet you
Hope you guess my name, oh yeah
What’s puzzling you
Is the nature of my game, oh yeah

Um prazer em lhe conhecer
Espero que adivinhem o meu nome
Mas o que lhes intrigam
É a natureza do meu jogo

I watched with glee
While your kings and queens
Fought for ten decades
For the Gods they made

Assisti com orgulho
Enquanto seus reis e rainhas
Lutaram por dez décadas
Pelos deuses que eles criaram

I shouted out
‘Who killed the Kennedys?’ When after all
It was you and me

Gritei bem alto
‘Quem matou os Kennedys?’
Quando afinal de contas
Foi apenas você e eu

Let me please introduce myself
I’m a man of wealth and taste
And I laid traps for troubadors
Who get killed before they reached Bombay

Permita-me por gentileza me apresentar
Sou um homem de fortuna e requinte
Deixei armadilhas para ministreis
Que morreram antes de chegarem a Bombaim

Pleased to meet you
Hope you guessed! my name, oh yeah
But what’s puzzling you
Is the nature of my game

Um prazer em lhe conhecer
Espero que adivinhem o meu nome, oh yeah
Mas o que lhes intriga
É a natureza do meu jogo

Pleased to meet you
Hope you guessed my name, oh yeah
But what’s confusing you
Is just the nature of my game

Um prazer em lhe conhecer
Espero que adivinhem o meu nome
Mas o que lhes confunde
É a natureza do meu jogo

Just as every cop is a criminal
And all the sinners Saints
As heads is tails
Just call me Lucifer
‘Cause I’m in need of some restraint

Assim como todo cana é um criminoso
E todos os pecadores Santos
Como cara é coroa
Basta me chamar de Lúcifer
Pois estou precisando de alguma restrição

So if you meet me
Have some courtesy
Have some sympathy, and some taste
Use all your well-learned politesse
Or I’ll lay your soul to waste, um yeah

Então se me conhecer
Tenha alguma delicadeza
Tenha a simpatia, e algum requinte
Use toda sua polidez bem aprendida
Ou deitarei sua alma para apodrecer

Pleased to meet you
Hope you guessed my name, um yeah
But what’s puzzling you
Is the nature of my game, um! baby, get down

Prazer em lhe conhecer
Espero que adivinhem o meu nome, oh yeah
Mas o que lhes intrigam
É a natureza do meu jogo

Woo, who
Oh yeah, get on down
Oh yeah
Oh yeah!
Tell me baby, what’s my name
Tell me honey, baby guess my name
Tell me baby, what’s my name
I tell you one time, you’re to blame

Diga-me baby, qual é o meu nome
Diga-me doçura, qual é o meu nome
Diga-me baby, qual é o meu nome
Lhe digo uma vez, é sua culpa

Ooo, who, who
Ooo, who, who
Oh, yeah

Diga-me baby, qual é o meu nome
Diga-me doçura, qual é o meu nome
Diga-me baby, qual é o meu nome
Lhe digo uma vez, é sua culpa

Ooo, who, who
Ooo, who, who
Oh, yeah

Comunicado: música ‘Sympathy for the Devil’ em Caminho das Índias

Ao contrário do que tem circulado em emails na Internet, a música ‘Sympathy for the Devil’ não faz parte da trilha sonora da novela das oito ‘Caminho das Índias’.

Sem que houvesse qualquer conotação religiosa, a música foi usada na novela ‘Celebridade’, como tema da vilã Laura, personagem de Claudia Abreu. [uma música que tem o título “simpatia pelo diabo” e fala em sua letra sobre Jesus Cristo tem conotação religiosa, e seria inadequado usá-la com a desculpa que a Globo deu: a novela é ficção!]. Recordamos que novelas são obras de ficção e assim são compreendidas pelo público que desde o primeiro capítulo de ‘Celebridade’ soube que Laura era uma personagem perversa e má. [Não. Não é assim que elas são compreendidas pelo público. Apesar de ser uma ficção, a novela é hoje o maior meio para impor comportamentos na sociedade, na família, na juventude, na moda, nos relacionamentos, etc. Nem precisava de um estudo do BID para comprovar que os anti-valores mostrados diariamente na telinha como “absolutamente normais, aceitáveis e sem nenhuma consequência”, fazem que estas obras de ficção se tornem trágicas realidades em milhares de casas de família no Brasil. Os diretores das novelas sabem do poder de sua influência e são treinados para colocar o mal com bem e o bem como mal.] Desta forma, a música-tema não teve outra função senão a de reforçar as características negativas do perfil da vilã da novela de Gilberto Braga. Reiteramos o compromisso da Rede Globo em fazer televisão para um único público, o brasileiro, sem distinções, apologias ou críticas depreciativas à religião [sic], sexo[sic], classe social ou raça. [sem comentários, né?]

por Julie Maria  -  http://juliemaria.wordpress.com

 


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