O Parecer da Igreja: Homossexualismo e homossexuais


08.05.2009 - Artigo extra  -  www.rainhamaria.com.br

Por Everth Queiroz Oliveira

Não se tem dúvida do parecer negativo que a Igreja tem a respeito das relações homossexuais. Ela é, sem dúvida, totalmente contra o homossexualismo. E por quê? Bom, porque o homossexualismo é (1) imoral, (2) antinatural e (3) antibíblico. No entanto, isso não significa que a Igreja é homofóbica. Homofobia é ter preconceito e discriminação com homossexuais. A Igreja – fique bem claro – NÃO tem preconceitos com quem é homossexual. O Catecismo da Igreja Católica é bem claro ao falar disso:

2358. "Um número considerável de homens e de mulheres apresenta tendências homossexuais profundamente radicadas. Esta propensão, objetivamente desordenada, constitui, para a maior parte deles, uma provação. Devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á, em relação a eles, qualquer sinal de discriminação injusta. Estas pessoas são chamadas a realizar na sua vida a vontade de Deus e, se forem cristãs, a unir ao sacrifício da cruz do Senhor as dificuldades que podem encontrar devido à sua condição".

Não podemos, portanto, ser homofóbicos. A Igreja não aceita isso e nunca aceitou. Contudo, isso não significa calar-se diante da moralidade. Ao lado do amor ao próximo, está a verdade. Não podemos, pois, condenar os homossexuais; mas, somos obrigados, de acordo com o que aprendemos da moral cristã, a condenar o homossexualismo e as relações desse tipo. Não se pode “aprisionar a verdade” (cf. Rm 1,18) às custas do amor ao próximo. Jesus nunca nos pediu isso. Pelo contrário, seu apóstolo, São Paulo, dizia: “Não tenhais cumplicidade nas obras infrutíferas das trevas; pelo contrário, condenai-as abertamente” (Ef 5,11). Calar-se diante do homossexualismo em si é omissão e, portanto, pecado. No entanto, acrescentar à esse ato uma discriminação com os homossexuais é também pecado. Diz ainda São Paulo aos efésios: “Não é contra homens de carne e sangue que temos de lutar, mas contra os principados e potestades, contra os príncipes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal” (6,12).

Acompanhando uma entrevista escandalosa dada por um pastor de uma igreja protestante sobre o homossexualismo, notei a presença de uma pergunta bastante distorcida:

Especificamente sobre a Igreja Católica, o que você pensa sobre os discursos homofóbicos do papa?

"Penso que é uma desgraça! Penso que toda vez que o papa fala de maneira negativa da homossexualidade, contribui e se torna cúmplice das perseguições, das torturas, dos assassinatos de gays, lésbicas, travestis, transexuais e bissexuais no mundo inteiro. Contribui para uma cultura homofóbica, sexista, heteronormativa, que exclui, que mata os que não se enquadram. Contudo, precisamos entender que o ditado popular “Roma locuta, causa finita”, não se aplica mais à atual realidade. Por exemplo, a Conferência Episcopal Alemã, similar à CNBB, emitiu parecer favorável à união civil de pessoas do mesmo sexo naquele país. A própria CNBB acabou de manifestar publicamente que os homossexuais podem sim ingressar no sacerdócio, desde que observem como os heterossexuais, o celibato; o documento que veio de Roma, que serve como diretriz regulamentar para os candidatos ao sacerdócio, proibia a aceitação nos seminários de “pessoas com tendências homossexuais profundamente arraigadas” – olha aí a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil não se enquadrando nas ordens de Roma!

Em primeiro lugar, NÃO se pode levar muito em conta o que fala grande parte dos pastores de igrejas evangélicas. Levados pela visão individual e própria que têm da Sagrada Escritura, interpretam-na a seu modo, fazendo da verdade algo maleável de igreja para igreja. Existe, pois, o comodismo de se afirmar o que quiser, mesmo que isso vá contra o que ensina a Bíblia. É isso o que a religião se tornou: um verdadeiro comércio onde, de fato, se defende a visão que cada um tem da Bíblia e se faz propaganda dela. Mercadejam a Palavra de Deus.

Nessa pergunta especificamente, a priori, nota-se a falta de informação da entrevistadora. Ela diz que o Papa tem discursos homofóbicos, algo que NÃO é verdade. O Papa, como já expliquei, assim como a Igreja, condena não o homossexual, mas sim o homossexualismo, portanto, não pode ser chamada de homofóbica. E, condenar especificamente o homossexualismo não significa, de modo algum, incentivar a perseguição aos homossexuais. Ora, a doutrina da Igreja está exposta! Cada um faz o que quer da sua vida! Não é isso que prega a sociedade moderna com seus erros e suposições errados? Mas virá o dia em que Deus separará o trigo do joio, então, aqueles que tiverem seguido fielmente a Palavra de Deus serão salvos; aqueles, entretanto, que fingirem seguir a Deus, mas pregarem o que vai contra a sua vontade, ouvirão de Deus: “Nunca vos conheci. Retirai-vos de mim, operários maus!” (Mt 7,23).

Quem não sabe diferenciar, enfim, o homossexualismo do homossexual, o comunismo do comunista, a maçonaria do maçom, NÃO pode, definitivamente, exercer o papel de anunciador da Palavra de Deus, uma vez que não consegue cumprir o que manda, respectivamente, São Paulo na carta aos efésios, em 5,11 e 6,12.

Não bastasse deturpar o sentido das declarações do Papa, o pastor ainda vem falar que a CNBB disse que os homossexuais podem sim ser sacerdotes, quando de fato, isso NÃO aconteceu. E mesmo que isso acontecesse, as declarações da CNBB não anulariam a doutrina da Igreja. As conferências de bispos serem ou não contra o homossexualismo ou a favor da ordenação de homossexuais NÃO muda o fato de que a Igreja não permite que pessoas com tendências homossexuais profundamente arraigadas sejam sacerdotes. Portanto, Roma locuta, causa finita sim. Se um ou outro desobedece à lei da Igreja, não quer dizer que ela perdeu sua infalibilidade.

O que aconteceu foi o que o Jorge Ferraz explicou anteontem em seu blog Deus lo vult!: “quer o documento [da CNBB] traga expressamente o termo ‘homossexualidade’ ou não, quer um bispo diga o contrário, gays não podem ser ordenados sacerdotes porque assim dispõe a Santa Sé. C’est fini.” Recomendo que leiam esse artigo dele, denominado Três versões sobre a CNBB e a admissão de homossexuais ao sacerdócio.

E recomendo que leiam também a Instrução Sobre os critérios de discernimento vocacional acerca das pessoas com tendências homossexuais e da sua admissão ao Seminário e às Ordens Sacras, da Congregação para a Educação Católica, cuja estrutura, inclusive, estarei disponibilizando aqui no blog posteriormente.

Só espero que diminuam os casos de falazes lobos em pele de cordeiro que vem falar sobre toda a sorte de assuntos, no entanto, contradizendo aquilo que manda a Palavra de Deus. Maria Santíssima guia a Igreja; Deus está com ela. Nada precisamos temer. Oremos pelos sacerdotes e pelos homossexuais para que possam superar os preconceitos que enfrentam e viver a castidade, que é o que a Igreja manda a todos os fiéis.

Graça e paz.

Fonte: http://beinbetter.wordpress.com/


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