Reduzir o Sacrifício da Missa a uma pura refeição, a uma comemoração ou recordação


26.05.2009 - DESTRUIR A MISSA - Pouco a pouco vamos tornar-nos protestantes, sem sequer dar-nos conta

Conferência de Dom Marcel Lefebvre  -  Granby, Canada, 14/03/1971

Qual é a crise que estamos atravessando atualmente? Manifesta-se, no meu entender, sob quatro aspectos fundamentais para a Santa Igreja. Manifesta-se, à primeira vista, acredito eu, e me parece que é um dos aspectos mais graves, porque, para mim, se se estuda a história da Igreja, dá-se conta de que a grande crise que atravessou o século XVI, crise espantosa, que arrebatou à Santa Igreja, milhões e milhões de almas, regiões inteiras, Estados na sua totalidade, esta crise foi, antes de tudo, uma crise do culto litúrgico; e que, se atualmente existem divisões entre aqueles que se dizem cristãos, há que se atribuir mais que a outras causas à forma de celebrar o culto litúrgico; e se os protestantes se separaram da Igreja, a causa principal é que os instigadores do protestantismo, como Lutero, disseram, desde o primeiro momento: "Se queremos destruir a Igreja temos que destruir a Santa Missa". Esta foi a chave de Lutero.

Tinha-se dado conta de que, se chegasse a por as mãos na Santa Missa, se conseguisse reduzir o Sacrifício da Missa a uma pura refeição, a uma comemoração ou recordação, a uma significação da comunidade cristã, a uma rememoração ou memorial da Paixão de Nosso Senhor e, como consequência, que ficasse mais débil o mais sagrado que há na Igreja, o mais santo que nos legou Nosso Senhor, o mais sacrossanto, ele conseguiria destruir a Igreja. E certamente, conseguiu, por desgraça, arrebatar à Igreja nações inteiras, obrando dessa forma.

A Missa, um sacrifício

Pois bem. Hoje existe uma tendência, que ninguém pode negar, de pôr as mãos sobre a Santa Missa. Chega-se a alterar coisas que são essenciais na Santa Missa. E quais são estas coisas essenciais, na Santa Missa? Em primeiro lugar, a Santa Missa é um sacrifício. Um sacrifício não é uma refeição. Mas, na atualidade, se quis desterrar até a palavra sacrifício. Se fala de Ceia Eucarística, se fala de comunhão eucarística..., se fala de tudo o que se quer, com tal de não mencionar sequer a palavra sacrifício.

E apesar disso, a Missa é, essencialmente, um sacrifício, o Sacrifício da Cruz; não é outra coisa. Substancialmente, o Sacrifício da Cruz e o Sacrifício da Missa são a mesma coisa e o mesmo e único Sacrifício.

Não há outra mutação que na forma de oblação. Nosso Senhor se ofereceu de uma forma sangrenta, cruenta, no altar da Cruz, sendo Ele mesmo o Sacerdote e a Vítima. E sobre nossos altares, se oferece, sendo igualmente o Sacerdote e a Vítima, por ministério dos sacerdotes.

Somente o sacerdote é o Ministro consagrado pelo Sacramento da Ordem, configurado, pelo Caráter, ao Sacerdócio de Nosso Senhor Jesus Cristo, oferecendo o Sacrifício da Missa, na pessoa de Cristo: "in persona Christi".

A presença real

Se se tira a Transubstanciação da Missa... Já que vos falei de Sacrifício, falemos agora da segunda coisa necessária, essencial, que é a Presença Real de Nosso Senhor, na Sagrada Eucaristia. Se se elimina a Transubstanciação... Esta palavra é de uma importância capital, porque, ao suprimi-la, se omite a presença real, e deixa, portanto, de haver Vítima.

Deixa de haver Vítima para o Sacrifício. E, portanto, deixa de haver Missa. Dizendo de outra maneira: deixa de existir Sacrifício e nossa Missa é vã. Ficamos sem Missa. (Deixou de ser o Sacrifício que nos deu Nosso Senhor, na Santa Ceia e na Cruz, e que mandou os Apóstolos o perpetuarem sobre o altar). É o segundo elemento indispensável. Primeiro, o Sacrifício, logo, a Presença Real. Falemos agora do Caráter sacerdotal do Ministro.

É o sacerdote, não os fieis

É o sacerdote o que recebeu o encargo, de Deus Nosso Senhor, para continuar o Sacrifício. E de nenhuma forma os fieis. É certo que os fieis têm de se unir ao Sacrifício, unir-se de todo coração, com toda a sua alma, à Vítima, que está sobre o altar, como deve fazer também o sacerdote. Mas os fieis não podem oferecer, de forma alguma, o Santo Sacrifício, "in persona Christi", como o sacerdote.

O sacerdote está configurado ao Sacerdócio de Cristo, está marcado para sempre, para a eternidade. "Tu es sacerdos in aeternum"... Somente ele pode oferecer verdadeiramente o Sacrifício da Missa, o Sacrifício da Cruz. E, por conseguinte, somente ele pode pronunciar as palavras da Consagração.

De joelhos!

Não é normal que os leigos se coloquem ao redor do altar e que pronunciem todas as palavras da Missa, junto com o sacerdote. Porque eles não são sacerdotes no sentido próprio em que o é o sacerdote consagrado. Tampouco podemos considerar como coisa normal o ter suprimido todo sinal de respeito à Real Presença. À força de não ver nenhum respeito à Sagrada Eucaristia, acaba por não se crer na Presença Real. E quem se atreverá a chegar, por tal caminho, a coisa parecida, depois de meditar a divina Palavra, segundo a qual "ao nome de Jesus, que se dobre todo joelho, no céu, na terra e nos infernos"? Se somente ao nome há que ajoelhar-se, vamos permanecer de pé, quando está presente em realidade, na Sagrada Eucaristia?

Ao lugar onde se oferece um sacrifício, se dá o nome de altar. Por isso, não se pode aceitar, como substituto do altar, uma mesa comum, destinada às refeições, que, segundo recordava São Paulo, se encontram nos refeitórios das casas, para comer e beber. O altar tem que ser peça que não se traslade e onde se oferece e se derrama o sangue. No momento em que se converte o altar em mesa de refeitório se deixa de ser altar.

Tomado do protestantismo

Suprimir todos os altares que são verdadeiramente tais, pôr, em seu lugar, uma mesa de madeira, diante do altar que foi solenemente consagrado, é, precisamente, fazer desaparecer a noção de Sacrifício, que vimos é de importância capital para a Igreja Católica. E é desta forma como chegou e se consolidou o protestantismo. Por esta desaparição da ideia de Sacrifício, passou a Inglaterra inteira ao cisma e logo à heresia.

... Deslizando, deslizando, pouco a pouco, vamos tornar-nos protestantes, sequer sem dar-nos conta.
(Granby, Canada, 14/03/71)

Retirado do Livro "La Misa Nueva - Mons. Marcel Lefebvre" Editora ICTION, Buenos Aires 1983

Fonte: http://www.ultimasmisericordias.com.br

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Lembrando...

Tradicionalistas adeptos do monsenhor Lefebrvre satisfeitos pela volta da Missa em latim

07.07.2007 - Os católicos tradicionalistas adeptos do monsenhor Lefebvre saudaram neste sábado "o restabelecimento em seus direitos" da missa em latim, mas afirmam que "ainda existem dificuldades" com o Vaticano, em um comunicado de seu superior, monsenhor Bernard Fellay.

"O papa Bento XVI restabeleceu em seus direitos a missa tridentina, ao afirmar com clareza que o missal romano promulgado por São Pio V nunca foi abolido. A Fraternidade Sacerdotal São Pio X comemora ao ver como a Igreja se reencontra com sua tradição litúrgica", considerou o comunicado divulgado na internet no site desta comunidade cismática criada pelo bispo francês Marcel Lefebvre.

"Por este grande benefício espiritual, a grande Fraternidade São Pio X expressa ao Sumo Pontífice sua viva gratidão", acrescenta o comunicado.

"A carta que acompanha o 'Motu Proprio' não esconde, no entanto, as dificuldades que ainda existem", afirmou o monsenhor Fellay.

"A Fraternidade São Pio X deseja que o clima favorável instaurado pelas novas disposições da Santa Sá torne possível - após a retirada do decreto de excomunhão que ainda afeta muitos de seus bispos - abordar com maior serenidade os pontos doutrinais em litígio", concluiu.

O papa Bento XVI decidiu autorizar a celebração da missa em latim, abandonada pela Igreja depois do Concílio Vaticano II, aos sacerdotes e aos fiéis que assim solicitarem, em um decreto divulgado neste sábado pela Santa Sé.

Os sacerdotes das paróquias deverão acolher "de bom grado" as solicitações dos fiéis, indica o decreto ('motu proprio'), que satisfaz assim uma antiga reivindicação das correntes tradicionalistas da Igreja Católica.

Em caso de rejeição por parte de um sacerdote da solicitação dos fiéis, "pede-se vivamente ao bispo que satisfaça seu desejo".

A antiga missa chamada "de São Pio V", em sua versão mais recente (1962, sob o papado de João XXIII) poderá assim ser celebrada como alternativa à pronunciada em linguagem "vulgar", pois esta continua sendo a forma "ordinária", segundo o estipulado em 1970 pelo Concílio Vaticano II.

O decreto papal também reconhece a possibilidade desta celebração em latim para circunstâncias particulares, como casamentos, funerais ou peregrinações.

Fonte: UOL notícias

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Lembrando...

Papa Bento XVI recupera a comunhão de joelhos

16.06.2008 - BRINDISI, Itália, - Depois de recuperar a missa tridentina em latim, o Papa Bento XVI deu neste domingo mais um passo para a restauração dos antigos hábitos litúrgicos, dando a comunhão aos fiéis ajoelhados, uma prática em desuso nos últimos 40 anos.

A recuperação aconteceu durante uma missa ao ar livre oficiada pelo Papa em Brindisi (sul da Itália) diante de 60.000 pessoas.

Bento XVI já havia feito o mesmo na última missa pública que havia celebrado, no dia 22 de maio na igreja de São João de Latrão en Roma, mas o acontecimento teve menos repercussão porque o público era menos numeroso.

A partir de agora, os fiéis escolhidos para receber a comunnhão do Papa devem se ajoelhar diante do Sumo Pontífice em um reclinatório e receber a hóstia diretamente na boca.

Depois da reforma litúrgica do concílio Vaticano II (1962-65), a prática corrente era que os fiéis recebessem a hóstia de pé e nas mãos, para ques eles mesmo a levassem à boca.

Também podiam recebê-la na boca, mas de pé. A genuflexão nunca esteve proibida, mas ficou reservada às paróquias mais tradicionalistas.

Deste modo, Bento XVI quer dar exemplo ao clero.

"Nós, os cristãos, nos ajoelhamos apenas diante do Santíssimo Sacramento (a hóstia) porque, nele, sabemos e acreditamos estar na presença do único e verdadeiro Deus", disse em 22 de maio.

"Estou convencido da urgência de dar novamente a hóstia diretamente na boca aos fiéis, sem que a toquem, e de voltar à genuflexão no momento da comunnhão como sinal de respeito", acrescentou.

Fonte: G1
 

 


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