Mosteiro peruano sobrevive a terremotos há quatro séculos


06.06.2009 - Visitar o monastério de Santa Catalina de Siena, em Arequipa, sul do Peru, é conhecer uma construção do século XVI que resiste em uma região constantemente ameaçada por terremotos. Apesar dos tremores, o monumento consegue manter seus 20.400 metros quadrados abertos para visitação, com exceção da área reservada às cerca de trinta monjas que vivem reclusas, em voto de pobreza e silêncio.

O monastério dominicano, fundado em 1580, chegou a ter 450 monjas em suas dependências. Além dos claustros e capelas, ele também possui uma vila construída pelas famílias que pagavam para ter suas filhas ali. Apesar da simplicidade inerente a um mosteiro, o lugar tinha um número de serventes maior do que o de monjas e uma valiosa coleção de arte, hoje em exposição. Entre os quadros abrigados - a maioria de motivo religioso -, estão importantes obras da escola cusqueña de pintura, que mistura traços de arte inca e espanhola.

Além das obras de arte, a influência da Espanha no mosteiro e em Arequipa aparece na arquitetura do local. No livro O Paraíso na Outra Esquina, o escritor Mario Vargas Llosa, nascido na cidade, diz que o monastério é "uma pequena cidade espanhola encravada no centro de Arequipa".

O mosteiro de Santa Catalina possui fachadas imponentes e sóbrias, em contraste com as paredes coloridas, praças, fontes e flores dos ambientes internos. O lugar é uma espécie de labirinto, com ruas estreitas e escadarias escondidas. As construções são todas feitas em sillar, pedra vulcânica esbranquiçada característica de Arequipa, conhecida como "Cidade Branca".

O problema desse material é a sua porosidade, pois a absorção de poluição e sais pelas rochas enfraquece a edificação, colocando em risco o projeto. Isso, aliado aos tremores, motivou a colocação do mosteiro na lista dos monumentos ameaçados, elaborada pela ONG World Monuments Watch.

Desde a sua fundação, o mosteiro passou por diversas reformas e restaurações, sendo as mais importantes em 1582, quando, após um forte terremoto, as próprias enclausuradas reconstruíram o lugar, e em 1972, quando o local foi modernizado para ser aberto ao público.

Para mais informações, visite o site: www.santacatalina.org.pe.

Fonte: Terra


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