Artigo do Padre José do Vale: O Criador de Tudo


07.06.2009 - “Porque o que se pode conhecer de Deus é manifesto entre eles, pois Deus lho revelou. Sua realidade invisível – Seu eterno poder e Sua divindade – tornou-se inteligível, desde a criação do mundo, através das criaturas, de sorte que não tem desculpa” (Rm 1,19.20).

O renomado físico australiano Paul Davies, escreveu no periódico New Scientist: “Aonde quer que olhemos no Universo, desde as extensas galáxias até os recantos mais recônditos, encontramos ordem... Se a informação e a ordem sempre têm a tendência natural de desaparecer, donde se originou toda a informação que torna o mundo um lugar tão especial?”
Descobertas científicas podem inspirar reverência em alguns cientistas. O cientista alemão Albert Einstein admitiu: “As grandes mentes científicas em geral tem uma religiosidade própria... A religiosidade assume a forma de fascínio pela harmonia da lei natural, a qual revela uma inteligência tão superior que, comparados com ela, todo o pensamento e ações sistemáticas dos seres humanos se tornam insignificantes”.
Sir Bernard Lovell, do famoso Observatório de Jodrell Bank, da Inglaterra, escreveu que seus sentimentos eram iguais aos de Albert Einstein: “Um espanto extático diante da harmonia das leis naturais, que revela uma inteligência de tal superioridade que, comparados com ela, todos os pensamentos sistemáticos e as ações dos seres humanos são um reflexo totalmente insignificante” (Centre of Immensities).
“Cientistas e outros às vezes usam a palavra ‘Deus’ para designar algo tão abstrato e impessoal que se torna quase impossível distingui-Lo das leis da natureza”, comentou o cientista Steven Weinberg, ganhador do Prêmio Nobel por seus trabalhos sobre as forças fundamentais. Ele acrescentou: “No meu parecer, se a Palavra de Deus há de ter algum significado, deve ser aplicada a um Deus que se importa, um criador e legislador que estabeleceu não somente as leis da natureza e do Universo, mas também as normas do bem e do mal, uma entidade que se preocupa com as nossas ações, em suma, algo que mereça nossa adoração... Esse é o Deus que interessou a homens e mulheres através da História” (Dreams of a Final Theory).
A maioria dos cientistas faz pouco caso da idéia de um Criador. Seu desprezo exerce forte pressão sobre os colegas. O astrônomo Allan Sandage explica que “há uma certa relutância em revelar ser alguém que acredita em Deus”. Por que se dá isso? “A humilhação”, diz ele – a desaprovação e a censura dos colegas – “é muito severa”.
Entre os cientistas e os acadêmicos de destaque que declaram publicamente seu apoio à idéia de “um Projetista Inteligente” estão Phillip E. Johnson, que leciona jurisprudência na Universidade da Califórnia, em Berkeley; o bioquímico Michael J. Behe, autor do livro A Caixa Preta de Darwin – O Desafio da Bioquímica à Teoria da Evolução; o matemático William A. Dembski; o filósofo de lógica Alvin Plantinga; os físicos John Polkinghorne e Freeman Dyson; o astrônomo Allan Sandage; e vários outros, numerosos demais para se alistar.

VÊ PELA FÉ

“Felizes o que não viram e creram!” (Jo 20,29).
“Mas, como está escrito, o que os olhos não viram, os ouvidos não ouviram e o coração do homem não percebeu, isso Deus preparou para aqueles que o amam” (1 Cor 2,9).
Muitas pessoas razoáveis aceitam a existência de coisas que não podem ver. Em janeiro de 1997, a revista Discover publicou que os astrônomos haviam detectado o que eles concluíram se cerca de uma dúzia de planetas orbitando estrelas distantes.
“Até agora esses novos planetas só são conhecidos pela maneira como suas gravidades interferem no movimento das estrelas-mães.” Sim, para os astrônomos, os efeitos visíveis da gravitação constituíram base para crer na existência de corpos celestes não vistos.
Evidências relacionadas – não a observação direta – foi uma base adequada para os cientistas aceitarem o que ainda era invisível. Muitos que crêem num Criador concluem que têm base similar para aceitar a existência do que não podem ver.
.Não vemos o amor, mas sentimos esse poderoso sentimento.
.Não vemos o oxigênio, mas o respiramos.
.Não vemos a energia, mas conhecemos a sua potência iluminadora.
.Não vemos o Sol em toda sua plenitude, mas a sua fulguração e calor.
.Não conhecemos o lugar, mas sabemos que ele existe.
O renomado astrônomo americano Carl Sagan disse: “A ausência de evidência nem sempre é a evidência da ausência”.
O grande poeta e romancista francês Victor Hugo afirmou, com categoria: “Deus é o invisível evidente”.
“Sabei que só o Senhor é Deus, Ele nos fez e a Ele pertencemos, somos Seu povo, o rebanho do Seu pasto” (Sl 100,3).
“Tudo o que Ele fez é apropriado ao Seu tempo. Também colocou no coração do homem o conjunto do tempo” (Ec 3,11).
O tempo aqui é para viver a obediência dos mandamentos de Deus (Ec 12,13), para que o tempo na eternidade seja de gozo, paz e alegria (Rm 14,17).
Somos convertidos pelo Espírito Santo para toda verdade de Deus (Jo 16,8-13). Somos escolhidos por Cristo (Jo 15,16), passando pelo arrependimento causado por Deus (2 Cor 7,9.10; 2 Tm 2,25), para brilhar em nossos corações o conhecimento da glória de Deus, que resplandece na face de Cristo (2 Cor 4,6).
Somos uma raça eleita, um sacerdócio real, uma nação santa e o povo de Deus de particular propriedade (1 Pd 2,9.10).
Por que tudo isso? Porque se segundo o cientista americano Dean Hamer, autor do livro O Gene de Deus, “o homem já nasce “programado” para acreditar em Deus”.
O filósofo ateu americano Daniel Dennett e zoólogo britânico também ateu Richard Dawkins “concordam que a fé é uma característica humana, que provavelmente vai nos acompanhar até o fim dos tempos”.
Realmente, a fé é um dom da graça de Deus para viver em Deus (Atos 3,161 Cor 12,9; Ef 2,8; 1 Jo 5,4).

TEORIA FALHA

“De um só, ele fez toda a raça humana para habitar sobre toda a face da terra, fixando os tempos anteriormente determinados e os limites de sua habitação” (At 17,26).
Cento e cinquenta anos depois da publicação, o controvertido livro A Origem das Espécies por Meio da Seleção Natural do naturalista britânico Charles Darwin sofre terríveis questionamentos e já não é mais vista como verdade inquestionável.
A Teoria da Evolução é falha. “A teoria de Darwin pode explicar cascos de cavalo, mas não os alicerces da vida. Custa crer que essa engenharia cheia de detalhes e encaixes únicos e precisos surgiu ao acaso e deu tão certo, sendo montada aleatoriamente ao longo de milhões de anos, diz o bioquímico Michael Behe, professor da Universidade Lihigh, na Pensilvânia, Estados Unidos, e autor do livro a Caixa Preta de Darwin.
A teoria da evolução de Charles Darwin é amplamente aceita já por um século e meio. Pessoas instruídas talvez esperassem que, nos tempos modernos, apenas os ignorantes e os ingênuos acreditariam em Deus. Mas nada parecido com isso aconteceu. Muitos cientistas professam abertamente acreditar num Criador. É verdade que talvez na acreditem nem em Deus como pessoa nem na Bíblia. No entanto, eles estão convencidos de que o projeto evidente na natureza indica a existência de um Projetista Inteligente.
Esses cientistas podem ser considerados ingênuos? Falando sobre cientistas que acreditam que o Universo e a vida nele resultam dum planejamento inteligente, uma resenha The New York Times comentou. “Eles têm doutorado e ocupam cargos importantes em algumas das universidades de maior prestígio. Seus argumentos contra o darwinismo não se baseiam na autoridade das Escrituras; antes, baseiam-se em argumentos científicos.”
Vários cientistas concluíram que as evidências a favor da evolução são demasiadamente fracas e contraditórias. O engenheiro aeroespacial Luther D. Sutherland escreveu em seu livro Darwin’s Enigma (O Enigma de Darwin): ‘’A evidência científica identifica que sempre que qualquer espécie básica de vida que surgi na Terra, desde protozoários monocelulares até o homem, cada forma de vida era completa, e seus órgãos e estruturas, inteiramente funcionais. A conclusão inevitável a ser tirada desse fato é que havia algum tipo de inteligência antes de surgir a vida na Terra’’.
Por outro lado, o registro fóssil se assemelha bem de perto á ordem geral em que as formas de vida apareceram, conforme o relato do livro de Gênesis. O físico-químico Donald E. Chittick, que fez doutorado na Universidade Estadual do Oregon, EUA, comentou: Um exame lógico mais profundo do registro fóssil levaria qualquer um a conclui que os animais se reproduziram segundo a sua espécie, conforme declarado em Gênesis. Não mudaram de uma espécie para outra. A evidência atual, assim como nos dias de Darwin, concorda com o registro de Gênesis, que aponta para a criação direta. Animais e plantas continuam a ser reproduzir segundo a sua espécie. De fato, o conflito entre a paleontologia (estudo dos fósseis) e o darwinismo é tão grande que alguns cientistas começam a acreditar que as formas intermediárias jamais serão encontradas.”
O elo perdido que identificaria completamente o homem com os animais não foi descoberto; ademais, o cruzamento entre muitos grupos é impossível. Com certeza, o elo perdido faz Juz ao seu nome - está perdido de verdade!
“Eu acredito que o ateísmo é mais irracional da escolha”, afirma o cientista americano Francis Collins, ex-diretor do Projeto Genoma e autor do livro A Linguagem de Deus.

NÃO EXISTE CRIAÇÃO SEM CRIADOR

“É Deus que estende o firmamento sobre o vazio e suspende a terra sobre o nada” (Jô 26,7). “Fizeste a lua para marcar os tempos e o sol para saber a hora de ser pôr”. “Como são numerosas, Senhor, tuas obras! Tudo fizeste com sabedoria, a terra está cheia, das tuas criaturas” (Sl 104,19.24).
Deus, o Eterno e Todo-Poderoso concede inumeráveis provas de Sua existência a quem se dispõe a abrir os olhos para descobri-las. Quanto mais a ciência moderna sonda os segredos do universo, mais comprova de maneira evidente a verdade de um Criador. Ninguém poderia acreditar que uma nave espacial é capaz de voar e dar volta na órbita do planeta e ainda aterrissar na hora e no lugar previsto sem o trabalho de cientistas e técnicos. Então, o que dizer dessa multidão de astros que gravitam no cosmo com a rigorosa precisão? Por isso é necessário infinitamente mais fé para crer que o universo surgiu do nada, digamos, se “auto-formou”, do que para crer em Deus, o Criador.
Crê que a vida ser originou de mero acaso exige fé do que a crença na criação. O astrônomo David Block disse: “O homem que não acredita no criador precisa de mais fé do que aquela que acredita. Ao afirmar que Deus não existe, a pessoa faz uma declaração radical, sem provas–um postulado baseada em fé.”
Calcula-se que em um segundo se desprende do sol energia equivalente á potência de cinco bilhões de bombas atômicas. Na parte do universo que nos é visível, quantas estrelas emitem energia? Milhares de milhões, e certamente isso representa somente uma ínfima parte da imensidão desconhecida.
O mundo que descobrimos graças ao microscópio é tão incrível quanto o espaço sideral. O microscópio eletrônico revela a beleza, a ordem e harmonia do infinitamente pequeno, tão extraordinário quanto infinitamente grande. E quem é responsável por tudo isso? O acaso?Foi o acaso que produziu este calendário? Ou que fez surgir a casa em que mora, por exemplo? Como, então podemos imaginar que toda criação se originou sem a intervenção de um Criador?
Por mais que a pessoas neguem esse fato, haverá um dia em que “atenderá o homem para seu criador’’ (Isaías 17,7).
Quando vejo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que preparaste; que o homem mortal para que te lembres dele? (Jô 9,9-10; Salmo 8,3-4).
“Para os crentes, Deus está no princípio das coisas. Para os cientistas, no final de todo reflexão” declara o físico alemão, pai da Teoria Quântica Max Planck.
Muitos Cientistas inspiraram em crenças religiosas para conduzir suas pesquisas. Um dele foi o inglês Isaac Newton, que determinou os fundamentos da ciência moderna. Professora a fé anglicana e foi formulador da Lei da Gravitação Universo, dizia que aprender sobre Deus é o primeiro passo para quem se dedica á “filosofia natural” – como a ciência era chamada no século XVII. Também o alemão Johannes Kepler encontrava motivação em sua fé crista e terminou descrevendo as leis da mecânica celeste.
“Assim como Newton e Kepler, vários cientistas do século XVII afirmavam que haviam sido levados a investigar a natureza porque, assim descobririam mais sobre Deus”, diz o pesquisador americano Ronaldo L. Numbers, professor da Universidade de Wisconsin e organizador do livro Galileo Goes to Jail- And other Myths about Sciencie and Riligion (Galileu vai para cadeia- E Outros Mitos sobre Ciência e Religião).
Depois duma vida inteira de pesquisa e trabalho científicos bem-sucedidos, o famoso astrônomo Allan Sandage comentou: “Foi o estudo da ciência que me fez chegar a conclusão de que o mundo é muito mais complexo do que a própria ciências pode explicar: É somente por meio do sobrenatural que consigo entender o ministério de tudo que existe.”
O cientista Francês Louis Pasteur afirmou de reforma magistral: ‘’Um pouco de ciências nos afasta de Deus. Muito, nos aproxima ’’.
O Senhor Deus é o criador e mentor de toda ciência e nos capacita para tal.

DEUS EXISTE

Onde está Deus que me criou, que inspira cantos de louvor durante a noite, que nos instrui mais do que os animais da terra, e nos faz mais sábios do que os pássaros do céu?” (Jô 35,10).
A vida está cheia de perguntas, umas sem importâncias, outras imprescindíveis. Talvez neste momento você esteja se fazendo pergunta sobre sua saúde, profissão ou família. Mas quais de fato são mais importantes? As que se referem a Deus e ao nosso relacionamento com Ele. Deus existe? Essa é uma pergunta fundamental. A existência de Deus não é demonstrada por raciocínio lógico, mas Ele mesmo nos deu sinais convincentes de Sua existência, poder, sabedoria e bondade, começando com a existência do Universo. Nenhuma teoria sobre a formação do universo, por exemplo, o Big Bang (ou Grande Explosão), pode explicar qual é a origem dele. O mundo e sua extraordinária complexidade não puderam surgir nada. E tem de ir para alguma parte. Mas nenhuma teoria pode indicar para onde vamos.
A Sagrada Escritura começa com esta majestosa declaração: “No princípio Deus o céu e a terra” (Gênesis 1,1). Também nos ensina que a existência do ser humano não é acidental. Deus criou o homem para que cultivasse essa natureza maravilhosa (Gênesis 2,15). Isso da um sentido á nossa vida. No entanto, acima de tudo fomos criados para desfrutar de um relacionamento de amor e confiança como nosso Criador, por meio de Jesus Cristo.
Esse é o supremo objetivo de nossa vida: glorificar a Deus e termos prazer nEle.
Não imitemos o tolo que dizem seu coração: “Não há Deus”. “Suas ações são corrompidas e abomináveis: não há que faça o bem” (Sl 14,1).
‘’Deus, está com os justos’’(Sl 14,5).
Que possamos viver de forma brilhante o pensamento do ínclito historiador britânico Arnold Toynbee que disse: “A verdadeira missão do homem é glorificar a Deus e usufruí-lo para sempre”.

CONLUSÃO

A nossa santíssima fé é a maior obra da engenharia Divina da construção do saber da nossa inteligência iluminada para o conhecimento das coisas criadas e transcendentais.
Vivemos pela fé e por ela somos guiados para o mais profundo do conhecimento ao Supremo Criador e de suas obras.
A maior apoteose que um homem pode possuir é conhecer para amar e viver somente para bom Deus em plena comunhão.
O conhecimento de Deus é o começo da sabedoria e o ensinamento para nossa jornada até o encontro com Ele na visão beatífica. Sabemos para onde vamos, para casa do Pai, cujo caminho é Jesus Cristo, com a fé que vence todos os obstáculos. Dentro de desse contexto temos o verdadeiro sentido para nossa vida e a felicidade desse magnífico entendimento.
A nossa razão iluminada pela fé, temos discernimento das incompatibilidades da vida, no entanto, o nosso conhecimento do Criador, nosso bom Deus nos faz ter certeza da vida eterna em seu amor.

Pe. Inácio José do Vale
Pároco da Paróquia São Paulo Apóstolo
Faculdade de Teologia de Volta Redonda
Professor de História da Igreja
E-mail:[email protected]

Bibliografia
Sagan, Carl. O mundo assombrado pelo demônio: a ciência vista como uma vela no escuro, São Paulo: Companhia das Letras, 1996.
Hawking, Stephen W. Uma breve história do tempo, São Paulo: Rocco, 2002.
Smith, Plinio Junqueira. Dez Provas da Existência de Deus, São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
Collins, Francis S. A linguagem de Deus, São Paulo: Gente, 2007.
Hamer, Dean. O Gene de Deus, São Paulo: Mercuryo, 2005.
Bowker, John. Deus-uma breve história, São Paulo: Globo 2002.
Miles, Jack. Deus–uma biografia, São Paulo: Companhia das Letras, 1997.
Gould, Stephen Jay. Pilares do tempo, Rio de Janeiro: Rocco, 2002.
Veja, 24/01/2007, p. 14.
Super Interessante, março de 2009, p. 39.
Ecclésia, maio de 2009, p. 35.
Despertai, 22 de Junho de 2004, p.4.
Calendário Devocional Boa Semente 03/05 de 2009.
 


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