Artigo de Everth Queiroz Oliveira: Os homens de nosso tempo


 18.07.2009 - “Nota bem o seguinte: nos últimos dias haverá um período difícil. Os homens se tornarão egoístas, avarentos, fanfarrões, soberbos, rebeldes aos pais, ingratos, malvados, desalmados, desleais, caluniadores, devassos, cruéis, inimigos dos bons, traidores, insolentes, cegos de orgulho, amigos dos prazeres e não de Deus, ostentarão a aparência de piedade, mas desdenharão a realidade. Dessa gente, afasta-te!” (2 Tm 3,1-5).

Vivemos, em meio a tanto paganismo e corrupção, os últimos dias. Jesus Cristo está prestes a vir em sua glória e os homens serão severamente julgados. São Paulo vem nos exortar que, no tempo em que vivemos, aparecerão muitos homens egoístas, malvados, traidores, desleais, cegos de orgulho, enfim, homens contaminados pelas concupiscências enganadoras. Se formos pensar bem, na chegada dos últimos dias, teria que acontecer o contrário: os homens deveriam se tornar mais amáveis, mais santos, mais leais, mais cristãos. Contudo, São Paulo alerta que acontecerá exatamente o contrário. E por quê?

Porque o homem perdeu o temor de Deus. Quando falamos de temor, não estamos falando de medo. Medo é o lado maligno daquilo que chamamos “atenção”. Temer a Deus é um ato principalmente de vigilância. E os homens perderam isso. Por acharem dura demais a realidade proposta por Deus, decidiram inventar para si fábulas, histórias para que pudessem viver uma vida desregrada de modo que, a seu bel prazer, ousassem desfrutar dos prazeres da carne, das paixões depravadas. Não crêem mais em Deus, não praticam mais a virtude da religião, não querem mais ter um compromisso fiel com o Senhor. Acham difícil. Pensam que aproveitar a vida é sinônimo de desobediência, quando na verdade, a felicidade verdadeira só pode ser alcançada quando o homem começa a colher os frutos da santidade.

É o que diz o Eclesiástico: “O coração medroso do insensato jamais tem temor em seus pensamentos; assim também o que não se apóia nos preceitos divinos” (22,23). Aqui determinamos duas classes de infelizes: os insensatos – que não crêem em Deus – e os cristãos infiéis – que crêem em Deus, mas não realizam sua vontade. Na Bíblia, a insensatez é sinônimo de falta de fé. Davi profetizou também o futuro do mundo no Salmo 13: “Diz o insensato em seu coração: Não há Deus. Corromperam-se os homens, sua conduta é abominável, não há um só que faça o bem” (1). Não é este o retrato do caminho que segue o mundo atual? Não é essa a caracterização da conduta do homem contemporâneo? Não crê em Deus. Ou se crê, não pratica sua Palavra, não tem nenhum espírito de determinação para ao menos se esforçar em obedecê-Lo.

Será que não estamos sendo assim? Não é hora de começarmos a mudar e buscarmos, ao mesmo tempo, nos afastar dessa gente perversa e enganadora? O tempo, irmãos, é próximo. Como São Paulo nos alerta, assim também Deus nos alerta: “Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo; fazei penitência e crede no Evangelho” (Mc 1,15). É preciso que busquemos acender em nosso coração uma fé viva, designada principalmente pelo temor de Deus. A nossa sociedade perdeu esse valor, mas nós, como cristãos evangelizadores que somos, somos chamados a nos responsabilizar e cultivar novamente a semente da verdade.

Se os homens de nosso tempo são egoístas, rancorosos, maldosos, inconseqüentes, amigos dos prazeres, sejamos paradoxalmente unidos, amorosos, bondosos, precavidos e amigos de Deus. Não nos enganemos com a “aparência de piedade” ostentada pelos homens maus. Pelo contrário, frutifiquemos, mantendo o olhar fixo no rosto verdadeiramente piedoso e compassivo de Jesus Cristo. Espelhando a nossa conduta em Deus, podemos então alcançar a santidade que Deus tanto quer para cada um de nós.

Graça e paz.

Fonte: http://beinbetter.wordpress.com/

 


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