Artigo de Everth Queiroz Oliveira: A importância de uma boa formação sacerdotal


04.09.2009 - A formação dos padres da Igreja Católica é um aspecto que ao qual o Sagrado Magistério da Sé sempre deu especial importância, uma vez que é a formação sacerdotal a responsável pela edificação dos bons sacerdotes. Se a Igreja Católica hoje tem bons padres e esses bons padres – como São João Maria Vianney, São João Eudes, São Luís de Montfort, Santo Afonso de Maria Ligório e São Pio de Pietrelcina – vieram a se tornar santos é com certeza porque eles tiveram uma boa preparação para que exercessem de maneira dedicada e amorosa a sua vocação. E se hoje também a Igreja tem pastores maus e transgressores isso é conseqüência duma má formação humana, espiritual e intelectual nos seminários. Daí se conclui a importância do seminário ser uma comunidade eclesial, “na qual se celebra uma mesma Liturgia (que permeia a vida de espírito de oração), formada dia a dia na leitura e na meditação da Palavra de Deus, no sacramento da Eucaristia, e no exercício da justiça e da caridade fraterna; uma comunidade onde, no progresso da vida comunitária e na vida de cada membro, resplandece o Espírito de Cristo e o amor para com a Igreja” (Pastores Dado Vobis, 60).

Uma mesma Liturgia. O Papa João Paulo II ressalta a importância de haver, em um seminário, a unidade. Assim como a Igreja é Una é nesse princípio que deve estar embasada a formação sacerdotal. Celebrar uma mesma Liturgia significa comungar das mesmas idéias, dos mesmos conceitos, do mesmo pensamento: a fé nos mandamentos de Cristo e principalmente da Igreja. Com efeito, aqueles que observam a doutrina de Jesus também se sentem impelidos a cumprir as leis da Madre Igreja, já que, conforme afirma São Cipriano, não é possível ter Deus por Pai quem não tem na terra a Igreja por Mãe. No seminário essa necessidade é ainda maior. De fato, quão grande é para a Igreja a ferida que causa na vida dos leigos a má exortação que dão os pastores que não foram bem formados! Por meio da Unidade, o seminário busca conformar o pensamento de Jesus ao pensamento do sacerdote. O tema desse ano sacerdotal – “Fidelidade de Cristo, fidelidade do sacerdote” – explica justamente isso, só que de uma forma mais profunda; como será possível ser fiel a Cristo se não conhecermos nem crermos de um modo completo na Sua Santa Palavra? Como – pergunta-se do mesmo modo – ser fiel ministro duma sociedade da qual eu não compartilho das mesmas idéias?

Não é possível ser sacerdote de Cristo, da Igreja, crendo em outros princípios que não sejam os propostos por Jesus e pela Igreja fundada por Ele – a Santa e Imaculada Sé Apostólica -. Assim como Judas traiu Jesus com um beijo assim fazem aqueles que fingem seguir a Cristo, mas, às costas, lhe trocam pelo dinheiro, pelas doutrinas mundanas, pelas idéias humanas.

Mas como perseverar a crer na Lei proposta por Jesus? É preciso, explica ainda o Papa, ler e meditar a Palavra de Deus diariamente e se alimentar espiritualmente da Eucaristia. João Paulo II indica aos seminaristas e formadores duas importantes proposições para que haja verdadeiramente o brilho do Espírito de Cristo nos seminários: é preciso se alimentar: primeiro, pela Palavra; existe a necessidade de renovar o compromisso com Deus. De fato, o sacerdócio é uma constante renovação das promessas feitas a Jesus: de segui-lo na vida consagrada, de seguir fielmente suas Leis e de caminhar nos seus mandamentos. Ora, se não começar a fazer isso já de antemão, o futuro padre infelizmente perderá de vista a sua Aliança com Deus e se desviará do caminho das virtudes. Além do alimento intelectual – a Palavra – é preciso alimentar-se da Eucaristia, Corpo e Sangue do Senhor. “Se minha mente já está novamente confiante na Palavra, então é momento de concretizar a Aliança”: e isso acontece por meio da fração do pão, do banquete nupcial.

Alimentada a alma e a mente, surge a prática da Palavra, fruto da verdadeira leitura da Sagrada Escritura e da genuína comunhão com Cristo: “o exercício da justiça e da caridade fraterna”.

Contudo – sabe-se bem -, a vida do pastor não é particular, não é intimista; ela é, pelo contrário, uma completa doação a Deus e ao Seu povo, ao qual o Altíssimo confiou com toda solicitude para que pudesse dar apoio e sustento. O sacerdote é figura especialíssima no papel da salvação das almas dos fiéis. É ao padre que o leigo pede conselho, confessa seus pecados, conta suas aflições, apresenta suas angústias. O padre se põe como intercessor entre Deus e o Seu povo. E para bem aconselhar o Seu povo no padre deve brilhar, sem dúvida, “o Espírito de Cristo e o amor para com a Igreja”. Também para dar bom exemplo ao Seu povo, é preciso que o sacerdote aprenda, no seminário, a perseverar na doutrina magnífica de Jesus Cristo e a dar exemplo de vida aos que lhe foram confiados.

Profetiza Ezequiel contra os maus pastores: “Não é seu rebanho que devem pastorear os pastores?” (Ez 34,2) A formação sacerdotal é um grande diferencial na vida do futuro pastor. Que a educação do seminário possa ensinar aos homens que querem ter uma vida consagrada a não relaxarem na sua missão, deixando que o rebanho de Jesus se disperse pelos ventos das falsas doutrinas. Que Nossa Senhora se digne interceder por nós junto a Deus para que Ele dê aos nossos padres boa formação. Afinal, existe a necessidade.

Graça e paz.

Fonte: http://beinbetter.wordpress.com/

 


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