São João Bosco sobre a particular predileção de Deus pela juventude


26.09.2009 - “Embora Ele [Deus] ame a todos os homens, como obra de suas mãos, consagra todavia um afeto todo particular aos meninos e acha as suas delícias em permanecer no meio deles: Deliciae meac esse cum filiis hóminum. Deus vos ama, porque de vós espera muitas boas obras; ama-vos porque estais numa idade simples, humilde, inocente e, por via de regra, não vos tornaste ainda vítima do inimigo infernal” (O jovem instruído na prática de seus deveres religiosos, p. 1, art. II).

Quem dera suas palavras fossem no dia de hoje uma realidade viva! Quem dera fossem realmente cumpridos por nós, adolescentes, os preceitos divinos! Oxalá fôssemos realmente “simples, humildes e inocentes”! No mundo em que vivemos a triste verdade da nossa juventude se torna motivo de desespero para as famílias, para a sociedade, para Deus. Está perdido o conceito de pureza em nossa sociedade. Não só o conceito. A própria pureza se esvaneceu. Ninguém mais a acha valiosa. Todos a desprezaram. Qual Cristo pregado e humilhado na Cruz, a pureza é abandonada e violada pela corrupção do mundo. Os jovens, que deveriam ser retratos bondosos do Criador, se tornaram “vítimas do inimigo infernal” e vivem sem nenhum sentido para viver.

Nossos jovens, ao invés de contemplarem os mistérios do Santo Rosário, contemplam a prostituição, a pornografia, a masturbação. Ao invés de aprenderem a servir no altar de Nosso Senhor, vão aprender como utilizar o preservativo. Ao invés de olharem para Jesus e a Ele dedicarem todo seu afeto e sua vida, olham para o homem corrompido pelas concupiscências enganadoras. Ao invés de valorizar unicamente a Deus, que é quem dá força ao jovem e o sustenta verdadeiramente, valorizam o pecado, cedem à tentação, têm parte com o demônio.

O Senhor não quer ver jovens caídos, acabados pelo pecado, mortos pelas paixões. Deus quer jovens fortes, que sejam capazes de defender a sã doutrina da Igreja; que sejam capazes de valorizar, antes de tudo, a misericórdia e o amor de Deus; que sejam capazes de renunciar a si mesmos e tomar a cruz rumo ao caminho da salvação. Enfim, o Altíssimo quer jovens santos, porque sabe que sem santidade não há salvação. O Altíssimo quer jovens castos, porque sabe que sem castidade não há resistência. O Altíssimo quer jovens amorosos, porque sabe que sem amor o ser humano nada é. O Altíssimo quer jovens corajosos, porque sabe que sem coragem não será possível permanecer de pé ante as investidas de Satanás.

Mas infelizmente existem nesse complicado submundo da marginalidade juvenil um paralelo que precisa ser traçado: temos o ideal, que é aquilo que Deus propõe à juventude, por meio da educação cristã; e temos o real, que é aquilo que verdadeiramente vemos em nossa sociedade. Ao analisarmos o ideal – a castidade – e observarmos o real, percebemos que os dois paralelos estão bem distantes um do outro. Algo precisa ser feito. E se o problema não está no ideal – uma vez que a verdade moral é imutável – então precisamos agir no real, que está nas nossas capacidades. Como mudar a realidade?, pergunta-se.

Temos que começar pela educação dos nossos jovens. E a educação começa na família, começa em casa. Se o pai e a mãe não dão ao filho uma fé sólida, que seja capaz de resistir aos ventos corruptos do mundo, então os nossos jovens não poderão progredir, não poderão ter um verdadeiro compromisso com Deus. Na escola eles aprenderão valores totalmente contrários aos da boa e correta doutrina cristã. Aprenderão, entre outras coisas, que a camisinha é boa, que transar fora do casamento não é pecado e quem faz o contrário disso é atrasado e desatualizado, que a Igreja Católica manipulou a humanidade e tudo o que ela diz é mentira etc.

Se em casa os pais não ensinarem aos filhos que a castidade é boa, conduz à salvação e que não é possível ser feliz fora da consagração a Deus então os filhos crescerão sem aprender a verdade do Reino de Deus. E não importa se os jovens um dia se desviarem da reta virtude. Se realmente tiveram uma boa educação cristã na infância voltarão ao Pai. Na sua juventude, Santo Anselmo “atravessou um período de dissipação moral: descuidou dos estudos e, abrumado pelas paixões terrenas, fez-se surdo ao chamado de Deus” (Papa Bento XVI, Audiência, 23-09-09). Mas depois se tornou um grande servo de Deus!

Os nossos jovens precisam de uma verdadeira experiência com Nosso Senhor Jesus Cristo. Canta a música “Jovem, te olho”, da Adriana: “Jovem, deixa o mundo; sê jovem, e não um moribundo. Aceita a Jesus: Ele vai mudar o seu viver. Com Jesus tu vais vencer.” O que é ser jovem? É aproveitar a vida? É ser feliz? Sim! Mas não é viver como um moribundo, a mercê das coisas terrenas. Isso não nos traz felicidade. A verdadeira felicidade está em cumprir a Palavra de Deus. “[O] homem não poderá – exorta Paulo VI – encontrar a verdadeira felicidade, à qual aspira com todo o seu ser, senão no respeito pelas leis inscritas por Deus na sua natureza e que ele deve observar com inteligência e com amor” (Humanae Vitae, 31).

Enfim, possamos, ao ouvir a música abaixo (Jovem, te olho, da Adriana), buscar verdadeiramente a Deus. Não nos contentemos com uma relação superficial com Jesus Cristo. Busquemos nos aprofundar na Sua Palavra e nos seus ensinamentos. Busquemos, acima de tudo, cumpri-los pois é só vivendo o que Deus nos pede que verdadeiramente poderemos construir uma juventude santa. Que nós, jovens, nos apeguemos intimamente à Virgem Maria. Por meio do Santo Rosário supliquemos à Mãe da Castidade que nos conceda a graça de não ofender a Deus.

 

 

“Visto que o Senhor vos ama tanto, deve ser vosso firme propósito corresponder-Lhe, fazendo tudo o que lhe agrada e evitando tudo o que o poderia desgostar” (São João Bosco, O jovem instruído na prát., p. 1, art. II).

Graça e paz.

Fonte: http://beinbetter.wordpress.com/


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