Primeiro-ministro britânico alerta para catástrofe ambiental, com enchentes, secas e ondas de calor


19.10.2009 - O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, disse nesta segunda-feira que o Reino Unido enfrentará "catástrofes" de enchentes, secas e ondas de calor se os líderes mundiais não conseguirem chegar a um acordo sobre mudanças climáticas.

Brown disse que os negociadores terão 50 dias para salvar o mundo do aquecimento global e pôr fim ao impasse.

Em dezembro, representantes de todo o mundo se reunirão em Copenhague para discutir um acordo que vai suceder o Protocolo de Kyoto, que expira em 2012. O protocolo estabelece metas de redução de emissões para os países que assinam o tratado.

Em discurso a um fórum em Londres, que reúne representantes de 17 dos países que mais emitem gás de efeito estufa no mundo, o premiê disse que "não existe um plano B".

Acordo difícil

Brown alertou que os negociadores não estão chegando a um acordo com a rapidez necessária e disse que se trata de um "momento profundo" para o mundo.

"No Reino Unido, nós enfrentamos a perspectiva de mais secas e de uma onda crescente de enchentes", disse ele aos delegados.

"A onda de calor extraordinária de 2003 na Europa provocou 35 mil mortes a mais."

"Seguindo as tendências atuais, um evento como este poderia se tornar rotina no Reino Unido em apenas algumas décadas. E dentro da vida das nossas crianças e dos nossos netos, as temperaturas intensas de 2003 poderiam virar a temperatura média em grande parte da Europa."

Brown disse que o custo de enfrentar estes temas seria maior do que o impacto das duas grandes guerras e a Grande Depressão combinados. O mundo, segundo o premiê, enfrentaria mais conflitos provocados por migrações causadas pelo clima.

Ele disse que, até 2080, 1,8 bilhão de pessoas - ou um quarto da população mundial atual - enfrentariam falta de água.

"Se não chegarmos a um acordo em tempo, não tenhamos dúvida, quando o dano provocado pelo crescimento não controlado de emissões for feito, nenhum acordo global, no período futuro, poderá desfazer essa escolha."

Ele disse que um acordo em Copenhague é possível.

No entanto, há indícios de que um acordo sobre o clima pode não ser fechado na Dinamarca.

A diretora do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, em inglês), Rajendra Pachauri, disse que as perspectivas de que os países cheguem a um acordo em Copenhague são "cada vez piores".

O Fórum em Londres não é parte do processo da ONU e há poucas expectativas de que as delegações presentes firmem algum tipo de posição antes da reunião.

Fonte: UOL notícias

-----------------------------------------------------------------------------

Lembrando...

ONU: Aumentam os desastres naturais relacionados às mudanças climáticas

18.01.2008 - A freqüência dos desastres naturais relacionados a mudanças climáticas vem aumentando, principalmente as enchentes, em relação à média registrada entre 2000 e 2006, segundo um relatório tornado público hoje pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Das 197 milhões de vítimas por desastres naturais, 164 milhões foram por inundações.

A Ásia foi, novamente, o continente mais afetado pelas catástrofes naturais, sendo cenário de oito das dez maiores acontecidas no ano passado - incluindo seis inundações.

As inundações foram os únicos desastres que aumentaram de maneira significativa, registrando-se 206 só no ano passado, em relação à média de 172 nos últimos sete anos.

O país mais afetado por mortes foi Bangladesh, com mais de 5.000, seguido da Índia (1.103), Coréia do Norte (610), China (535) e Peru (519), segundo um relatório elaborado pelo Centro de Pesquisa da Epidemiologia dos Desastres (Cred), um organismo com sede na Bélgica, e apresentado pelo Secretariado da ONU para a Redução de Desastres (ISDR).

A região asiática concentrou 74% das mortes, seguida do continente americano, com 12%, principalmente por causa do terremoto que sacudiu o Peru em agosto do ano passado e das tempestades tropicais no Caribe, segundo disse à Agência Efe, o diretor do Cred, Debarati Guha-Sapir.

O número de vítimas mortais, no entanto, foi menor em 2007 - 16.517 mortos - diante da média de 73.931 registrada entre 2000 e 2006.

Os EUA, com 22 catástrofes naturais em 2007, foram o país mais afetado, seguido da China (20), Índia (18), Filipinas (16) e Indonésia (15).

Em entrevista coletiva em Genebra, Guha-Sapir explicou que, embora a China e a Índia tenham liderado nos últimos anos a lista de países mais afetados por tragédias, isso se deve ao fato de serem os mais povoados do mundo.

O diretor explicou que uma metodologia mais justa para calcular o impacto de uma calamidade em um país - em relação à população - indica que os lugares mais afetados, em 2007, foram a Macedônia, com 49.000 vítimas, Suazilândia, na África (36.000), Lesoto (23.000), Zimbábue (15.000), Bangladesh (14.000) e Zâmbia (12.000).

O especialista assinalou que o impacto das mudanças climáticas na incidência de catástrofes naturais é provado pelo aumento de inundações, furacões e tempestades tropicais, claramente influenciadas pelo fenômeno planetário.

"A tendência atual é consistente com os prognósticos do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, e a Ásia e a África do Oeste já estão sofrendo inundações mais severas e seguidas", comentou, ao se referir à equipe de cientistas que estudam o fenômeno por encomenda da ONU.

Guha-Sapir também disse que existe a possibilidade de doenças infecciosas - como o dengue e a leptospirose, transmitidas, respectivamente, por mosquitos e ratos - se expandirem nos próximos cinco anos, conforme aumenta a incidência das enchentes, e cheguem inclusive à Europa e aos EUA.

O especialista disse que, atualmente, não é dada a atenção devida a essas doenças, porque só afetam ainda países pobres, mas com o aquecimento global, aumenta o risco da ocorrência delas em todo o Ocidente.

O estudo do Cred também destaca o prejuízo dos desastres sobre a economia de países como o Japão, os EUA e muitos da Europa.

O terremoto ocorrido em julho do ano passado, no Japão, representou a perda de US$ 12,5 bilhões, seguido da tempestade Kyrril, na Europa, que matou 47 pessoas e provocou danos de US$ 10 bilhões.

Fonte: Terra notícias


Rainha Maria - Todos os direitos reservados
É autorizada a divulgação de matérias desde que seja informada a fonte.
https://www.rainhamaria.com.br

PluGzOne