“Eu posso usar o que eu quero” – Benjamin Wiker


15.12.2009 -

[Encontrei um ótimo texto falando sobre modéstia dentro da celebração da Santa Missa no blog Maria Rosa. O texto original de Benjamin Wiker foi traduzido pela caríssima irmã católica Andrea Patrícia. As conclusões do escritor são simplesmente magníficas. Não transcrevi todo o texto, mas vale a pena entrar no blog da Andrea e conferir o resto do artigo. Nessa parte abaixo o autor se preocupa em refutar a afirmação constantemente utilizada por aqueles que querem justificar por trás da aparente “liberdade” seu inescrupuloso modo de se vestir e se comportar na igreja: “Eu posso usar o que eu quero...”. Imperdível. Bom conhecimento!]

Texto original: CERC
Tradução: Maria Rosa

Para refutar a afirmação de que temos o direito de usar o que quiser, imagine o seguinte. Fazendo o seu melhor para concentrar-se no grande espetáculo da graça divina que está prestes a acontecer, você está rezando obediente e frutuosamente antes da Missa – obedientemente, porque você vai à Missa atendendo a um dever sagrado no qual você é obrigado não só a adorar a Deus, mas também a lutar para a remoção das impurezas que o mantêm afastado Dele, e frutuosamente, porque nesta rara ocasião você transpassa o nevoeiro da preguiça e distração que normalmente envolve a alma cansada, e está verdadeiramente sentindo a presença amorosa de Cristo.

Imagine que eu estou dentro de uma igreja, caminhando a passos largos vagando orgulhosamente à direita do corredor central após seu banco, ostentando um conjunto de chifres de Cervus Elaphus, o alce norte-americano. São galhos impressionantes, do tipo que fazem com que as pessoas se cutuquem e sussurrem. Seja honesto. Não importa o quão profundamente você estivesse mergulhado em feliz oração, você não teria sido sacudido totalmente para fora dos braços da doce graça? Você não estaria agora de joelhos, em meio a pedaços quebrados de seu devaneio santo, dizendo a si mesmo “Mas que coisa! Aquele idiota está usando chifres!”

Além disso, imaginar que eu orgulhosamente me embaralho exatamente no banco em frente a você, plenamente consciente de que eu tinha atraído a atenção de todos. E você está lá, preso a Missa inteira, olhando através dos meus grandes galhos para o padre. E aí está você um pouco mais tarde, na parte mais sagrada da Missa, vendo a elevação da hóstia consagrada emoldurada pelas mesmas galhadas ridículas. E então, caminhando para receber o nosso precioso Senhor, você não está pensando piamente, “Meu Senhor e meu Deus”, mas ao mesmo tempo xingando ou rindo impiedosa e incontrolavelmente. Sua chance de restaurar a sua alma está arruinada durante a semana.

Na saída, você decide confrontar-me. (bom para você!) “Por que você usa chifres à Missa?” você pergunta educadamente. “Certamente você deve saber que todo mundo estava olhando para você?”

Imediatamente, e com um brilho escuro e ofendido, eu respondo: “Quem é você para me dizer o que vestir? Eu tenho o direito de usar o que eu quiser!”

Você não responderia: “Onde você poderia conceber um direito de usar chifres? Além disso, o que aconteceu com o meu direito mais sagrado – e dever – de me concentrar durante a Missa? Sua exibição era total distração!”

Vamos voltar em nosso exercício imaginário e nos perguntar: Não temos o direito de não ser afastados da Missa? Não temos também a obrigação moral muito grave de não afastar os outros? Se você estivesse no sopé do Monte Sinai, e “O Senhor desceu sobre ele em fogo; e a fumaça subiu como a fumaça de um forno, e todo o monte tremia grandemente” e “como o som da trombeta aumentou mais e mais, Moisés falava, e Deus lhe respondia no trovão”, você não estaria violando algo grande, terrível e santo dançando na frente das pessoas, agitando os braços, ou se balançando em um esforço para distraí-los? Quanto mais devemos evitar distrair as pessoas quando o próprio Deus, com um grande amor, terrível e santo, torna-se nossa comida e bebida?

Vamos voltar para o hall de entrada da igreja. Eu tiro meus chifres e digo: “Você está absolutamente certa senhora, e sua minissaia é tão perturbador para todos os homens como meus galhos são para você – só que pior. Vestuário imodesto é feito para ser sexualmente atraente. Por qual outra razão que eles são chamados de ’sexy’ se não for para capturar o efeito que tem sobre o sexo oposto? Considerando que não há mandamento bíblico sobre encarar galhos, Cristo alertou que “todo aquele que olhar para uma mulher com intenção impura, já adulterou com ela em seu coração “ (Mt 5, 28). Este é o mesmo Cristo que disse: “tentações para o pecado é certo de vir, mas ai daquele [ou daquela], através da qual elas vêm!” (Lc 17, 1). Se você soubesse que esse mesmo Cristo estava aqui hoje, em pessoa, terrível em seu poder e pureza, severo em suas demandas, mergulhado na agonia da crucificação, e cegando em Sua santidade ressuscitada, como é que você teria se vestido? Bem, minha senhora, ele esteve aqui. E eu estou razoavelmente certo que qualquer tentativa consciente para distrair ou atrair outros Dele é um delito mais grave.”

Benjamin D. Wiker

Don’t Wear That Mini to Mass

Fonte: http://beinbetter.wordpress.com/


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