Tensão de placa sob América do Sul causa ruptura de 643 km


28.02.2910 - O terremoto de magnitude 8,8 que atingiu a costa do Chile no início da manhã de sábado aconteceu ao longo da falha geológica responsável pelo maior terremoto já registrado, o tremor de 1960 que matou milhares no Chile e outras centenas no Pacífico.

Ambos os terremotos aconteceram ao longo da falha geológica em que a placa tectônica Nazca ¿ a seção da crosta terrestre que se estende sob a maior parte do leste do oceano Pacífico a sul do Equador ¿ está deslizando para baixo de outra seção, a Placa Sul-Americana. As duas estão convergindo num ritmo de cerca de 8,9 cm por ano.

Especialistas em terremoto disseram que as tensões provocadas por esse movimento, aliadas às pressões causadas ao longo da falha pelo terremoto de 1960 e por outros menores em anos posteriores, levaram à ruptura de sábado, numa extensão estimada de 643 km da falha geológica. O tremor gerou um tsunami, com ondas de 1,52 m de altura, registradas ao longo da costa chilena, e ondas maiores estão previstas no Havaí e em outros lugares do Pacífico.

O epicentro do terremoto se localizou 225 km ao norte do centro do terremoto de 1960, que rompeu mais de 1046 km da falha geológica e cuja magnitude foi de 9,5. Essa falha geológica é de compressão, na qual a maior parte do movimento do solo durante um terremoto é vertical. Especialistas dizem que o terremoto parece não ter relação com outro de magnitude 6,9 que atingiu a costa sul do Japão no sábado. O incidente chileno também não teve relação com o terremoto de magnitude 7 ocorrido no Haiti em 12 de janeiro.

O terremoto no Haiti, que se acredita ter matado mais de 200 mil pessoas, aconteceu ao longo de uma falha geológica de ruptura, em que a maior parte do movimento do solo é lateral.

Paul Caruso, geofísico do U.S. Geological Survey (agência geológica americana), em Golden, Colorado, disse que o terremoto de sábado gerou cerca de 500 vezes mais energia do que o terremoto haitiano de magnitude 7. "Mas, embora o terremoto tenha sido maior, ele provavelmente não vai acarretar a devastação que o terremoto haitiano causou", pelo menos em terra, segundo Caruso.

Isso porque, ele observou, a qualidade das construções é melhor no Chile do que no Haiti. Além disso, o fato de o terremoto ter ocorrido em alto-mar também deve ajudar a limitar a destruição. No Haiti, a ruptura ocorreu apenas a poucos quilômetros da capital, Porto Príncipe. A ruptura de sábado se centrou cerca de 320 km a sudoeste da capital chilena, Santiago, e a 96 km da cidade mais próxima, Chillan.

Em alguns aspectos, o terremoto chileno é similar ao terremoto indonésio de 26 de dezembro de 2004. Aquele terremoto, que também ocorreu ao longo de uma falha geológica de compressão, gerou um tsunami que matou mais de 200 mil pessoas ao longo do oceano Índico.

Quando submersos, terremotos de falhas de compressão têm uma probabilidade muito maior de criar tsunamis do que os tremores em falhas de ruptura, disse David Schwartz, geólogo de terremotos do Geological Survey, em Menlo Park, Califórnia. "Quando há deslize, a falha que causa o terremoto rompe a superfície e empurra a água para cima", ele disse. "Ela empurra muita água. E essa água precisa ir para algum lugar."

Foi isso que ocorreu em 1960. Um tsunami gerado por aquele terremoto devastou Hilo, no Havaí, com ondas de mais de 10 metros que mataram 61 pessoas. O tsunami chegou até o Japão, alcançando partes do norte da principal ilha, Honshu, cerca de um dia depois do terremoto, matando 185 pessoas e destruindo mais de 1,6 mil casas.

Fonte: Terra noticias

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Lembrando...

Fratura no Atlântico expõe o manto da Terra

05.03.2007 - Pesquisadores europeus estão partindo amanhã para uma área do Oceano Atlântico localizada entre o Caribe a ilha de Cabo Verde para analisar uma "fratura" registrada na crosta terrestre. O fenômeno, que deixa o manto do planeta totalmente exposto, tem milhares de quilômetros quadrados e pode não ser o único.

O objetivo da missão é descobrir os motivos dessa "fratura", já que a cobertura da Terra tem cerca de 7 km de espessura no local. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, o grupo vai utilizar sonares para capturar imagens do fundo e também robôs submergíveis. O material coletado será analisado em laboratório.

Os cientistas afirmam que o processo de desaparecimento da crosta em algumas regiões não é necessariamente anormal, pois o planeta está em constante movimentação. Os resultados também irão ajudar a entender o comportamento das placas tectônicas.

Fonte: Terra notícias
 


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