Escola adota livro com palavrões e causa polêmica em Campo Grande (MS)


01.03.2010 - Um livro de memórias escrito por um adolescente e adotado por uma tradicional escola de Campo Grande (MS) para crianças de dez anos de idade vem gerando polêmica entre pais de alunos e educadores e se tornou tema de discursos acalorados na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul.

O motivo são palavrões e expressões tidas pelos críticos como "preconceituosas" e "inadequadas" presentes nas pouco mais de 200 páginas de "Dia 4", escrito por Vithor Torres, 16, um aluno da CNEC (Campanha Nacional das Escolas da Comunidade) Oliva Enciso, mesma escola onde surgiu a polêmica.

Escrita em primeira pessoa, a obra relata impressões do autor ao longo de uma viagem de ônibus entre Campo Grande e São Paulo. Os trechos polêmicos, em geral, são comentários a respeito da roupa ou do comportamento de outros passageiros que seguiam viagem.

"(...) Até o mais idiota dos seres consegue reconhecer uma prostituta. No caso eram duas. Como sabia que elas eram pu...? Muito simples. Uma "profissional do sexo' se veste apenas de duas formas: extravagantemente ou quase sem roupa", diz um trecho do livro.

A publicitária Ângela Gouveia disse à Folha que se surpreendeu ao folhear o livro que a sobrinha de dez anos iria usar na escola. "Não é falso moralismo nem hipocrisia ou puritanismo de minha parte. Só não vejo onde isso pode agregar valores às crianças em sua formação."

O deputado Marquinhos Trad (PMDB) discutiu o tema no plenário da Assembleia Legislativa e defendeu que o caso seja levado como denúncia à comissão de educação da Congresso Nacional. Em entrevista à Folha, se disse "constrangido". "Se não fizermos nada, o próximo livro de pré-alfabetização será o da Bruna Surfistinha."

Outro deputado, Professor Rinaldo (PSDB), inseriu o livro no "contexto da deturpação mundial". "O mundo caminha para o caos. É homem querendo casar com homem, aborto, e agora vem um livro como este para nossas crianças. Ninguém respeita mais ninguém."

A escola emitiu nota na qual disse que o livro não será objeto de uma "leitura irresponsável, solta e descontextualizada". "A linguagem do texto do autor flui naturalmente, e em alguns momentos o narrador extravasa toda a sua frustração ante os problemas pelos quais está passando", diz a nota. "Daí registra-se, em determinados momentos, alguns xingamentos ou palavras vulgares colocados no texto."

À Folha, o autor disse que não "tinha noção" do impacto que seu livro teria. "Muita gente criticou sem ler. Preferiram destacar frases soltas e fora do contexto. Mas não me abalo. Quero continuar escrevendo."

Enquanto finaliza um novo romance, Torres agora prepara uma até então inimaginável segundo edição de "Dia 4" --a primeira, com 250 exemplares, teve 25% do custo de impressão bancado por doações de pais de alunos. "Com a polêmica, muita gente me procurou para adquirir uma cópia e me incentivando a continuar."

Fonte: UOL noticias

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Lembrando...

Sexo e violência agora também se aprende nas salas de aula de São Paulo

24.05.2009 - "Kama Sutra" na escola

Imagine seu filho de nove anos recebendo como lição de casa a recomendação de leitura do livro "Dez na Área, Um na Banheira e Nenhum no Gol". Comprado pela Secretaria de Educação do Governo de São Paulo e distribuído a 1.216 alunos da terceira série do primeiro grau, o livro explora várias posições sexuais e vem recheado de expressões pedagógicas como "chupei ela todinha", "ativo", "passivo" e outros palavrões impublicáveis. Não bastasse o conteúdo sexual, a obra é repleta de erros crassos de português, com uma linguagem digna de baile funk. Para piorar, funciona ainda como manual de ingresso no PCC, o Primeiro Comando da Capital.

É quase uma versão hardcore do "Kama Sutra" - e para crianças.

Tão surreal quanto a explicação do governo paulista, que, em nota, não soube informar como o livro foi parar nas mãos dos alunos.

Nos anos 50, quando o governador José Serra estudava na escola estadual Firmino de Mendonça, no bairro paulistano da Mooca, quem quisesse aprender algo sobre sexo teria de recorrer às revistas proibidas e apimentadas do "novo catecismo" de Carlos Zéfiro.

Os tempos mudaram, a educação se degradou e a cena definitiva dessa decadência ocorreu há pouco mais de uma semana, antes mesmo que o escândalo dos livros erótico-didáticos viesse a público.

Num confronto com a polícia, alunos da mesma escola em que Serra estudou quebraram 47 vidraças, 25 cadeiras e 27 mesas.

Foram contidos pela PM com spray de pimenta. Alguns deles, drogados, trancafiaram-se nos banheiros. Ao comentar o ocorrido, Serra foi lacônico. "No meu tempo não tinha isso, não me lembro de ter acontecido", declarou. Hoje, os alunos bem que poderiam responder dizendo que no tempo do governador o Estado também não distribuía manuais de sexo e violência às criancinhas.

Quando foi prefeito de São Paulo, Serra atribuiu a má colocação das suas escolas no ranking do Enem à chegada constante de novos migrantes, quando o natural seria esperar que a mais próspera metrópole do País se destacasse também pela excelência educacional. Estudando numa escola pública, Serra conseguiu, com méritos próprios, acumular conhecimentos e se tornar uma das figuras mais destacadas do País, apesar da origem humilde. Hoje, não mais no saudoso tempo de criança, mas no tempo ainda mais importante de governador, é improvável que um aluno da sua antiga escola da Mooca possa sonhar com um futuro brilhante.

Colunista da Revista ISTOÉ, edição maio 2009.

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Diz na Sagrada Escritura:

"O teu ensinamento, porém, seja conforme à sã doutrina.
Os mais velhos sejam sóbrios, graves, prudentes, fortes na fé, na caridade, na paciência.
Assim também as mulheres de mais idade mostrem no seu exterior uma compostura santa, não sejam maldizentes nem intemperantes, mas mestras de bons conselhos.
Que saibam ensinar as jovens a amarem seus maridos, a quererem bem seus filhos, a serem prudentes, castas, cuidadosas da casa, bondosas, submissas a seus maridos, para que a palavra de Deus não seja desacreditada". (Tito 2,1-5)

 


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