Na causa de Deus, todo homem nasceu soldado


16.02.2015 -

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Na causa de Deus, todo homem, de acordo com a expressão de Tertuliano, nasceu soldado. Eis porque os verdadeiros servos da Igreja param na arena.

Alguns, sob a sombra das árvores, sobre a relva florida, à beira d’água, puderam sonhar, em um proselitismo idílico, com um abraço fraterno de Jesus e de Belial. Estes são diletantes, frequentemente ingênuos, sempre egoístas, logo iludidos.

A banalidade da comparação não a torna menos exata: a vida, com suas esperanças, suas decepções e suas angústias, é um longo esforço, uma guerra verdadeira onde evitamos a emboscada, onde atiramos, onde lançamos e repelimos o assalto.

Para os católicos, a batalha é incessante: inicialmente, contra suas próprias paixões; depois, a fim de afastar os inimigos da Igreja, sua mãe, fonte de todo direito e de todo bem. Censurar estes lutadores pela falta de caridade, visto que eles não viram as costas para quem os molesta ou os ameaça, é uma injustiça ou uma ironia.

Eles portam as armas por vocação, necessidade ou dever, nunca por ira. A definição que Dom d’Hulst dava do cristão é completamente justa: “Um homem pacífico que luta sempre”.O valor exclui a bazofia, e a verdadeira coragem sabe permanecer modesta. O soldado da Igreja só se assegura de sua vontade. Ele não propaga uma virtude que pode lhe escapar. Apenas ele não é cego, e, sem se comparar, ele vê os defeitos dos outros. Lança ele uma flecha mais afiada? É a estupidez do adversário que provocou a inspiração da resposta. Um católico afasta facilmente o ódio. Nem sempre ele consegue afugentar o desprezo.

A palavra de um velho guerreiro é apropriada nesta ocasião. O general Folloppe tinha razão: “Fracos como todo filho de Adão, não adjuramos as promessas do nosso Batismo. Se nossos pecados, tão maiores por causa das graças que recebemos, merecerem provavelmente uma expiação mais severa, ao menos teremos a consolação de não termos blasfemado contra Deus, nem renegado nossa fé por um tempo”. Nada a mais, nada a menos. Aos esforços cotidianos dos católicos contra as doutrinas do sensualismo, as facilidades da moral e as tentações do sucesso, não conheço outra explicação, não vejo outra causa.

A doçura é uma qualidade encantadora para os dias calmas: eles são raros.[...]

“Não queremos fazer nada publicamente, mas tudo o que fizermos, nós o faremos audaciosamente. Esta audácia do cristão será o instrumento da salvação para a religião, para a França e para a liberdade, que só é amada realmente e sinceramente por nós. Se não nos faltar coragem, se esta desastrosa covardia, que ora chamam de respeito humano, ora de ligação a algumas vantagens temporais miseráveis, não nos detiver, seremos, ainda que em pequeno número, os mais fortes, porque Deus combaterá por nós”, diz Veuillot.

Assim sendo, podemos chamar de soldados da Igreja estes discípulos do Evangelho, sem ignorar a segunda beatitude do Sermão da montanha, sem trair as máximas da caridade, nem transformar, por este apelo belicoso, o santuário em caserna. Um “homem de armas” não significa dizer um chefe mercenário, nem um valente. E servir sem soldo não é obra de mercenária.

Soldados do exército regular, eles têm o respeito, o culto por seu uniforme. Eles não conseguiriam se armar como corsários. E seus batedores, caminhando como crianças perdidas ou andando à espreita, ainda continuam na mão dos líderes, estritamente disciplinados.

Eles são joviais, tendo a consciência tranquila. E para aliviar a extensão do caminho, de paradas em paradas, eles vão cantando as canções de estrada. A alegria da honra os sustenta, os anima, os levanta. Entre eles, mesmo os mais sérios têm uma palavra viva, uma palavra alerta, uma resposta bem corajosa que coloca os trocistas do lado certo. .

Seu modo é a arma branca, à luz do dia, fronte elevada, peito aberto. Aqui não há balas envenenadas. Eles preferem a espada e a baioneta ao revólver e à metralhadora. Se alguma artilharia pesada ribomba em sua honra, eles seguem com respeito as curvas sábias que calcam a terra, com certa impaciência também, esperando que o clarão do disparo tenha lançado ao céu suas notas suaves.

Obedientes, eles se tornam instrumentos admiráveis para o general que dirige a manobra. Acostumados ao comando, eles estão aptos a todas as formações, eles estão sempre prontos à todas as oportunidades da batalha.

[...] Dispostos atrás das velhas bandeiras que – a haste encimada pela cruz -, ao vento, faz a imagem da pátria flutuar, eles possuem um único estandarte para todo o regimento, que se liga, se a circunstância se torna premente, às pequenas bandeirolas de cada companhia: aqui uma água, ali uma lança de ferro, mais adiante uma flor de lis.

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Sob estas cores se apresentam os contemporâneos… Não os escolhi por acaso. O nome deles cintilou naturalmente na ponta da minha pluma. Sem esforço, encontrei espíritos nobres com quem voluntariamente mantive relações…Alguns exemplos serão suficientes. A característica destes heróis é muito simples: o serviço mais completo possível à verdade eterna, a adesão mais restrita possível às exigências passageiras das circunstâncias. A sinceridade é seu mérito, o devotamento constitui toda sua retidão.

Vários são ilustres, outros menos famosos. Todos falam a mesma língua. E esta uniformidade confere uma marca fraterna à diversidade de seu acento. Bispos, padres, monges, escritores, estadistas, operários, eles caminham juntos na via real do sacrifício, os olhos voltados para o mesmo farol. Os pés seguros sobre o mesmo rochedo: a pátria. A igreja e a França, dupla expressão de um amor único. Excelentes católicos, porque eles são bons patriotas!

“O que amo em minha pátria não é somente a terra que suporta meus passos, é o campanário à sombra do qual nasci, o altar onde fiz minha primeira oração, o túmulo onde repousam aqueles que amei, e tudo isso é o traço que Deus deixou ao mesmo tempo em meu coração e sobre o solo do meu país, de modo que não posso defender um sem o outro, minha religião e meu lar”[1].

DE GRANDMAISON, Geoffroy. Soldats de l’Église. Paris: Maison de la Bonne Presse.

Fonte: Dominus Est   e   www.rainhamaria.com.br

 

Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé. (II Timóteo 4, 7)

 

Nota de www.rainhamaria.com.br

Diz na Sagrada Escritura:

"O rei revestiu Davi com sua armadura, pôs-lhe na cabeça um capacete de bronze e armou-o de uma couraça." (I Samuel 17, 38)

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"Tomai, por tanto, a armadura de Deus, para que possais resistir nos dias maus e manter-vos inabaláveis no cumprimento do vosso dever." (Efésios 6, 13)

"Coragem! E sede fortes. Nada vos atemorize, e não os temais, porque é o Senhor vosso Deus que marcha à vossa frente: ele não vos deixará nem vos abandonará. " (Deuteronômio 31, 6)

"Se todo um exército se acampar contra mim, não temerá meu coração. Se se travar contra mim uma batalha, mesmo assim terei confiança." (Salmos 26, 3)

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"Ides hoje combater contra os vossos inimigos: que vossa coragem não desfaleça! Não temais, nem vos perturbeis, nem vos deixeis amedrontar por eles". (Deuteronômio 20, 3)

"Sustentais o mesmo combate que me tendes visto travar e no qual sabeis que eu continuo agora". (Filipenses 1, 30)

"Combate o bom combate da fé. Conquista a vida eterna, para a qual foste chamado e fizeste aquela nobre profissão de fé perante muitas testemunhas". (I Timóteo 6, 12)

"Escutai esse ruído sobre os montes como vozerio de grande multidão; escutai o tumulto dos reinos e das nações reunidas. É o Senhor dos exércitos que passa em revista suas tropas para a batalha." (Isaías 13, 4)

Disse Santa Joana D'Arc:

"Eu preferiria morrer a fazer algo que sei ser um pecado, ou contra a vontade de Deus."

"Se não sou, talvez Deus tenha me colocado ali, e se sou, talvez Deus queira me manter lá."

"Não tenham dúvida, a hora chega quando Deus quer. Ajam, que Deus agirá!" - (motivação dada aos soldados durante questionamentos rumo à Reims)

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SANTA JOANA D'ARC ROGAI POR NÓS NESTE COMBATE

 

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