Como é que você foi capaz de abortar o meu irmão? O sofrimento secreto das crianças que perderam um irmão por causa do aborto


02.02.2017 -

“A minha mãe não sabe que eu descobri sobre o aborto que ela fez. Ela sofre e eu quero ajudá-la, mas não sei como”.

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A Anne me contou isto quando veio procurar conselho e ajuda. Ela tinha ouvido uma conversa em que a mãe falava de um aborto no passado. A Anne não sabia o que fazer, nem o que dizer à mãe – e a mãe estava desesperada.

A menina sabia que a mãe estava sofrendo, mas também sabia que precisava expressar a própria dor diante daquela notícia. Por isso, relutava em se aproximar. Sentia-se sozinha, isolada; procurava um lugar onde alguém compreendesse o que estava acontecendo e, ao mesmo tempo, não julgasse a sua mãe, a quem ela amava e sentia que precisava ajudar.

Anne estava sozinha.

Com cerca de 55 milhões de abortos realizados nos Estados Unidos, há outras milhões de crianças como Anne que perderam um irmão que nem sequer tinha ainda nascido. Alguns ficaram sabendo do aborto sem que os pais contassem; para outros, foram os próprios pais que revelaram; para outros ainda, existe aquela sensação de que falta alguém.

Andrew, que tinha sempre desejado um irmão mais velho, explicou assim a sua reação quando a mãe lhe contou do aborto que tinha feito: “De repente, toda a minha vida começava a fazer sentido – cada angústia, cada tristeza. Eu tinha sentido a partida do meu irmão no meu coração durante toda a minha vida”.

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Muitos irmãos de crianças abortadas expressam experiências parecidas de “ter sempre sabido” que faltava alguém e de ter conseguido entender pedaços da própria história ao descobrirem o fato.

A decisão sobre contar, quando contar e se é preciso contar a uma criança sobre um irmão abortado requer discernimento.

Revelar para outro filho o segredo de um aborto e tirar esse peso das costas não encerra a questão. Ouvir o próprio filho dizer “eu te perdoo” não diminui o impacto que o aborto deixou na sua vida. O fato de não compartilhar os sentimentos dele com você não quer dizer que o seu filho não sofra consequências pela perda do irmão. Ele vai enfrentar muitas questões que circundam o aborto. Muitas vezes, as crianças não compartilham esses sentimentos negativos com os pais porque não querem causar mais dor àqueles a quem elas amam: elas sabem que os pais já sofrem com isso.

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A Magaly me confidenciou: “Logo depois do aborto que a minha mãe fez, eu comecei a não me sentir mais à vontade com os meus pais, mesmo sabendo que eles me amavam e que sempre tinham cuidado de mim. Eu sentia que precisava ‘merecer’ o amor deles, que eu precisava justificar, de algum jeito, o fato de que eles me ‘permitiram’ nascer”.

A realidade de estar vivo enquanto o seu irmão não está é difícil de enfrentar, mesmo que, na maior parte dos casos, o aborto supostamente não tenha nada a ver com o irmão vivo, tenha ele nascido antes ou depois. Surge, em muitos casos, um sentimento de “por que eu estou aqui e o meu irmão não?”. E também surgem perguntas: “Será que eu estaria aqui se ele tivesse nascido? Será que o meu nome ia ser o mesmo?”.

As perguntas são inúmeras, mas, com frequência, não existe quem ajude as crianças a respondê-las. Um menino me afirmou: “Eu queria não ter descoberto nada sobre o aborto, mas ouvi algumas conversas que me fizeram suspeitar. Quando eu tinha 11 anos, perguntei para a minha mãe se ela já tinha pensado em abortar. Ela me respondeu de um modo muito gentil e honesto que ‘sim’. Nós estávamos na cozinha. Eu me lembro que tive que sair de lá. Quando eu estava mais afastado, senti as minhas pernas tremendo. Comecei a chorar em silêncio, controlando o choro. Eu amava com todo o meu coração os meus três irmãos que estavam vivos. De muitas formas, a minha identidade tinha a ver com eles. Eu não conseguia entender por que a minha mãe pensava que eu poderia não amar do mesmo jeito o meu irmão abortado“.

Em meio a todo este sofrimento, existe, de alguma forma, a misericórdia de Deus. Encontrar ajuda para aliviar a dor e aprender as dinâmicas implícitas do aborto e sua influência é muito importante para começar a se refazer. Deus pode transformar esse intenso sofrimento e trazer paz, perdão, reconciliação e alegria para as famílias dilaceradas pelo aborto, se elas se aproximarem d’Ele.

Theresa Bonopartis é diretora, nos Estados Unidos, do programa pós-aborto Lumina. Ela também colaborou no desenvolvimento do modelo pastoral pós-aborto Entering Canaan.

Fonte: http://pt.aleteia.org  via  www.rainhamaria.com.br

 

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