Depois da Áustria, agora Irlanda: Associação de Sacerdotes pedem fim do celibato.


19.09.2011 - Um outro grupo de sacerdotes, desta vez irlandês, pede a abolição do celibato.

A Associação dos Padres Católicos assumiu publicamente a favor da abolição do celibato obrigatório, recebendo o apoio do bispo emérito de Derry, Edward Daly. “O que nos leva a essa direção é tanto a crise das vocações, quanto um compromisso de fundo”, explica o padre Brendan Hoban, fundador da associação. “Nos próximos 10-15 anos, haverá uma drástica redução no número de sacerdotes e não existe um “plano B”. Se o Vaticano cria uma nova prelazia pessoal para os padres anglicanos casados, por que não estende essa possibilidade a todo o clero?”.

O celibato eclesiástico é um assunto muito discutido não só na Irlanda. Em junho de 2009, quando Bento XVI se confrontou por dois dias com os bispos austríacos que haviam protestado no Vaticano para a revogação da excomunhão aos lefebvrianos e para a nomeação em Linz do intransigente Gerhard Wagner, surgiram os mesmos problemas: a queda das vocações e dos fiéis, a forte polarização entre conservadores e progressistas, crescente sentimento antirromano, uma série de escândalos nas dioceses.

Até agora, os padres que pediam a dispensa das obrigações sacerdotais deviam ter pelo menos 40 anos e declarar que se equivocaram ao se tornar padres, denunciando a invalidade da sua própria ordenação.

A questão da ordenação de padres casados “pode ser discutida”, declarou em novembro de 2007 o cardeal francêsRoger Etchegaray, presidente emérito do Pontifício Conselho Justiça e Paz e vice-decano do Sagrado Colégio, abrindo aos sacerdotes casados.

Do Vaticano, chegaram nos últimos anos importantes sinais sobre um dos temas mais espinhosos e controversos. “A questão pode ser posta, como ocorre na Igreja greco-católica”, afirmou o purpurado em uma entrevista ao jornal Le Parisien. “Mas deve ficar claro que essa não é a solução ao problema da crise vocacional”.

Inclinados em favor dos padres casados, estavam alguns líderes progressistas do Sagrado Colégio como o primaz da Bélgica. “O celibato é uma regra da Igreja que pode mudar”, considera o cardeal Godfried Danneels. “A proibição do contrair matrimônio é uma prática tão antiga que é impossível de ser retocada”, advertiu o cardeal Julian Herranz, do Opus Dei, um dos máximos juristas do Vaticano e presidente da comissão disciplinar da Cúria. “Certamente, uma coisa são os dogma, e outra, as leis. As normas também podem ser modificadas, mas isso não significa que seja oportuno ou conveniente fazê-lo. A abolição do celibato empobreceria tremendamente a vida da Igreja. As pessoas gostam mais de um sacerdote que fez da sua vida uma doação completa. O mundo não é todos eros e sexo”.

O celibato continua sendo um “grande valor espiritual e pastoral” da Igreja, como foi reafirmado na reunião dos presidentes de dicastérios de um ano atrás, afirmou a Sir, a agência da Conferência dos Bispos da Itália: “A castidade pelo Reino dos Céus faz parte dos ‘conselhos evangélicos’ indicados por Jesus aos seus discípulos. E o ‘conselho’ amadureceu lentamente ao longo do tempo como prática crescente até que a Igreja do Ocidente fez com que se tornasse norma positiva para os sacerdotes de rito latino.

Fonte: http://www.comshalom.org/blog/carmadelio/

======================================================

Leia também...

Cardeal de Viena eleva tom contra revolta de padres

Artigo de Ian Farias: Celibato: amor sem limites

Celibato sacerdotal grita ao mundo secularizado que Deus está presente

Cardeal Arinze: celibato sacerdotal consagra mais intimamente a Cristo

 


Rainha Maria - Todos os direitos reservados
É autorizada a divulgação de matérias desde que seja informada a fonte.
https://www.rainhamaria.com.br

PluGzOne